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A suinocultura como tábua da salvação?


Opinião Livre
Esse mês de junho está sendo pródigo em boas notícias para o setor agropecuário catarinense. Primeiro foi o Governo do Estado anunciando a inclusão de sementes de tecnologia de ponta e calcário calcítico no Programa troca-troca, a fim de possibilitar que os pequenos agricultores também melhorem sua produtividade de milho, e o Estado fique menos dependente de importação do grão altamente utilizado em nossos rebanhos. Depois veio o Plano Safras anunciado pelo Governo Federal que, se efetivamente operacionalizado como anunciado, deverá oferecer importantes apoios para o setor, tanto na área de custeio e comercialização, como em novos investimentos na agricultura empresarial e familiar. Na semana que passou a grande comemoração foi à liberação das exportações das carnes suínas catarinenses para o Japão. A decisão ensejou a realização de um Fórum importante na capital, que contou com a participação do Governador Raimundo Colombo e grande parte do seu governo, de políticos, da representação do governo japonês no Brasil e de entidades e empresários ligados à cadeia produtiva da suinocultura de SC.
Segundo se anunciou na ocasião, ainda neste mês o governador e empresários se deslocam a Tóquio fazendo parte de uma comitiva da Presidente Dilma Rousseff, para a assinatura formal da liberação das importações das carnes suínas para o Japão. Não restam dúvidas que se trata de notícias alvissareiras, ainda mais que segundo se anuncia, o Japão além de ser o maior e mais regular importador de carne suína do mundo, é um sinalizador para que outros mercados exigentes também ampliem suas importações, especialmente do Estado de SC, único liberado no Brasil para essas negociações.
Em que pese a importante decisão anunciada, há que se ter prudência com as expectativas de resultados imediatos. A liberação de vendas é um passo importante, mas não pode ser esquecido que existe a parte comercial onde vendedores e compradores precisam se entender no mercado e definir épocas de abastecimento.
É procedente a preocupação do Presidente da COOPERCENTRAL AURORA, Mário Lanznaster, de que para atingir aquele mercado existem muitas exigências que agroindústrias e produtores precisam se enquadrar, e isso não se faz da noite para o dia. Têm espaços a serem conquistados que atualmente são ocupados por outros importantes países. Também é procedente a preocupação do Deputado Moacir Sopelsa, reforçada pelo Presidente da ACCS, de que todos esses esforços e conquistas também sejam transferidos aos criadores, geralmente a parte mais fraca da cadeia, e não fique apenas um segmento – a agroindústria.
Todos devemos comemorar e manter otimismo, mas a cautela é sempre importante para não sofrermos decepções. Não devemos nos afobar em ampliar plantéis sem antes efetivamente estarmos presentes no mercado japonês. Pense nisso.
Artigo originalmente publicado no site da FECOAGRO, em 17.06.2013

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