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Ótimas tendências para os BRICs, Brasil, investimentos das multis e agronegócios no Brasil


Climaco Cezar de Souza
MUNDO
Comparando com as grandes economias mais a Grécia, a situação atual do Brasil é boa; até melhor em alguns itens e tende a melhorar progressivamente.

Em 2012, o Brasil foi o terceiro maior do Mundo a receber Investimentos Diretos Estrangeiros.

Nossas reservas internacionais em julho/2013 eram a quinta maior do Mundo, atingindo US$ 374,0 bilhões, uma situação muito confortável para garantir recursos para os fundamentais investimentos em infra-estrutura (que ampliarão muito nossa competitividade e reduzirão o tal “Custo Brasil”, já bem irreal como veremos a seguir) e também para brigar com os constantes especuladores cambiais. Boa parte destas reservas é advinda do sucesso continuado dos agronegócios na balança comercial anual.
Conforme estudos da importante Consultoria PWC - PriceWaterhouse & Coopers em janeiro/2013 - confirmando projeções anteriores do Goldman Sachs em 2005 -, o Brasil deve alcançar o quarto PIB do Mundo em 2030 e evoluir para o quarto PIB em 2050. De acordo com o estudo, “China, Índia, Brasil e outros mercados emergentes ganharão importância pelos baixos custos de produção e pelo tamanho dos seus mercados de consumo”. VIDE: http://www.pwc.com/en_GX/gx/world-2050/assets/pwc-world-in-2050-report-january-2013.pdf.

Em 2005, o Banco Goldman Sachs já previa tal situação para o PIB Normal (não PIB PPP – Paridade do Poder de Compra), agora confirmada pela PWC (embora muitos ainda não aceitem ou acreditem).
 
Conforme estudos da AGROCONSULT (disponíveis na Internet), a China e a Índia ampliam anualmente o seu consumo “per capita” de açúcar, mas ainda têm muito que aumentar, garantindo um mercado gigante, crescente e por muitos anos.

Segundo estudos da AGROCONSULT (disponíveis na Internet), em 2050, a China (barras em vermelho intenso) continuará totalmente dependente de importações de alimentos, mesmo com a certa auto-suficiência atual em milho e em carne de aves.
Ainda segundo a AGROCONSULT (dados disponíveis na Internet), as produtividades médias no Brasil (colunas em vermelho intenso) evoluíram bem mais, em % a. a., do que a média mundial no período de 1991 a 2012 (levando a bem maior produção interna de alimentos). Contudo, ainda temos muito que ampliar em produtividade média.
BRICs 
Para Jim O. Neill, em agosto/2013, a atual média de crescimento do Brasil é superior à do inicio da década passada, quando ele criou o termo BRICs. Ele continua otimista com o Brasil e entende que, para o Brasil voltar a crescer em 4,0% a. a., precisará de mais investimentos privados e não públicos (como as multis já estão fazendo, ao contrário de algumas empresas nacionais que só reclamam e assistem). Com isto, segundo ele, a inflação estabilizará em torno de 4,0% a.a..
No BRICs, conforme dados recentes, enquanto o Brasil e a Rússia lideram os principais indicadores sócio-ambientais e agrícolas, a China lidera os econômicos, inclusive comércio exterior, mas precisará garantir seu abastecimento e até exportar chineses para produzirem, se alimentarem e exportarem em Países com maior disponibilidade, real, de terras. Embora, muitos países ainda tenham muita terra e água disponíveis, na prática, não podem usá-las, pois ou já estão muito degradadas/em severa degradação ou suportam geleiras e nevascas e incêndios crescentes e em boa parte do ano.

BRASIL 
ECONOMIA 

“CUSTO BRASIL” - Em estudo de 2010, a ABIMAQ comprovou que o tão propalado – e alegado como motivo para não investir - “Custo Brasil” revelava-se mais como um problema interno ou setorial do que sistêmico. Além disso, com as obras do PAC e PIL tais componentes exógenos tendem a reduzir progressivamente suas influências, além do que é preciso lembrar que os custos dos insumos são bem mais baratos em outros países (na China, por exemplo, os preços dos materiais de construção situam-se em 1/3 a ½ do valor médio no Brasil e mesmo com tanto minério e tanta terra por aqui. Vide: http://www.agrolink.com.br/colunistas/ColunaDetalhe.aspx?CodColuna=4655).
 
