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Bioeconomia


Decio Luiz Gazzoni
Na semana passada coordenei o Painel em Bioeconomia do Workshop Brasil Suécia, o qual redundou na assinatura de um memorando de entendimentos entre agências dos dois Governos, abarcando pesquisas e desenvolvimento tecnológico para enfrentar as Mudanças Climáticas Globais, ora em curso. A proposta final é concentrar as pesquisas na utilização biomassa vegetal ou animal, tanto para produção de energia quanto para obtenção de produtos químicos e farmacêuticos.

Uma economia de base biológica, ou bioeconomia, utiliza a biomassa em substituição ao petróleo ou gás como insumo energético ou para a indústria de química fina, seja para a produção de fármacos, de especiarias ou mesmo commodities químicas. A biomassa inclui tanto a produção dedicada (madeira de florestas cultivadas, pastagens, óleos vegetais, etc.), resíduos da agricultura ou do processamento de produtos agrícolas (palha, cascas, serragem, cavacos, bagaço, vinhaça, licor negro), ou ainda resíduos orgânicos urbanos (óleos usados, fração orgânica de esgotos, aproveitamento de lixo orgânico).
Produzir biomassa em grande quantidade, a custos compatíveis, é um dos desafios a serem enfrentados. À Embrapa compete apresentar soluções, seja aprimorando cultivos atualmente destinados a outros usos, maximizando a sua produção por unidade de área e de tempo, ou desenvolvendo novas alternativas. Porém, de acordo com a diretriz maior que norteia a geração de inovações na Embrapa, não basta maximizar a produção: ela deve ocorrer com lastro em sistemas de produção e tecnologias intrinsecamente sustentáveis.

Obtida a biomassa, necessitamos de processos igualmente sustentáveis para sua transformação em utilidades sociais, como biocombustíveis, medicamentos, próteses, insumos da química fina, entre outros. Por serem processos da bioeconomia, devem ser igualmente sustentáveis, lastreados na tecnologia mais adequada, com redução das emissões de gases de efeito estufa e, desta forma, completando o ciclo de mitigação das mudanças climáticas. Este foi o mote norteador do Workshop e é sob esta égide que os cientistas do Brasil e da Suécia vão trabalhar conjuntamente, nos próximos anos.

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