A FAO selecionou a agricultura familiar como seu tema central de 2014. É enorme a importância social e econômica da agricultura familiar, especialmente nos países mais pobres, como no sudeste asiático e na África. O modelo também é muito importante no país mais populoso do mundo – a China – e no bloco mais rico do mundo – a União Europeia – sem esquecer sua importância na América Latina, especialmente nos países andinos, onde a agricultura extensiva é inviabilizada pela baixa oferta de área, pelas restrições topográficas e pelas condições climáticas adversas, e a restrição hídrica.
A área pequena limita as opções de cultivo ou criação. Postas as pequenas margens, torna-se inviável produzir grãos em pequenas propriedades, a menos que sejam de alto valor comercial, como feijões, ou com produtividade muito alta e custo muito baixo. Assistência técnica adequada e condições de absorção e implementação da tecnologia também são limitantes. É crescente a dificuldade de contratação de mão de obra na área rural. Mesmo em assentamentos de reforma agrária, que deveriam ser balizados por políticas públicas de apoio e proteção ao agricultor familiar, muitos dos requisitos necessários não são atendidos. A parte mais fácil da reforma agrária é desapropriar e distribuir a terra.
O conjunto de ameaças, o desincentivo, a falta de perspectivas, e a percepção de que as melhores oportunidades estão no meio urbano e não na propriedade familiar, tem esvaziado cada vez mais o campo, criando um hiato geracional, conduzindo à concentração de área, conforme os velhos agricultores familiares se aposentam e os descendentes não pretendem continuar na atividade.
É importante aproveitar as discussões do ano da agricultura familiar para que a sociedade urbana se conscientize da gravidade do problema: se desaparecer o agricultor familiar, desaparecerá grande parte das hortaliças, das frutas, do leite, do café e do vinho. A pedido do Prefeito Alexandre Kireeff, elaborei um planejamento estratégico visando solucionar problemas de produção, processamento e comercialização de produtos da agricultura familiar londrinense. Este é um ano ideal para que ideias corajosas saiam do papel e virem solução no campo.
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.
A área pequena limita as opções de cultivo ou criação. Postas as pequenas margens, torna-se inviável produzir grãos em pequenas propriedades, a menos que sejam de alto valor comercial, como feijões, ou com produtividade muito alta e custo muito baixo. Assistência técnica adequada e condições de absorção e implementação da tecnologia também são limitantes. É crescente a dificuldade de contratação de mão de obra na área rural. Mesmo em assentamentos de reforma agrária, que deveriam ser balizados por políticas públicas de apoio e proteção ao agricultor familiar, muitos dos requisitos necessários não são atendidos. A parte mais fácil da reforma agrária é desapropriar e distribuir a terra.
O conjunto de ameaças, o desincentivo, a falta de perspectivas, e a percepção de que as melhores oportunidades estão no meio urbano e não na propriedade familiar, tem esvaziado cada vez mais o campo, criando um hiato geracional, conduzindo à concentração de área, conforme os velhos agricultores familiares se aposentam e os descendentes não pretendem continuar na atividade.
É importante aproveitar as discussões do ano da agricultura familiar para que a sociedade urbana se conscientize da gravidade do problema: se desaparecer o agricultor familiar, desaparecerá grande parte das hortaliças, das frutas, do leite, do café e do vinho. A pedido do Prefeito Alexandre Kireeff, elaborei um planejamento estratégico visando solucionar problemas de produção, processamento e comercialização de produtos da agricultura familiar londrinense. Este é um ano ideal para que ideias corajosas saiam do papel e virem solução no campo.
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.