Nossos programas de implantação e de melhorias das infra-estruturas necessitam, pelo menos, de financiamentos/investimentos em parcerias em torno de R$ 500,0 bilhões, ou US$ 213,0 bilhões pelo câmbio atual, perfeitamente suportáveis e garantíveis pelas nossas elevadíssimas reservas em US$.
Em 2011, os IDE - Investimentos Diretos Estrangeiros foram recordes, mas recuaram em 2012 e podem cair muito em 2013.
Enquanto nossas Reservas e Investimentos Diretos Estrangeiros ampliam a cada ano, nossa Divida Liquida do Setor Publico – enquanto participação % no PIB anual – reduz da mesma forma. Assim, o Brasil está muito bem preparado para enfrentar quaisquer turbulências externas e internas.
A partir de 2002, o Saldo da Balança comercial voltou a ampliar, mas em 2013 recuou e muito.
Sabe-se que tal Saldo depende muito da situação cambial mensal, pois já se provou que quando o REAL VALORIZA as exportações RECUAM (perdemos muito nossa competitividade externa e que, praticamente, só detemos em agronegócios, pois nos demais setores ainda engatinhamos), enquanto as nossas importações, viagens internacionais etc.. AMPLIAM MUITO.
Assim, o ideal para o Brasil é uma situação de câmbio um pouco desvalorizado (a maioria dos Consultores e Professores especializados cita, hoje, como ideal ficar em torno de R$ 2,35 = US$ 1,00), sendo que outros estudos já provaram que o câmbio apenas um pouco desvalorizado pouco interfere na inflação mensal (ao contrário do que outros muito acreditam e citam). É bom lembrar que o grande segredo das elevadas exportações chinesas atuais, e em forte ampliação (MATANDO A INDÚSTRIA E O COMÉRCIO EM MUITOS PAISES, INCLUSIVE NO BRASIL) é a manutenção artificial e constante da sua moeda local (yuan) bastante desvalorizada e mesmo com a OMC e toda a comunidade internacional reclamando muito. Na verdade, parece que não estão nem ai, até porque todos os País querem mesmo é exportar cada vez mais para eles, mesmo sendo produtos “in natura”, commodities ou com baixo valor agregado (a nosso ver abundantes e grande diferencial no Brasil).
Nossas exportações anuais são crescentes, mas totalmente dependentes dos agronegócios (ainda de commodities, “in natura” e quase nada de alimentos processados) e dos minérios.
O interessante é quando as importações ampliam em cada ano sempre se alega que são para re-aparelhamento da indústria nacional. Isto já ocorre há muitos anos, mas, aparentemente sem resultados reais, pois as exportações ou re-exportações, que deveriam advir desta melhoria tecnológica, nunca acontecem e muito menos melhora ou amplia o abastecimento interno, pois as importações continuam ampliando.
Curiosamente, boa parte de nossas muitas obras ferroviárias atuais estão paradas por falta de trilhos, que têm que ser importados da China, Coréia e Japão, embora boa parte produzidos com minério de ferro do Brasil. O Brasil, incrivelmente, não tem fábricas de trilhos, mesmo com todo o mercado da América Latina “em aberto” para tanto. Os empresários nacionais ainda não querem fabricar trilhos.
Segundo projeções confiáveis do BRADESCO-DEPEC, atualizadas em Set./2013, o PIB nominal brasileiro pode chegar a R$ 10,3 bilhões em 2023, igual a US$ 3,6 bilhões pelo câmbio também projetado de R$ 2,86= US$ 1,00. Vejam que o PIB “per capita” chegaria a R$ 49.082/pessoa, igual a US$ 17.161, pelo mesmo câmbio.
Notem que as exportações podem ampliar para US$ 463,5 bilhões, gerando um Saldo na Balança Comercial de US$ 34,6 bilhões em 2023. Em 2020, nossas reservas internacionais chegariam a US$ 487,3 bilhões.
MULTIS INVESTEM AINDA MAIS NO BRASIL 
Mesmo como nacionalista convicto, tenho que admitir que o Mundo e os grandes grupos econômicos continuam bem mais otimistas com o Brasil do que nós mesmos.  A máxima adotada é: “Se empresários nacionais não querem - alguns só reclamam ou exigem – externamente tem quem queira”.
 

