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Recuperação de áreas degradadas utilizando microrganismos


Alexander Silva de Resende
Alexander Silva de Resende, Eduardo F C Campello e Avílio Antônio Franco - pesquisadores Embrapa Agrobiologia

O uso de plantas da família das leguminosas inoculadas com bactérias fixadoras de nitrogênio não é nenhuma novidade no País. O caso mais famoso de sucesso é o da soja brasileira.  O fato de não aplicarmos fertilizantes nitrogenados na soja cultivada no país, tem gerado uma economia superior a 6 bilhões de reais ao ano, com aquisição desse insumo, além de uma enorme economia de energia fóssil, utilizada normalmente para a síntese do nitrogênio em amônio.

O responsável por isso é a pesquisa brasileira, que ao introduzir a soja por aqui e adaptá-la ao clima tropical, optou por fazer um melhoramento genético voltado também para selecionar plantas capazes de produzir mais grãos com menor dependência de fertilizantes químicos nitrogenados. Para tanto, as bactérias conhecidas vulgarmente como rizóbio, desempenharam papel crucial.
No entanto, a fixação biológica de nitrogênio, fenômeno natural, vem sendo otimizada também em outras culturas agrícolas, como o feijão, feijão cowpea, cana-de-açúcar, milho, trigo, etc.
Na recuperação de áreas degradadas o uso desses pequenos organismos de ocorrência natural, vem sendo um forte aliado há mais de 20 anos. Para tanto são utilizadas plantas da família das leguminosas, de porte arbóreo normalmente. Essas plantas são produzidas a partir do processo convencional de mudas, com a adição á semente desse inóculo, específico para cada espécie. Hoje já existem inoculantes para mais de 90 espécies de leguminosas arbóreas, que tem apresentado grande sucesso em áreas de mineração de ferro, ouro, bauxita, areia, recuperação de voçorocas, áreas de empréstimos, corte de estradas, etc.
O segredo está justamente no fato de buscar-se estirpes de bactérias mais eficientes para cada espécie de planta e, adicionar ainda, fungos micorrízicos, que ajudam a planta a aumentar sua capacidade de absorver água e nutrientes e consequentemente, ser mais resistente ao forte stress a que se submetem em áreas degradadas.

Em áreas fortemente impactadas, essa tecnologia acaba sendo a mais barata disponível no mercado e, com o tempo, recuperando as funcionalidades da área, o processo de sucessão ecológica é ativado, fato comprovado pela grande entrada de novas espécies e o trânsito de animais de área.
Para mais informações sobre a técnica vale a pena acessar www.cnpab.embrapa.br
Um forte abraço.   

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