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A pecuária brasileira corre perigo!


José Annes Marinho
Os resultados expressivos da pecuária brasileira mostram que o rebanho dobrou nos últimos 36 anos, passando de 102,5 milhões de cabeças para 204 milhões, no entanto eles correm perigo! Vocês sabem quais são os motivos? Podemos citar alguns mais eminentes: os custos elevados, a margem de retorno cada vez menor, o abate enorme de fêmeas, a falta de investimentos no setor, o mercado concentrado com poucas opções aos produtores para vendas. Esses são alguns dos problemas, além da pressão por terras antes utilizadas pela pecuária e agora sendo incorporadas por grãos, exatamente pelo fato do mercado estar pagando pouco por uma produção com custos elevados.

Mas qual seria a melhor forma de escapar destes problemas? Seria investindo mais? Seria fazendo a integração lavoura-pecuária? Talvez esteja nesta última sugestão a forma de não sofrer com as intempéries do mercado. Alguns resultados mostram que, por exemplo, o sistema “Santa Fé” desenvolvido pela EMBRAPA, gerou ganhos tanto na pecuária como na produção de grãos. Outros sistemas utilizados com o “barreirão” podem ser uma alternativa para as oscilações do mercado.
Em outras ocasiões citamos que nossa média de natalidade gira em torno de 56%, ou seja, para cada 100 matrizes, nascem 56 bezerros, ou seja, 44 matrizes estão comendo, bebendo a custa do pecuarista. Esse é um grande desafio aos produtores: melhorar o controle do rebanho para que os resultados cheguem aos patamares de 80%, números exemplares nas condições brasileiras e plenamente factíveis. Mas é claro: com planejamento.
Os sistemas utilizados como exemplo demonstram o que o pecuarista mais deseja: redução do período dos animais nas pastagens, ganho de peso e menor tempo, manutenção dos parâmetros químicos e físicos do solo, como consequência a redução do tempo para abate dos animais em 50%, ou seja, de 20 a 22 meses, para estarem com 450 kg.

Mas não podemos deixar de pensar que tudo isso é viável. Os exemplos estão aí para serem seguidos e melhorados. As manifestações que estão ocorrendo no país nos mostram que é possível: com muito trabalho, esforço e dedicação podemos ter melhores resultados.
O que não podemos esquecer é que a pecuária corre perigo. Produtores estão vendendo suas áreas, arrendando e/ou até mesmo abandonado à atividade. Os exemplos são vivos: falta de bezerros, falta de matrizes, mas e o preço? Pelo visto continua praticamente o mesmo! Esse é um fator determinante para mantermos a motivação dos pecuaristas, mas não podemos esquecer que se as mudanças não surgirem, a pecuária brasileira corre perigo, irá definhar. A hora para mudar é agora, mas precisamos de união para que isso venha a ocorrer! O perigo está batendo na porta do setor pecuário.

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