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Acordo Mercosul-UE: nem a França conseguiu barrar



Leandro Marmo

O agro brasileiro e o acordo Mercosul-UE: um marco que nem a França conseguiu barrar

Após mais de duas décadas de idas e vindas, o acordo entre Mercosul e União Europeia foi finalmente fechado. Um verdadeiro marco histórico, algo que até os mais otimistas tinham receio de acreditar que seria possível. Claro, não sem resistência — afinal, a França, com seus agricultores temerosos e discursos protecionistas, tentou até o último minuto barrar o avanço. Mas a maior associação de comércio e investimentos do mundo agora é uma realidade. E quem ganha muito com isso? O agro brasileiro.

O que está em jogo?

Com o Mercosul e a União Europeia somando um mercado de mais de 700 milhões de consumidores, estamos falando da maior parceria comercial do planeta. Economistas já calculam que, uma vez implementado, o acordo eliminará cerca de 4 bilhões de euros em tarifas anualmente. Para o agronegócio brasileiro, é como abrir uma porta dourada para o mercado europeu, derrubando barreiras tarifárias que antes encareciam nossos produtos, como carnes, grãos e frutas.

A União Europeia quer mais acesso a minerais, veículos e produtos manufaturados. Do nosso lado, queremos o óbvio: mostrar ao mundo por que somos uma potência no setor agropecuário. O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, soja e café, vê neste acordo a oportunidade de expandir ainda mais sua presença global.

França: o bastião da resistência… derrotado

Os franceses foram um dos maiores obstáculos para o avanço das negociações. Seus agricultores, temendo uma enxurrada de produtos sul-americanos mais competitivos, gritaram alto. No entanto, o mundo mudou. A Europa precisa de alimentos, energia e uma transição energética sustentável. O Mercosul, por sua vez, tem exatamente o que oferecer: uma agricultura eficiente, competitiva e tecnológica.

Como bem pontuou o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, “No Mercosul não temos todos a mesma ideologia (...), mas encontramos o que nos une.” Irônico, não? Enquanto a França tenta isolar seus campos, o Mercosul dá uma lição de união para o mundo.

Benefícios para o agro brasileiro

Redução de tarifas: De 70% a 90% das tarifas de exportação do Mercosul para a União Europeia serão zeradas ou reduzidas. Isso significa mais competitividade para nossos produtos. Imagine carnes, soja, milho e café chegando à mesa europeia sem o peso de tributações absurdas? O bolso do produtor agradece.
Mercado expandido: Com 4 bilhões de euros economizados em tarifas por ano, as exportações brasileiras terão espaço para crescer de maneira exponencial. A estimativa é que esse acordo possa gerar bilhões em receita adicional para o agro.
Acesso facilitado: Produtos como carne bovina e aves, que já são sinônimos de qualidade no Brasil, ganharão ainda mais força em um mercado que valoriza rastreabilidade e sustentabilidade.

Um novo momento para o mundo (e para o Brasil)

Este acordo vai além das questões comerciais. É uma resposta ao mundo fragmentado. Como bem disse o chanceler Paganini, “Não é um acordo apenas do ponto de vista econômico, mas também político num momento em que o mundo se fragmenta.” É um marco na história da integração de regiões com valores comuns, história compartilhada e, claro, interesses mútuos.

E para os céticos de plantão que ainda duvidam do impacto para o Brasil: a Europa já consome nossos produtos. Esse acordo apenas torna o processo mais fácil, acessível e benéfico para todas as partes.

O futuro do agro brasileiro na Europa

Para os agricultores europeus, o medo do Mercosul não é infundado. Nossa carne é mais barata, nossos grãos são mais abundantes e nossa tecnologia agrícola rivaliza com as melhores do mundo. Esse acordo, ao derrubar barreiras, torna o campo de jogo ainda mais favorável ao Brasil.

Uma vitória do agro

O agro brasileiro já alimenta o mundo. Com este acordo, ele poderá alimentar mais — com menos barreiras, menos impostos e mais reconhecimento. Mostramos que, apesar das diferenças políticas, econômicas e culturais, é possível construir pontes.

França, não foi dessa vez. O agro brasileiro está pronto para conquistar ainda mais espaço no mundo.

Autor: Leandro Marmo, advogado especialista em Direito do Agronegócio, professor da pós-graduação de Direito do Agronegócio da PUC-PR, autor de obras jurídicas e CEO do João Domingos Advogados.

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