Embrapa Roraima - Na Amazônia, uma grande proporção de seus solos apresenta elevada acidez, baixa disponibilidade de fósforo (P) e uma alta saturação de alumínio. Em alguns casos, a capacidade de fixação de P é alta e sua absorção pelas plantas é baixa, tornando-se necessário a aplicação de doses relativamente altas, de modo a satisfazer os requerimentos nutricionais das plantas forrageiras. No processo tradicional de formação e utilização de pastagens cultivadas da Amazônia, após a queima da floresta, grande quantidade de nutrientes são adicionados ao solo através das cinzas, aumentando de forma significativa sua fertilidade e praticamente neutralizando o alumínio trocável. Nutrientes como o cálcio e magnésio permanecem em níveis bastante elevados. O potássio pode permanecer, em níveis satisfatórios para manter a produtividade das pastagens.
A matéria orgânica e o nitrogênio permanecem em níveis aceitáveis, apesar das periódicas queimadas. No entanto, os teores de P, com o decorrer do tempo, declinam acentuadamente, até atingir níveis praticamente indetectáveis, como se
verifica em pastagens com mais de dez anos de utilização. A baixa disponibilidade deste nutriente tem sido identificada como a principal causa para a instabilidade das pastagens cultivadas na Amazônia. O alto requerimento de P pelas gramíneas e/ou leguminosas cultivadas, associadas com perdas pela erosão, retirada pelos animais em pastejo e a competição que as plantas invasoras exercem, implica na queda de produtividade e a conseqüente degradação das pastagens. O conteúdo total de P nos solos tropicais é bastante variável - desde 200 até 3.300 mg/kg. No entanto, os níveis de P disponível para o estabelecimento e crescimento das plantas forrageiras são muito baixos (< 5 mg/kg, Bray II).
Isto se deve ao fato de que a maior parte do P presente no solo está na forma orgânica e em combinação com óxidos de fero e alumínio, os quais apresentam baixa solubilidade, além de aumentarem consideravelmente a capacidade de fixação do P, especialmente quando se utiliza fontes mais solúveis. Trabalhos realizados em diversas localidades da Amazônia com o objetivo de avaliar o efeito de macro e micronutrientes na produção de forragem de diversas gramíneas (Brachiaria decumbens, B. humidicola, B. brizantha cv. Marandu, Panicum aximum cvs. Tanzânia, Vencedor, Massai, Mombaça e Centenário, Pennisetum purpureum e Hyparrhenia rufa) e leguminosas forrageiras (Stylosanthes guianensis, Centrosema pubescens, Arachis pintoi, Acacia angustissima, Leucaena leucocephala e Desmodium ovalifolium). Para todas as espécies, o nutriente mais limitante foi o P, cuja ausência na adubação completa proporcionou as maiores reduções no endimento de forragem e, consequentemente, na absorção de nutrientes. Os efeitos de potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes foram menos acentuados, embora em outros estudos a aplicação de níveis mais altos de P (150 kg de P2O5/ha) implicaram no aparecimento de sintomas de deficiência de potássio, sugerindo que, nesses casos, a adubação potássica possa ser necessária. As plantas forrageiras apresentam grandes variações quanto aos seus requerimentos por P. Deste modo, o conhecimento dos níveis críticos internos (NCI) é muito importante, visando o diagnóstico do estado nutricional ou o estabelecimento da necessidade de adubação fosfatada, bem como a identificação daquelas espécies menos exigentes ou mais eficientes na absorção de P. O NCI indica o teor de P no tecido vegetal abaixo do qual há probabilidade de respostas significativas à adição do nutriente ao solo. Para as condições edáficas de Rondônia foram determinados os NCI para as principais gramíneas e leguminosas forrageiras utilizadas na formação de pastagens: Andropogon gayanus - 0,135%; B. brizantha - 0,162%; B. decumbens - 0,137%; B. humidicola - 0,140%; Paspalum atratum cv.
Pojuca - 0,153%; P. maximum cv. Centenário - 0,178%; A. angustissima - 0,169;
A. pintoi cv. Amarillo - 0,200%;Cajanus cajan - 0,197%; D. ovalifolium - 0,169% e Pueraria phaseoloides - 0,171. Em Rondônia, avaliando-se o efeito da adubação fosfatada (0, 50 e 100 kg de P2O5/ha), em 10 gramíneas forrageiras, observou-se que A. gayanus cv. Planaltina, P. maximum cv. Tobiatã e B. humidicola foram as que apresentaram maior eficiência de absorção de P e, consequentemente, na produção de forragem. A determinação dos níveis mais adequados da fertilização fosfatada, para o estabelecimento e/ou manutenção de pastagens, tem sido objetivo de diversos experimentos conduzidos na região Amazônica. Em geral, observa-se que a aplicação de pequenas quantidades de P (25 a 35 kg de P2O5/ha) resultam, em pelo menos, no dobro da produção de forragem em pastagens degradadas. Embora se verifiquem aumentos gradativos no rendimento de forragem com a aplicação de doses maiores, pelo menos a curto prazo (um a dois anos), não há necessidade de adição de quantidades superiores a 50 kg de P2O5/ha.
