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185 MILHOES EM AÇÃO! PRA FRENTE, BRASIL!


Cláudio Boriola

Sabe aquela frase clichê que todo mundo um dia já pronunciou ou já ouviu de alguém: “o futebol é uma caixinha de surpresas”? Sim, até hoje, muitos ainda a falam. E não deixa de ser uma verdade. Nada no futebol é óbvio, nada ocorre como o esperado. Sempre há o “elemento surpresa” (mais um clichê!) que muda o resultado de um jogo e faz a diferença. Já no comércio, o funcionamento é diferente. O bom comerciante precisa ser estratégico e planejar cada passo do seu empreendimento. Mais ainda, quando se trata daquelas lojas que acompanham o calendário e mudam o foco de acordo com o período do ano. As populares “lojas de época”, que vendem artigos para as festas do decorrer do ano, fazem promoções, etc.

Faltando mais ou menos dois meses para o início da Copa do Mundo de futebol, lojistas prevenidos e espertos já vendiam artigos voltados para uma das maiores paixões do brasileiro. Na Rua 25 de março, em São Paulo, um dos principais centros de comércio popular do País, as lojas tiveram um aumento de 10% no faturamento, em comparação com o mesmo período em anos anteriores. Isso mostra que a Copa do Mundo consegue superar até mesmo as tradicionais festas juninas, normalmente a principal atenção do comércio desde meados do mês de maio, estendendo-se até julho com as festas juninas (embora atrasadas, já consideradas parte da festividade).

 

Os preços são baixos: a bandeirinha de plástico sai por R$ 0,33 a unidade, enquanto o pacote com cinqüenta unidades custa apenas R$ 10,00. As perucas variam de R$ 3,50 a R$ 9,00 e as cornetas, R$ 1,50, em média. Entre os itens mais curiosos que também tiveram as suas vendas aumentadas, estão os esmaltes de unha nas cores verde e amarelo e novelos de lã, nestas mesmas cores. Até quem não é muito chegado em futebol, acaba se rendendo à festa e participa.

 

E quem pensa que a febre verde-amarela só atinge o comércio popular está muito enganado. Mesmo as lojas mais sofisticadas, cujos produtos comercializados são bem mais caros do que os da 25 de Março, também apostam na Copa do Mundo para aumentar as vendas. As lojas de eletroeletrônicos colocam seus aparelhos de TV de plasma (sonho de consumo de qualquer torcedor) em destaque. Relojoarias expõem peças com as cores do Brasil, que chegam a custar cerca de dez mil reais. Isso, sem falar nas jóias, todas lindas, brilhantes e chamativas. O curioso é que nem dá para sair na rua com uma peça dessas... mas isso já é assunto para outro texto.

 

Os enfeites não ocupam somente as lojas. Nas ruas, tanto das periferias como do centro, vimos os mais diversos tipos de enfeites. Desde pinturas no chão e nos muros, até fitas e balões de papel pendurados nos postes. Cogita-se que para se enfeitar uma rua com pinturas, são gastos entre R$ 100 e R$ 150. Mas nem tudo é festa. A empolgação também gera preocupação, principalmente quando se lida com postes da rede elétrica. Tanto é que no Rio de Janeiro, a Light, empresa fornecedora de energia elétrica, pôs no ar uma campanha publicitária para alertar a população quanto aos riscos.

 

No período de Copa do Mundo também pipocam os bolões. Na empresa, entre os amigos do bairro e, é claro, os virtuais, espalhados pela internet. Sempre aparece alguma aposta para fazer, com os valores mais variados.

 

Em tempos de copa, porém, as dicas não mudam muito em relação a outros períodos e outras festas. Na hora da empolgação é difícil, mas tente agir com cautela e procure ter na ponta da língua o que você pode gastar com itens supérfluos. Lembre-se: você pode até ganhar uma bolada ao entrar num bolão de apostas acertando os resultados dos jogos, mas antes disso terá gasto uma quantia que não podia. Comprar ou não uma super ultra TV de plasma não vai mudar em nada a atuação do time do Brasil em campo. Talvez você identifique um pouco melhor os jogadores, mas nada de muito significativo. Até porque, durante um jogo do Brasil numa Copa do Mundo, a bagunça entre os amigos é tanta que só se olha para a TV na hora em que o narrador se exalta com algum lance. Neste caso, o custo-benefício é baixíssimo. Mesmo os itens mais baratos, como bandeirinhas e cornetas devem ser consumidos com moderação. Ou seja, é possível torcer pelo Brasil sem ficar no vermelho, somente curtindo o verde, o amarelo, o azul e o branco da nossa bandeira.

 

Cláudio Boriola - Consultor financeiro, conferencista, especialista em economia doméstica e direitos do consumidor. Fundador e Presidente do Grupo Boriola Consultoria www.boriola.com.br. Autor do livro Paz, Saúde e Crédito - Editora Mundial, batizado por Paulo Henrique Amorim como "A bíblia dos endividados", e do Projeto para inclusão da disciplina "Educação Financeira nas Escolas".

Palestras  Tel.: (17) 3014-3047 / (17) 3232-8871.

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