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A Revolução Digital e seu impacto no agronegócio


Frederico Franco

O mundo vive a revolução digital, a cada dia surgem novas tecnologias e soluções que mudam nossas vidas e facilitam cada vez mais simples atividades diárias. E no setor agrícola não é diferente, as soluções digitais têm enorme potencial para ajudar os agricultores a aumentar a produtividade e se conectar a ferramentas e mercados financeiros ao redor do mundo.

Agora, já imaginou solicitar um trator via aplicativo como se fosse um “Uber”? Se não, já existe o Hello Tractor, que de acordo com Jehiel Oliver, desenvolvedor do aplicativo, é um sistema de reservas que permite aos agricultores solicitar tratores cadastrados próximos de sua propriedade, e a partir de sua demanda, agendar e pagar antecipadamente os serviços, em contrapartida somente é liberado o pagamento após a conclusão do serviço. Atuando inicialmente na Nigéria, seus tratores inteligentes de duas rodas estão equipados com antenas GPS que coletam e transferem os dados necessários.

Assim sendo, o sistema também ajuda a aumentar a eficiência do trator através de orientações conseguindo reduzir os custos do trator, aumentando a produtividade da fazenda e gerando renda adicional para o proprietário do trator, ou seja, aquele trator que você não esteja utilizando pode servir de renda extra através de um serviço que calcula justamente o preço e valor das atividades de acordo com a região.

Serviços digitais que otimizam o uso dos tratores, fator positivo para países desenvolvidos, pois países como a Suíça e a Alemanha têm um problema de luxo: muitos tratores subutilizados. Cansado de reunir o gado e fazer cercas na sua propriedade?                                                

Na Austrália, os agricultores estão reunindo gado através de telefones celulares pelo eShepherd. As fronteiras são aplicadas por solicitações elétricas de transponders em coleiras individuais em cada animal. O sinal vem de uma estação base de fazenda ligada ao rastreamento GPS, e as zonas de pastoreio podem ser ativadas e controladas por um aplicativo. É fácil imaginar como esta tecnologia reduz consideravelmente os custos trabalhistas e materiais da criação de gado.

 

Imagem créditos: eShepherd

Inicialmente, é necessário ensinar o rebanho a reconhecer o limite invisível, que segundo os desenvolvedores o processo demora de 2 a 7 dias. O animal aprende a evitar cruzar linhas de vedação por um choque elétrico precedido por um sinal sonoro do transponder.

Os animais deitados ou de pé perto de um limite virtual não são afetados. Bovinos que se preparam para se deslocar sobre as linhas de vedação recebem um pré-aviso audível, em seguida, estímulo elétrico finito para que os mesmos voltem ao piquete delimitado pelo produtor rural. Porém, ressaltam que descansar no lado errado ou voltar atrás não incorre em penalidade aos animais, mas apenas mover-se na direção errada leva à ação.

O custo inicial projetado para o colar e o transponder é de US $ 50-70, com ordens de grande volume diminuindo significativamente o custo, tendo também uma taxa anual para software de banco de dados e atualizações.

Outro fator que está impactando no setor agrícola são as mudanças nos padrões de consumo mundial (Mercado vegano no Brasil cresceu cerca de 40%), e o possível declínio de crescimento da população provavelmente mudará o atual modelo comercial do agronegócio global, fazendo com aumente o ativismo do consumidor em matéria de rotulagem dos produtos, ou seja, priorizar alimentos seguros e nutritivos com uma produção de acordo com normas e padrões de responsabilidade e sustentabilidade.

Em última análise, os agricultores precisam de meios que facilitam a comercialização sempre adequados para sua localização. Sendo assim, hoje em destaque no Brasil  temos a Grão Direto, plataforma brasileira que digitaliza a  comercialização de commodities agrícolas, com destaque por oferecer a flexibilidade necessária para que todos os  participantes da cadeia produtiva realizem a  comercialização de grãos dentro da plataforma, com acesso ágil e eficiente às melhores informações.

Os governos aliados a essa revolução digital, podem melhorar a pesquisa científica e a educação agrícola. A inteligência artificial, como chatbots, pode reduzir os custos de educar e informar os produtores rurais. Os produtores rurais podem obter respostas práticas para questões, por exemplo, sobre doenças animais, saúde animal, vacinação, doenças de colheitas, proteção de plantas e semeadura ideal e tempos de colheita na produção agrícola.

Embora essas inovações parecem estar longe de nossa realidade, a revolução digital vai melhorar a vida dos produtores rurais e dos consumidores, especialmente na redução de tempo e recursos desperdiçados, aumentando a produtividade.

Fonte e atualizações: Brookings Institution

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