No Pará, observou-se que a aplicação de 75 kg de P2O5/ha incrementou a produção de forragem de P. maximum em cerca de dez vezes, em relação à pastagem não fertilizada, valor este semelhante ao obtido com o nível de 150 kg de P2O5/ha.
Em Rondônia, para pastagens de B. humidicola e A. gayanus cv. Planaltina, foram obtidos incrementos na produção de forragem de 92,4 e 46,9 %, respectivamente, com a aplicação de 50 kg de P2O5/ha. Em um Latossolo Amarelo, textura média do Amapá, estimou-se em 98,8 kg de P2O5/ha a dose de máxima eficiência técnica para pastagens de B. humidicola. Para o Amazonas e Rondônia, sugerem-se como alternativa viável para a adubação de pastagens de P. maximum, B. decumbens e Hyparrhenia rufa, respectivamente, 50 a 75 kg de P2O5/ha, a qual deve ser realizada após o rebaixamento da vegetação existente, através da roçagem ou pela utilização de elevadas pressões de pastejo. Para C. cajan, a aplicação de 50 kg de P2O5/ha resultou num incremento de 38,3% na produção de forragem comestível, além de promover efeitos positivos em sua qualidade, notadamente no conteúdo de nitrogênio e fósforo. Na Amazônia, o fósforo é o nutriente mais limitante para o estabelecimento, manutenção e persistência das pastagens cultivadas, sendo, por conseguinte, um dos principais fatores de instabilidade do sistema solo-planta-animal. Deste modo, a fertilização fosfatada consiste numa prática indispensável à recuperação da capacidade produtiva das pastagens. Em geral, aplicações periódicas de pequenas quantidades de fósforo (25 a 50 kg de P2O5/ha), no mínimo a cada dois anos, resulta, em pelo menos, o dobro da produção de forragem, com reflexos altamente positivos e significativos na capacidade de suporte e, consequentemente no desempenho animal. No entanto, a adoção de práticas de manejo que envolva a utilização de germoplasma forrageiro com baixo requerimento de nutrientes e com alta capacidade de competição com as plantas invasoras e sistemas e pressões de pastejo compatíveis com a manutenção do equilíbrio do ecossistema, podem ser considerados como a chave para assegurar a produtividade das pastagens cultivadas por longos períodos de tempo, nas áreas de floresta do trópico úmido brasileiro.
A matéria orgânica e o nitrogênio permanecem em níveis aceitáveis, apesar das periódicas queimadas. No entanto, os teores de P, com o decorrer do tempo, declinam acentuadamente, até atingir níveis praticamente indetectáveis, como se
verifica em pastagens com mais de dez anos de utilização. A baixa disponibilidade deste nutriente tem sido identificada como a principal causa para a instabilidade das pastagens cultivadas na Amazônia. O alto requerimento de P pelas gramíneas e/ou leguminosas cultivadas, associadas com perdas pela erosão, retirada pelos animais em pastejo e a competição que as plantas invasoras exercem, implica na queda de produtividade e a conseqüente degradação das pastagens. O conteúdo total de P nos solos tropicais é bastante variável - desde 200 até 3.300 mg/kg. No entanto, os níveis de P disponível para o estabelecimento e crescimento das plantas forrageiras são muito baixos (< 5 mg/kg, Bray II).
