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Cooperativas impulsionam o crédito rural


Opinião Livre
Por *José Henrique da Silva Galhardo
As cooperativas do ramo agro vivem um momento histórico da produção agrícola nacional. Nos primeiros cinco meses de 2013, bateram mais um recorde de exportações, alcançando US$ 2,379 bilhões de vendas, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Uma boa e generosa parte do crescimento vertiginoso dessa produção é de responsabilidade das cooperativas agro, que souberam unir força e conquistar novos mercados e respondem por cerca de 50% de tudo o que é produzido no Brasil. A força do sistema cooperativista faz chegar nossos produtos em mais de 120 países.

O produtor rural brasileiro, principalmente os cooperados e as cooperativas, estão mostrando ao país e ao mundo o potencial produtivo e empreendedor de nossa gente. Essa é uma história construída com muito esforço e dedicação, inclusive de superações. Os resultados alcançados hoje são frutos de muitos anos de trabalho. Para se ter uma ideia da evolução da produção brasileira, uma análise dos últimos 13 anos revela que aumentamos nossa produção de grãos de 83 milhões de toneladas por ano em 2000, para 184 milhões de toneladas em 2013.
A força do cooperativismo no país mostrou que esse sistema chegou para fincar fortes raízes. Organizadas, as cooperativas não se uniram apenas para dar conta da produção, elas partiram para outros ramos como crédito e consumo. Por isso, as cooperativas de crédito rural já respondem por boa parte do financiamento dos nossos associados. Só no Estado de São Paulo, elas realizaram mais de R$ 483milhões em operações de crédito até março de 2013. Hoje, São Paulo conta com 40 cooperativas de crédito rural e 55 Postos de Atendimento ao Cooperado (PACs).

O cooperativismo de crédito rural faz muito mais do que ser uma opção com melhores condições de taxas, juros e prazos para o cooperado. Ela cumpre papel essencial na vida do produtor e de toda a comunidade. Sua capilaridade permite chegar a municípios não atendidos pelos tradicionais bancos do sistema financeiro. Por isso, ajudam no desenvolvimento das localidades onde estão instaladas.
Esses empreendimentos de crédito cooperativo foram criados visando a boa saúde financeira dos seus associados, ao contrário dos bancos tradicionais, que buscam o lucro a qualquer custo, independente do bolso do seu cliente. Por isso, elas oferecem orientação financeira realizada, na maioria das vezes, diretamente com o gerente. Afinal, a sua sobrevivência está intrinsecamente ligada ao associado. Elas ainda permitem que as sobras – lucros nos grandes bancos – sejam aplicadas no próprio negócio ou distribuídas entre os seus associados, ao contrário das instituições financeiras tradicionais que repartem o lucro entre os poucos acionistas.

Por isso, as cooperativas de crédito rural trazem a essência do sistema cooperativista, baseado na cooperação entre as pessoas. Como apostam na organização social e econômica das comunidades, ajudam a equilibrar forças e construir uma sociedade mais justa, livre e fraterna.
(*) superintendente jurídico e de consultoria do Sistema Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo)

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