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O que é biodiversidade? O exemplo da uva e da jabuticaba


Alexander Silva de Resende
A uva veio para o Brasil trazida pelos europeus, que iniciaram seu cultivo em regiões de clima mais ameno, similares aos de sua origem. Os anos se passaram e a pesquisa ajudou a introdução da uva em zonas mais quentes, como o Vale do São Francisco por exemplo. Isso fez com que ampliasse muito as possibilidades para a viticultura brasileira, tanto para a mesa, através do consumo
in natura, como para vinhos e conhaques obtidos a partir de processos de esmagamento da fruta. Hoje no Brasil, são cultivados segundo o IBGE, cerca de 80 mil hectares d e uva.

O Brasil ocupa a posição de número 15 como o País de maior volume consumido de vinho e a de número 51, no consumo per capita com cerca de 1,8 litros e mais de 370 milhões de litros produzidos. Em compensação apresenta a sexta maior taxa de crescimento no consumo entre mais de 223 países pesquisados pelo The Wine Institute, em pesquisa realizada em 2011.  

Não estou aqui me atrevendo a dar pitaco sobre os diferentes aromas, buquês, cores e sabores dos vinhos, por que além de não ser especialista, essa é uma Seara quase que sagrada e as opiniões tendem a ser sempre apaixonadas. E religião e paixão não se discute, se respeita! Principalmente por que não quero falar de vinhos de uva, mas sim de jabuticaba, ou de tucum, ou de  outras plantas que ainda não conheço o sabor na forma de vinho, mas que existem espalhadas por esse nosso enorme e biodiverso Brasil.

O vinho de jabuticaba é relativamente conhecido no interior, principalmente onde há a Mata Atlântica e uma colônia Italiana. No Rio de Janeiro, no Município de Varre e Sai, tem a festa da Jabuticaba, onde diferentes produtores "ofertam seus produtos". Já o vinho de TUCUM, uma palmeira (
Bactris setosa) que dá caixinhos como os de uva, tive chance de tomar uma vez, na casa de um amigo. Não acredito que devamos pensar em substituição do vinho de uva, Mas o que coloco aqui é que temos alternativas que podem nos trazer buquês, aromas, sabores e cores diferentes ao que temos tradicionalmente no mercado de vinhos e isso pode virar um "negócio" interessante num mundo em que a busca de novos paladares é moda frequente entre todos nós que gostamos de culinária e isso num mundo globalizado tem o céu como o limite...

Biodiversidade é para ser usada dessa forma também, e a pesquisa científica precisa avançar nesse sentido, trazendo alternativas da biodiversidade para o Agronegíocio e assim facilitar a compreensão de que conservação e uso são aliadas da economia para um agronegócio de fato rentável! Temos muita cisa interessante e isso precisa virar negócio! Não devemos esperar que o francês conheça a jabuticaba e nos diga que é bom, para sabermos que é bom! Nós é que devemos apresentar o que é nosso para o mundo!

E tudo isso começa na domesticação de algumas dessas culturas, no desenvolvimento do processo de cultivo, colheita e processamento do produto final. Esse é o caminho que a pesquisa precisa seguir!

Abraços a todos.

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