CI

O agrônomo em tempos de crise no campo


Amélio Dall’Agnol

No dia 12 de Outubro comemora-se o Dia do Eng. Agrônomo. Também é o Dia da Criança, comemoração que geralmente ofusca a dos Agrônomos. Tudo bem, as crianças merecem.

Mas, considerando o momento crítico por que passa o agronegócio brasileiro e o papel exercido pelo Eng. Agrônomo no desempenho dessa atividade, talvez seja oportuno, desta vez, destacar o papel do profissional responsável pela comida boa e barata que chega diariamente à mesa do consumidor. 

O cidadão que nasceu e vive na cidade, e que nunca esteve vinculado ao campo, poderá não ter percebido o porquê da queda no custo da comida e no aumento da sua qualidade, ocorrido, principalmente, no correr dos últimos 15 anos. Não importa qual atividade agrícola for analisada, observa-se uma verdadeira revolução na eficiência produtiva e na qualidade dos produtos que saem do campo.

E a quem creditar esse crescimento do agronegócio brasileiro, que, em apenas oito anos, passou de um déficit de R$ 1,3 bilhões (1999), para um superávit superior a US$ 40 bilhões (2006), tornando-o responsável por 34% do PIB nacional, 37% dos empregos do País e 41% das exportações brasileiras?

O mérito maior é dos empresários agrícolas, naturalmente. Mas, por trás dessa transformação estiveram os Agrônomos, orientando os principais atores desse espetáculo de crescimento, sobre técnicas de produção e de gestão do negócio agrícola. Afinal, eficiência produtiva indica melhoria na qualidade e produtividade, que rimam com competitividade, que se consegue com tecnologia: o insumo "vendido" pelo Eng. Agrônomo.

Quem não ouviu os seus conselhos ou não teve competência para aproveitá-los no contexto da onda de mudanças e renovação determinadas pela abertura e integração dos mercados, foi expulso do campo.  Hoje, infelizmente, ele engrossa o cinturão de pobreza e miséria que circunda a maioria das nossas grandes e pequenas cidades, o que é lastimável, mas inevitável no contexto da globalização, onde sobrevivem apenas os mais capazes de oferecer quantidade e qualidade por baixo preço.

A propósito da globalização, que muitos satanizam pela injusta distribuição dos seus inquestionáveis benefícios, não é criticada, por esses mesmos cidadãos, quando lhes proporciona uma mesa farta, boa e barata.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.