 

 
AGRONEGÓCIOS 
Se a situação rural atual do Brasil já é boa (o agronegócio é o constante e maior salvador da Pátria), as tendências são ótimas e para todos os cultivos e para a pecuária, inclusive alguns alimentos processados, biocombustíveis, madeiras certificadas, produtos familiares, artesanatos, “fair trade”, orgânicos, produtos da floresta etc..  
Curiosamente, agora que todos perceberam que o Agronegócio – inclusive “familiar” - é o único Setor que é, realmente, sustentável e em crescimento constante de Renda e Desenvolvimento no Brasil – principalmente no interior (não mais é o “patinho feio” de há 5 anos, quando o Comércio e o Setor Serviços mandavam amplamente) começa a ocorrer uma intensa luta interna sobre quem investe mais no Setor; quem financia mais e quem dá as melhores condições para os agricultores, processadores e fornecedores. Obviamente, o altamente positivo “Fator China” mais as ótimas tendências, agora comprovadas pela PWC, para o BRICs mudaram tudo e para melhor e olha que estas influências positivas estão apenas começando seus efeitos no Brasil (vide inicio deste estudo).
Algumas constatações recentes das vitórias e da crescente importância do Setor:
1) Em 2013, com o crescimento de 13,0% até julho, o PIB da Agropecuária salvou a economia no Brasil; 
2) Em 2013, as exportações do agronegócio podem superar US$ 100,0 bilhões (possível superávit de US$ 82,0 bilhões), novamente salvando a balança comercial; 
3) Nos últimos 20 anos, a área plantada com grãos só cresceu 40,0%, mas, com o aumento de 128,0% na produtividade média obtida, a produção aumentou 220,0% e sustentavelmente (nossas leis ambientais e de Bem Estar Animal ficam entre as mais rigorosas do Mundo); 
4) Para o Ministério do Trabalho (CAGED), o agronegócio gera 50,0% dos novos empregos no País; 
5) Segundo a FIESP, em Set./2013, o agronegócio brasileiro pode crescer 38,0% nos próximos 10 anos. 
Para a Consultoria Safras & Mercados, a Produção brasileira de Cereais e Oleaginosas (grãos) deverá totalizar 192,6 milhões de toneladas na Safra 2013/14, com aumento de 2,0% sobre o total colhido na  2012/13, de 189,2 milhões de toneladas.
A produção de Soja (e também dos seus derivados e dependentes como carne suína, de aves etc..) cresce anualmente, obviamente, gerando muito mais emprego, renda e desenvolvimentos (diretos, indiretos e pelo efeito renda) no interior dos Estados produtores e também dos fornecedores e processadores.
Segundo Consultorias, na Safra 2013/14, a produção brasileira deve ampliar um pouco mais, superando a dos EUA, e alcançando 88,0 milhões de t.

Graças às bem maiores produções de milho-safrinha no Centro-Oeste e outras regiões (após o cultivo da soja precoce, ampliando muito a renda liquida por hectare/ano) e mais ao intenso plantio das sementes transgênicas, a Produção nacional total de Milho deu um forte salto após a Safra 2008/09. Com isto, o Brasil tornou-se um grande exportador também de milho e a tendência é de maior abertura de mercados e das vendas, pois a qualidade do milho nacional fica entre as melhores do Mundo.
Segundo a Consultoria Safras & Mercados, a Safra brasileira de Milho 2013/14 poderá alcançar 77,3 milhões de toneladas, volume um pouco menor do que as 82,1 milhões de toneladas colhidas neste ano.
A produção de Café pelo Brasil também é crescente, embora com a conhecida sazonalidade bianual, mas que vem reduzindo anualmente, em termos de diferença de volumes anuais.
Com a boa qualidade, a ótima sanidade e o bem menor preço internacional comparado, a cada ano ampliam as produções e as exportações de carne bovina “natural” pelo Brasil  (produzida em pastagens e apenas terminada em confinamentos somente com grãos e nada de hormônios, boa parte liberados nos países concorrentes).
Também, ampliam anualmente as produções de Açúcar e de Etanol (álcool), possibilitando não só melhor abastecimento interno, como também bem maiores exportações.

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