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Combate à verminose caprina e ovina


Flávio Barros
INTRODUÇÃO
No Brasil, uma importante fonte de perdas econômicas na produção de pequenos ruminantes são as infecções causadas pela verminose gastrintestinal, ocasionando anemia, retardo no crescimento e altas taxas de mortalidade em animais jovens e, perda de peso, baixa conversão alimentar e anemia crônica nos adultos.

O controle da verminose caprina e ovina baseia-se principalmente no uso de compostos anti-helmínticos e, o seu uso de forma indiscriminada acarreta diversos problemas sócio-ambientais, uma vez que estes compostos químicos, entre outras vias, são eliminados através das fezes, contaminando assim o meio ambiente e promovendo em alguns casos desequilíbrios ecológicos devido a mortalidade de insetos benéficos ao meio ambiente.

Outro fator de importância é a presença de resíduos de anti-helmínticos na carne e no leite, sendo isto um grave problema de saúde pública. Além disso, o uso indiscriminado de anti-helmínticos pelos produtores pode favorecer o surgimento de populações de endoparasitos resistentes às drogas disponíveis no mercado.

Atualmente a resistência anti-helmíntica é considerada um dos principais entraves para o sucesso dos programas de controle da verminose caprina e ovina nas propriedades. É importante considerar que em rebanhos onde há problemas de resistência anti-helmíntica, o criador de caprinos ou ovinos terá perdas econômicas devido ao aumento do custo com medicamentos e mão-de-obra, além da queda na produtividade do rebanho, podendo em alguns casos tornar a criação destes animais um negócio economicamente inviável.

PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS NA PROPRIEDADE

Com relação ao tratamento anti-helmíntico dos animais, devem-se observar os seguintes procedimentos:

- verificar antes da vermifugação do rebanho se a quantidade de anti-helmíntico é suficiente para o tratamento de todos os animais do plantel;

- antes da realização da vermifugação deve-se separar os animais do rebanho por lotes de faixas etárias, evitando assim o estresse e diminuindo possibilidades de contusões e ferimentos;

- pesar todos os animais, visando uma correta aplicação do volume do anti-helmíntico a ser administrado, evitando a subdosagem;

- na primeira vermifugação dos animais jovens (filhotes), devem ser utilizados os vermífugos que estão a mais tempo no mercado.

- antes da introdução dos animais jovens ao pastoreio, deve-se realizar uma vermifugação de caráter preventivo, sendo repetido o tratamento 30 dias após a introdução destes animais no pasto;

- realizar, de forma gradual, rotação de anti-helmínticos com princípios ativos diferentes; 

- animais provenientes de outras propriedades devem ser vermifugados pelo menos 30 dias antes de sua introdução ao rebanho;

- animais machos e fêmeas em idade reprodutiva devem ser vermifugados antes da realização da cobertura;

- fêmeas gestantes devem ser vermifugadas 30 dias antes do parto.
Procedimentos necessários para um correto controle da verminose na ovinocaprinocultura:
- acompanhamento de um médico veterinário no manejo dos animais;

- limpeza diária das instalações, evitando assim o acúmulo de dejetos;

- separação dos animais por faixa etária;

- realização de exames periódicos de fezes para acompanhamento da prevalência e incidência de verminose na propriedade;

- utilização de esterqueira na propriedade, visando a desinfecção das pastagens por larvas de helmintos;

- evitar a superlotação de animais nas pastagens.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A higiene das instalações, bem como o uso de forma racional e correta de anti-helmínticos, associados a medidas que previnam ou retardam o aparecimento de populações de helmintos gastrintestinais resistentes a anti-helmínticos, são pontos fundamentais para um correto controle da verminose caprina e ovina.

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