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Boro na Adubação da Soja



Amélio Dall’Agnol

A nutrição de uma planta de soja depende do aporte de uma série de elementos químicos, alguns demandados em grandes e outros em pequenas quantidades, mas todos igualmente importantes quando considerados essenciais ao normal desenvolvimento do vegetal. O boro é um dos nutrientes essenciais ao desenvolvimento da soja, embora esta cultura seja considerada tolerante à deficiência desse mineral. Por ser exigido em pequenas quantidades, às vezes ele é esquecido na adubação e sua falta pode afetar a produtividade da lavoura. Apenas para ilustrar, para a produção de uma tonelada de grãos de soja são requeridos cerca de 80 kg de nitrogênio, contra apenas 80 gramas de boro; mil vezes menos, mas não menos importante.

Dependendo da textura do solo, a adição de Boro, mesmo em quantidades muito pequenas, pode levar uma planta com deficiência a apresentar toxicidade do mineral. Quando sua suplementação for necessária, as melhores respostas são obtidas quando o nutriente for aplicado no início da fase reprodutiva das plantas, dado que a absorção desse nutriente é lenta na fase inicial de desenvolvimento da soja.

Apesar do boro ser classificado como um micronutriente, isto não indica que sua importância na nutrição da soja seja menor. Micro ou macronutrientes - quando essenciais ao desenvolvimento de uma planta - são igualmente importantes.

O boro é requerido no metabolismo de carbohidratos, na absorção de água, na síntese de proteínas e no desenvolvimento das raízes. Também, auxilia na divisão celular e no metabolismo e transporte de açúcares. Juntamente com o cálcio, atua na formação da parede celular e auxilia no processo de germinação do grão de pólen. Sem o boro pode não haver a formação das sementes, pois sua deficiência afeta o crescimento do tubo polínico e a formação dos vasos condutores.

A deficiência de boro em soja é rara e difícil de visualizar, mas pode manifestar-se via abortamento de flores e vagens. Sua disponibilidade é favorecida pelo pH neutro e sua mobilidade na maioria das plantas é baixa e no solo é alta. Sua carência ocorre mais comumente em solos arenosos e com baixos teores de matéria orgânica. Quando necessária, sua suplementação é mais efetiva se administrada via adubação foliar, para evitar perdas com lixiviação, que podem ser muito significativas.

Segundo a Lei do Mínimo (Liebig), a produtividade de um campo de produção agrícola é determinada - não pela quantidade de fertilizantes disponibilizados à lavoura - mas pelo nutriente essencial disponível em menor quantidade.

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