Isto se deve ao fato de que a maior parte do P presente no solo está na forma orgânica e em combinação com óxidos de fero e alumínio, os quais apresentam baixa solubilidade, além de aumentarem consideravelmente a capacidade de fixação do P, especialmente quando se utiliza fontes mais solúveis. Trabalhos realizados em diversas localidades da Amazônia com o objetivo de avaliar o efeito de macro e micronutrientes na produção de forragem de diversas gramíneas (Brachiaria decumbens, B. humidicola, B. brizantha cv. Marandu, Panicum aximum cvs. Tanzânia, Vencedor, Massai, Mombaça e Centenário, Pennisetum purpureum e Hyparrhenia rufa) e leguminosas forrageiras (Stylosanthes guianensis, Centrosema pubescens, Arachis pintoi, Acacia angustissima, Leucaena leucocephala e Desmodium ovalifolium). Para todas as espécies, o nutriente mais limitante foi o P, cuja ausência na adubação completa proporcionou as maiores reduções no endimento de forragem e, consequentemente, na absorção de nutrientes. Os efeitos de potássio, enxofre, cálcio e micronutrientes foram menos acentuados, embora em outros estudos a aplicação de níveis mais altos de P (150 kg de P2O5/ha) implicaram no aparecimento de sintomas de deficiência de potássio, sugerindo que, nesses casos, a adubação potássica possa ser necessária. As plantas forrageiras apresentam grandes variações quanto aos seus requerimentos por P. Deste modo, o conhecimento dos níveis críticos internos (NCI) é muito importante, visando o diagnóstico do estado nutricional ou o estabelecimento da necessidade de adubação fosfatada, bem como a identificação daquelas espécies menos exigentes ou mais eficientes na absorção de P. O NCI indica o teor de P no tecido vegetal abaixo do qual há probabilidade de respostas significativas à adição do nutriente ao solo. Para as condições edáficas de Rondônia foram determinados os NCI para as principais gramíneas e leguminosas forrageiras utilizadas na formação de pastagens: Andropogon gayanus - 0,135%; B. brizantha - 0,162%; B. decumbens - 0,137%; B. humidicola - 0,140%; Paspalum atratum cv.
Pojuca - 0,153%; P. maximum cv. Centenário - 0,178%; A. angustissima - 0,169;
A. pintoi cv. Amarillo - 0,200%;Cajanus cajan - 0,197%; D. ovalifolium - 0,169% e Pueraria phaseoloides - 0,171. Em Rondônia, avaliando-se o efeito da adubação fosfatada (0, 50 e 100 kg de P2O5/ha), em 10 gramíneas forrageiras, observou-se que A. gayanus cv. Planaltina, P. maximum cv. Tobiatã e B. humidicola foram as que apresentaram maior eficiência de absorção de P e, consequentemente, na produção de forragem. A determinação dos níveis mais adequados da fertilização fosfatada, para o estabelecimento e/ou manutenção de pastagens, tem sido objetivo de diversos experimentos conduzidos na região Amazônica. Em geral, observa-se que a aplicação de pequenas quantidades de P (25 a 35 kg de P2O5/ha) resultam, em pelo menos, no dobro da produção de forragem em pastagens degradadas. Embora se verifiquem aumentos gradativos no rendimento de forragem com a aplicação de doses maiores, pelo menos a curto prazo (um a dois anos), não há necessidade de adição de quantidades superiores a 50 kg de P2O5/ha.
No Pará, observou-se que a aplicação de 75 kg de P2O5/ha incrementou a produção de forragem de P. maximum em cerca de dez vezes, em relação à pastagem não fertilizada, valor este semelhante ao obtido com o nível de 150 kg de P2O5/ha.
Em Rondônia, para pastagens de B. humidicola e A. gayanus cv. Planaltina, foram obtidos incrementos na produção de forragem de 92,4 e 46,9 %, respectivamente, com a aplicação de 50 kg de P2O5/ha. Em um Latossolo Amarelo, textura média do Amapá, estimou-se em 98,8 kg de P2O5/ha a dose de máxima eficiência técnica para pastagens de B. humidicola. Para o Amazonas e Rondônia, sugerem-se como alternativa viável para a adubação de pastagens de P. maximum, B. decumbens e Hyparrhenia rufa, respectivamente, 50 a 75 kg de P2O5/ha, a qual deve ser realizada após o rebaixamento da vegetação existente, através da roçagem ou pela utilização de elevadas pressões de pastejo. Para C. cajan, a aplicação de 50 kg de P2O5/ha resultou num incremento de 38,3% na produção de forragem comestível, além de promover efeitos positivos em sua qualidade, notadamente no conteúdo de nitrogênio e fósforo. Na Amazônia, o fósforo é o nutriente mais limitante para o estabelecimento, manutenção e persistência das pastagens cultivadas, sendo, por conseguinte, um dos principais fatores de instabilidade do sistema solo-planta-animal. Deste modo, a fertilização fosfatada consiste numa prática indispensável à recuperação da capacidade produtiva das pastagens. Em geral, aplicações periódicas de pequenas quantidades de fósforo (25 a 50 kg de P2O5/ha), no mínimo a cada dois anos, resulta, em pelo menos, o dobro da produção de forragem, com reflexos altamente positivos e significativos na capacidade de suporte e, consequentemente no desempenho animal. No entanto, a adoção de práticas de manejo que envolva a utilização de germoplasma forrageiro com baixo requerimento de nutrientes e com alta capacidade de competição com as plantas invasoras e sistemas e pressões de pastejo compatíveis com a manutenção do equilíbrio do ecossistema, podem ser considerados como a chave para assegurar a produtividade das pastagens cultivadas por longos períodos de tempo, nas áreas de floresta do trópico úmido brasileiro.