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Ataque do ácaro-da-necrose(Aceria guerreronis) em coqueiro no Estado do Amapá



Aderaldo Batista Gazel Filho

O cultivo do coqueiro (Cocus nucifera L.) vem tendo sua área aumentada no Estado do Amapá, contribuindo para sua expansão o preço que o coco para água atinge no mercado, havendo produtores recebendo entre cinquenta e setenta centavos por fruto.

Com o incremento de seu cultivo, percebe-se um aumento acentuado de pragas e doenças, que embora de ocorrência em vários outros estados do Brasil, não havia relatos no Estado do Amapá, como é o caso do ácaro-da-necrose-do-coqueiro, que é apontado por Moura & Leite (2000) como a principal praga dos frutos do coqueiro em todo o Brasil.

No Amapá, onde a produção é destinada exclusivamente para consumo de água, esta praga pode comprometer seriamente o cultivo do coco. O objetivo deste trabalho é o de registrar a ocorrência do ácaro-da-necrose (Aceria guerreronis), em coqueiro no Estado do Amapá.

Em uma chácara no Distrito de Fazendinha, município de Macapá (AP), detectaram-se plantas de coqueiro com frutos secando. Em observações detalhadas nos frutos afetados, percebeu-se que os mesmos apresentavam manchas escuras, de forma mais ou menos triangular a partir das brácteas, algumas vezes com presença de goma.

Costatou-se tratar da praga conhecida por ácaro-da-necrose-do-coqueiro (Aceria guerreronis). Ferreira et al. (1998a, 1998b) relataram que esse ácaro apresenta tamanho reduzido, alongado e vermiforme, coloração branco-leitosa ou levemente amarelada e brilhante, possuindo dois pares de patas na parte anterior do corpo e abertura anal na extremidade posterior.

Ferreira et al. (1998a) relataram que o ácaro desenvolve-se sob as brácteas de frutos novos provocando uma clorose, devido sugarem a seiva. As manchas cloróticas tem um formato triangular com a base do triângulo nas brácteas. Ao aumentarem em tamanho sempre em direção à extremidade do fruto, passam a apresentar uma coloração marrom. Com o crescimento do fruto, a região afetada apresenta-se necrosada, com rachaduras superficiais e longitudinais de cor marrom escura e aspecto áspero.

Moura & Leite (2000), indicaram que o fruto pode ter reduzido o seu tamanho em até 50%. Moura & Leite (2000), sugeriram o combate dos focos iniciais com a aplicação de acaricidas. Ferreira et al (1998a), citando Mariau & Tchibozo, indicaram que a aplicação de monocrotofós (Nuvacron?) a 0,4% com intervalos de aplicação de 21 dias, resultou na diminuição do ataque, entretanto, fizeram a ressalva da dificuldade do controle químico, devido à localização dos ácaros sob as brácteas.

Considerando-se a importância que o cultivo do coqueiro vem assumindo no Amapá, no que concerne à expansão da área plantada e pela rentabilidade que vem oferecendo ao produtor e também pela ocorrência de novas pragas e doenças, este cultivo deve receber atenção especial dos órgãos governamentais e produtores no que se refere à utilização de material básico de qualidade para o plantio, assim como medidas para o controle fitossanitário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, J.M.S.; LIMA, M.F. de; SANTANA, D.L. de Q.; MOURA, J.I.L.; SOUZA, L.A. de. Pragas do coqueiro. In: FERREIRA, J.M.S.; WARWICK, D.R.N.; SIQUEIRA, L.A., ed. A cultura do coqueiro no Brasil. Brasília: EMBRAPA-SPI / Aracaju: EMBRAPA-CPATC, 1998a. p.189-267.

FERREIRA, J.M.S.; LIMA, M.F. de; SANTANA, D.L. de Q.; MOURA, J.I.L. Pragas do coqueiro. In: BRAGA SOBRINHO, R.; CARDOSO, J.E.; FREIRE, F. das C. O., ed. Pragas de fruteiras tropicais de importância agroindustrial. Brasília: EMBRAPA-SPI / Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1998b. p.81-118.

MOURA, J.I.L.; LEITE, J.B. Ocorrência de pragas no coqueiro (Cocos nucifera L.) cultivado em sistema agroflorestal na região sul da Bahia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 3., 2000, Manaus. Resumos Expandidos. Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental, 2000. p.238-241.

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