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Certificação de produtos agrícolas


Decio Luiz Gazzoni
É provável que, quando o leitor ler esta coluna, eu esteja apresentando minha palestra no evento denominado “Perspektiven für die Landwirtschaft: Fortschritt durch Nachhaltigkeitsbewertung” (Perspectivas para a agricultura: progresso através da avaliação da sustentabilidade). O seminário está sendo realizado em Berlim, na Alemanha, tendo como público as cadeias de suprimentos, importadores, exportadores, traders, distribuidores, supermercadistas, ONGs, associações de defesa do consumidor, fabricantes de insumos e máquinas agrícolas, cientistas, professores universitários e uma plêiade de representantes de outros segmentos.

        A sociedade moderna, em especial os cidadãos dos países que pertencem à OCDE, exigem regras cada vez mais restritas de inocuidade dos alimentos, de rastreabilidade, de certificação, em suma, de sustentabilidade. Não está mais tão fácil para os países essencialmente agrícolas venderem seus produtos para os mercados mais exigentes. Esse evento tem como objetivo entender os sistemas de produção dos países agrícolas, exportadores de alimentos, e a sua aderência aos rígidos sistemas de certificação sanitária, social e ambiental.
        Minha missão é demonstrar, além de qualquer dúvida razoável que outros países do mundo podem produzir com a mesma sustentabilidade dos agricultores brasileiros, mas ninguém os supera. Para tanto, alinhavei números e estatísticas governamentais e independentes para mostrar os ganhos do passado recente e a seriedade das intenções futuras.

Nosso agronegócio avança a passos largos, sem dispor dos subsídios equivalentes a US$1 bilhão diários, dos seus colegas dos países ricos. Atualmente, o trabalhador médio brasileiro adquire sete vezes mais alimentos por hora trabalhada, comparativamente há 40 anos. E país nenhum do mundo possui área potencialmente agricultável, porém compulsoriamente protegida, como ocorre com os quase 300 milhões de hectares de parques nacionais, reservas indígenas, reservas legais, áreas de proteção permanente e outras formas de proteção do ambiente. Com este belo currículo, minha missão no evento foi muito facilitada, apesar do bombardeio de perguntas e esclarecimentos que, seguramente, receberei.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo. www.gazzoni.eng.br

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