Podridão negra
Podridão preta (Botryosphaeria obtusa) Culturas Afetadas: Pera
Sinônimo: Physalospora malorum, Physalospora obtusa
A podridão negra, cujo anamorfo é Sphaeropsis malorum, é uma doença comum nas regiões produtoras de pomáceas, onde causa perdas tanto no campo, por causa do enfraquecimento das plantas, como em pós colheita. A doença ataca os frutos, ramos e folhas, causando desfolha e, em geral, enfraquecendo a planta. As perdas causadas pela podridão dos frutos podem atingir valores entre 25-50%. Essa doença é comum em quase todas as regiões produtoras de pêra na América do Norte e do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Europa, Índia e Zimbábue. Botryosphaeria obtusa é patógeno comum a várias rosáceas, porém há registros de danos em espécies de Anacardiaceae, Arecaceae, Leguminosae, Verbenaceae e Vitaceae.
Danos: Os sintomas típicos da doença são cancros nos ramos e manchas foliares que produzem desfolha, enfraquecimento da planta e podridão dos frutos. Os primeiros sintomas nas folhas aparecem como pequenas manchas púrpuras 1-3 semanas após a queda das pétalas, evoluindo para lesões circulares de 4-5 mm de diâmetro, as margens permanecem púrpuras e o centro torna-se canela a marrom, dando-lhe a aparência de olho de rã. As folhas fortemente infectadas ficam cloróticas e caem.
A infecção dos frutos pode ocorrer logo após sua formação, assim que as escamas das gemas começam a se destacar; a infecção das sépalas é a forma mais comum de infecção inicial. Os primeiros sintomas aparecem como diminutas manchas que se tornam púrpuras, limitadas por um anel vermelho e, em poucas semanas, todo o lóbulo da sépala é invadido e se torna marrom-escuro. A infecção das sépalas se traduz, mais tarde, na podridão do estremo floral do fruto. Após a queda das pétalas, a infecção nos frutos jovens começa como manchas avermelhadas que evoluem para pústulas púrpuras de 0,1-1,0 mm de diâmetro, e têm um aumento rápido de tamanho somente quando os frutos começam a amadurecer. As lesões incipientes nos frutos mais maduros frequentemente são negras, irregulares e rodeadas por um halo vermelho. Assim que as manchas aumentam de tamanho, se forma uma série de anéis concêntricos, alternando desde negros até marrons. As lesões têm consistência firme e não deprimidas. Os picnídios aparecem dispersos na superfície das lesões mais velhas.
Os frutos terminam mumificados, permanecendo pendurados na árvore. A podridão da cavidade das sementes ou "coração" é outro sintoma associado com a infecção do início da estação. Quando a infecção dos carpelos ocorre no começo da estação, há uma queda prematura dos frutos em um mês após a queda das pétalas, mas alguns frutos infectados permanecem na árvore, amadurecem 3-6 semanas antes da época de colheita e, com freqüência, caem antes que a podridão seja visível na sua superfície.
Os cancros na superfície dos ramos começam como áreas ligeiramente deprimidas, marrom avermelhadas, algumas não aumentam de tamanho, mas outras chegam até 0,5 m de comprimento ou mais. O cancro pode ter diferentes aspectos: uma simples rugosidade superficial da casca ou a morte da casca até o nível da madeira, ficando completamente rachada. Os ramos infectados enfraquecem e podem se quebrar com o peso da carga dos frutos, outras vezes, o ramo é circundado pelo cancro e morre.
Controle: Existem diferentes graus de suscetibilidade entre as variedades comerciais, porém não há nenhuma totalmente resistente. Realizar a poda dos ramos secos e coletar os frutos mumificados, retirar do pomar todo o material contaminado e queimá-lo ou enterrá-lo. Pulverizações com fungicidas específicos registrados para as culturas, com uma frequência de 10-15 dias, começando no estádio de ápice prateado, proporcionam bom controle da podridão negra.