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Safra 2014 de Café no Brasil



Conselho Nac. do Café - CNC
BALANÇO SEMANAL — 06 a 10/01/2014
- Ano começa com divulgação de estimativas para a safra 2014 de café no Brasil. Entre as possibilidades, a safra cheia atual poderá ser menor que a 2013, ano de baixa.
SAFRA 2014 DE CAFÉ NO BRASIL — A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, na quinta-feira, 9 de janeiro, sua primeira estimativa para a safra 2014 de café no Brasil. A estatal apontou uma colheita entre 46,535 milhões e 50,151 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado. Os valores desse intervalo podem representar uma quebra de 5,4% — criando a possibilidade de uma safra de ciclo alto poder se situar abaixo de uma de menor volume — a um crescimento de 2% na comparação com o ciclo cafeeiro 2013, quando foram produzidas 49,15 milhões de sacas.

Do total projetado pela estatal, entre 35,076 milhões e 37,530 milhões de sacas são referentes à variedade arábica e de 11,459 milhões a 12,621 milhões dizem respeito à conilon. De acordo com o levantamento da Conab, houve redução na produção de café arábica, que poderá apresentar recuos entre 2% e 8,4% na comparação com 2013. Já o robusta deverá registrar incremento de 5,5% a 16,2% frente ao volume colhido no ano passado.
Os números apresentados pelo Governo Federal vão ao encontro do que temos observado no campo, especialmente em relação às lavouras de café arábica, que tiveram redução de área em razão dos preços aviltados que desestimularam os produtores a investir na atividade e a realizar os tratos culturais adequados. Além disso, a Conab justificou a quebra com a inversão da bienalidade em algumas regiões produtoras, como a Zona da Mata de Minas Gerais, e a ocorrência de adversidades climáticas, como a geada que atingiu o parque cafeeiro do Paraná em 2013.
Área e produtividade — Em seu primeiro levantamento para a safra 2014, a estatal apontou uma queda de 3% na área destinada ao cultivo de café, que declinou de 2,016 milhões de hectares para os atuais 1,955 milhão de hectares em produção. Isso implica que a produtividade da temporada atual se encontra entre 23,80 sacas por hectare e 25,65 sc/ha.
ESPECULAÇÃO MENOR — Chamou-nos a atenção, também nesta semana, um comunicado da exportadora suíça Volcafe, divisão de café da trading ED&F Man, que apontou que a safra 2014/15 do Brasil deve cair bem abaixo das expectativas, como resultado de uma intensa poda e de um estresse das árvores depois de duas boas colheitas consecutivas. A trading reduziu sua previsão para 51 milhões de sacas de 60 kg, ante 60 milhões previstas em novembro, numa revisão de expectativa que coloca os números mais próximos daqueles que podem ser alcançados.

Esse é um número que demonstra os “pés no chão” por parte da exportadora, haja vista que vieram próximos à realidade, apenas levemente superiores ao maior intervalo previsto pela Conab. Esse amadurecimento da Volcafe demonstra que é fundamental reconhecer que os números devem ser trabalhados de forma mais consistente para que os produtores não percam o ânimo para continuar produzindo. Essa consciência é importante e merece elogios por parte do CNC. O ideal é que as demais empresas tenham posturas parecidas, trazendo a realidade à tona e não jogando com supervolumes com o objetivo único de aviltar os preços e, por conseguinte, sufocar os produtores mundiais de café.
MERCADO — Os preços do café arábica iniciaram o ano em recuperação, a qual foi motivada pelas previsões de menores volumes a serem colhidos no Brasil na temporada 2014/15. O vencimento março de 2014 do contrato C encerrou a quinta-feira a US$ 1,1935 por libra-peso, representando alta acumulada de 300 pontos na semana. Com isso, o café foi posicionado como a segunda commodity com melhor desempenho financeiro nos últimos 30 dias (conforme gráfico abaixo).
Estimativas de safra divulgadas pela Volcafe, Conab e Somar Meteorologia indicam que a próxima safra brasileira será substancialmente menor do que os números anteriormente previstos, que vinham causando sucessivas quedas no mercado. Segundo informações concedidas pela Somar Meteorologia à AgênciaBloomberg, além dos impactos da redução dos tratos culturais e da adoção de podas drásticas visando à redução de custos de produção, o cinturão cafeeiro nacional também foi afetado por chuvas acima da média no mês de dezembro, que totalizaram 650 mm nas áreas produtoras de Minas Gerais e do Espírito Santo, o triplo da média mensal dessa região. 

O mercado futuro da variedade robusta também registrou tendência de valorização nesta semana, a despeito das previsões de aumento das vendas de café pelos vietnamitas antes do feriado de Ano Novo, comemorado no final de janeiro. O vencimento março de 2014 do contrato 409 da NYSE Liffe ganhou US$ 83/t até o fechamento de ontem, que se deu a US$ 1.727/t.

No mercado doméstico brasileiro, os preços do café arábica e conilon seguiram a tendência internacional de valorização. Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta encerraram a quinta-feira a, respectivamente R$ 293,06/sc e R$225,48/sc, representando variação acumulada de 1,5% e 2% na semana. 
O dólar também apresentou tendência de alta até o fechamento da quinta-feira, principalmente refletindo os impactos da divulgação da ata da última reunião do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês). Nela, a autoridade monetária sugere que a redução nos estímulos deve continuar no próximo mês. A cotação do dólar no Brasil apresentou alta acumulada de 1%, encerrando a quinta-feira a R$ 2,3975.

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