O agronegócio brasileiro está bastante centrado em duas lavouras (soja e milho) e, como consequência da grande produção delas, favorece a produção de carnes, outro produto importante na pauta de exportações do Brasil. Mas seria interessante se o país diversificasse mais os seus produtos agropecuários, considerando a imensa diversidade de condições edafoclimáticas que possui, favorecendo o cultivo de muitas lavouras diferentes.
Muito recentemente, o cultivo de oliveiras começou a ser explorado com êxito em algumas regiões do país, objetivando a produção de azeite. O cidadão brasileiro não é grande consumidor de azeite por causa do seu alto preço, dando preferência para óleos mais baratos, como o óleo de soja. Mesmo assim, o Brasil é o segundo maior importador global de azeites, atrás apenas dos Estados Unidos. Importa muito porque produz pouco. Compra principalmente de Portugal, Espanha e Itália, para atender o grande consumo da parcela abastada da população, que não se importa com o alto preço.
Lavoura com cultivo de oliveiras no Rio Grande do Sul
No Brasil, o maior produtor de azeite de oliva é o Estado do Rio Grande do Sul (RS), destacadamente a parte sul do estado, onde o clima e o solo favorecem o desenvolvimento das oliveiras. Em 2022, a produção do Estado bateu recorde com cerca de 450 toneladas, ante apenas 202 toneladas na temporada anterior. Crescimento de 122%, no intervalo de apenas uma safra, graças ao incremento da produção de novos olivais.
O cadastro olivícola do RS aponta a presença de atividades de olivicultura em 108 municípios do Estado, totalizando o cultivo de cerca de 6.000 hectares. Conta com 17 fábricas que produzem 70 marcas de azeite, algumas premiadas internacionalmente.
Mas não é apenas o RS que produz azeite. Minas Gerais (destaque para a região da Serra da Mantiqueira) e São Paulo também merecem destaque na produção desse óleo de qualidade. Existem marcas brasileiras de azeite que já estão entre as melhores do mundo. Na América do Sul, além do Brasil, Chile e Argentina também participam da produção de azeites de qualidade.
Como o vinho, o azeite reflete as características de sabor e cheiro do clima e solo da região onde as azeitonas foram cultivadas. Quanto ao armazenamento do óleo, recomenda-se o uso de embalagens escuras e de vidro para evitar a oxidação do produto e a perda de qualidade. Locais frescos, escuros e bem ventilados são indicados para guardar o azeite de oliva.
O azeite, além de alimentar, faz bem para a saúde. Mas cuidado, o azeite é um dos produtos que nos últimos tempos vem sofrendo com supostas fraudes e irregularidades.
Seria importante o consumidor atentar-se para as notas dos órgãos de fiscalização que, de tempos em tempos, analisam a qualidade dos azeites no mercado brasileiro e divulgam os resultados à população.