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Balanço do mercado da soja no mês de maio



Adelson Gasparin

O mês de maio iniciou com frios intensos e um clima relativamente seco nos Estados Unidos. O fato resultou em um notável atraso no início do plantio das lavouras de milho e soja naquele país. Não o bastante, a partir da segunda quinzena do mês foi a vez do excesso de chuvas atrapalhar o avanço dos trabalhos. E o país, que possui o maior plantel tecnológico em máquinas agrícolas se viu prepotente perante as adversidades climáticas decorrentes. Por fim, ao termino do mês as lavouras de soja estavam apenas 57% plantadas.

E o que estes atrapalhos têm haver com o Brasil? Afinal colhemos a maior safra da história. Pois bem, não apenas com o nosso país, mas com o mundo, tal atraso gera medo e insegurança alimentar nos países orientais, em especial no maior importador de soja, a China, ao passo que os estoques da oleaginosa são os menores da história.

Para agravar a situação, algumas notícias atentaram ainda mais o mercado. Pela primeira vez na história, os EUA importaram soja do Brasil para cumprir embarques com os chineses e não comprometer ainda mais seu quadro crítico de estoques. Greve nos portos argentinos, outro temor que gerou medo no mundo todo, principalmente, aos países que aguardavam o embarque de seus navios naquele país.

O resultado destes acontecimentos alavancou uma alta de 10% sobre as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) em menos de 30 dias. Estes patamares de preços não eram vistos desde outubro do ano passado quando os EUA colheram cerca de 15 milhões de toneladas a menos do que inicialmente era estimado. Como dito antes, os países importadores seguiram demandando a oleaginosa na tentativa de aumentarem suas reservas comprando soja do país que apresenta um dos menores estoques de passagem da história.

No Brasil, para animar os produtores, o preço da oleaginosa subiu mais de 20%. É que além do bom desempenho dos preços na CBOT, a cotação do dólar voltou a estar em destaque no mês de maio, saltando de R$ 2 para R$ 2,14 em reflexo a vários fatores internos e externos como: aumento de 7,5% para 8% na taxa Selic; fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2013; valorização internacional do dólar; novos agravantes na zona do Euro.

E como fica daqui para frente? Conforme os analistas prevêem, os agentes deverão operar de olho no tradicional water market (mercado de clima), sobre o desenvolvimento das lavouras norte-americanas. Este deverá ser o foco das atenções na Bolsa de Chicago até setembro. Em relação ao dólar, espera-se uma intervenção do governo, uma vez que a meta do Banco Central para a moeda segue estimada em R$ 2 até o final de 2013.

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