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Aumentar o rebanho rumo a auto-suficiência


Paulo Schwab
A ovinocultura brasileira passa por um momento que pode ser considerado no mínimo, anacrônico. Apesar de possuirmos um rebanho de mais de 20 milhões de cabeças – volume que até é pequeno para as nossas potencialidades - estamos sendo um bom cliente de outros países, na medida em que somos importador de carne (mais de 50% do consumo interno), pele, lã e derivados, justamente para suprir nossas necessidades. Por diversas vezes através de ações isoladas, já demonstramos capacidade para alterar esta situação, via programas de produção de ovinos. Mas, na maioria das vezes, estes projetos se findam no meio do caminho, salvo raras exceções.

 
Precisamos e podemos alterar este cenário. Precisamos ser donos de nosso próprio mercado e atingirmos o estágio de exportadores destes produtos, assim como o frango, o suíno e o boi conseguiram fazer. Isto se faz com o aumento do rebanho, com a implantação e execução de programas de incentivo à ovinocultura, com a organização de toda a cadeia produtiva e com um intenso trabalho de melhoramento genético de todo o nosso rebanho. Um melhoramento que deve atingir a todos os níveis, desde os animais PO até os que não possuam registro. E isto se faz urgente!
 
Desde sua criação a ARCO tem se pautado por trabalhar na assistência técnica e, de certa forma, na extensão rural do setor, buscando auxiliar os produtores no trabalho de seleção genética e aprimoramento do rebanho. Com o seu fortalecimento como uma entidade que é sinônimo de um “cartório de registros”, agora cada vez mais em nível nacional, ganhamos ainda mais a responsabilidade de direcionar a ovinocultura para a posição de destaque que ela sempre mereceu ter.
 
E começamos este caminho fazendo o tema de casa. Buscamos estruturar a parte administrativa, treinando todo o pessoal para a melhoria no atendimento às necessidades do nosso associado. Já há algum tempo estamos trabalhando no aperfeiçoamento do Banco de Dados e de toda a parte de informática, para permitir que tanto os inspetores técnicos quanto o associado façam suas comunicações de forma fácil e de qualquer parte do país.

 
Na parte de “políticas externas” estamos buscando apoiar a fundação de associações estaduais de criadores, que ajudam na organização da atividade em nível regional. Com isto também fortalecemos ainda mais a presença da ARCO como entidade nacional da ovinocultura. E, para assinalarmos cada vez mais este aspecto, estamos atuando de forma incisiva, nas várias Câmaras Setoriais da Ovinocultura, tanto as estaduais quanto a nacional. Por fim, e não menos importante, realizamos o Iº Encontro Nacional de Inspetores Técnicos da nossa entidade, evento que reuniu profissionais de todo o Brasil, pela primeira vez.  Com tudo isto reafirmamos que estamos trabalhando para que a ARCO seja, cada vez mais, a entidade que trabalha pela ovinocultura em todos os âmbitos, desde o campo até as questões políticas e de regulação da atividade. Buscando elevar o agronegócio ovinos a uma condição de relevância econômica e política, semelhante a que a bovinocultura de corte, por exemplo, tem  hoje. E isto conseguiremos, com certeza.

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