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Novas ferramentas


Decio Luiz Gazzoni
Duas importantes inovações estão chegando. A primeira delas foi desenvolvida pela Embrapa e trata-se de um drone equipado para detectar o surgimento e o desenvolvimento de doenças e pragas nas lavoura, bem como verificar o estado nutricional das culturas. As imagens captadas pela câmera do drone, associadas às técnicas eficientes de geoprocessamento, podem identificar ataques de pragas, deficiências de nutrientes, falta de água para as plantas, ou ir além, mapeando áreas com erosão ou assoreamentos de rios.

O segredo das câmeras é que elas operam na faixa de frequência do infravermelho. As imagens capturadas são comparadas, por meio de um software especialmente desenvolvido para esta finalidade, com um banco de imagens calibrado para situações de ataques de diferentes pragas, em diferentes intensidades. O mesmo se aplica para as deficiências de nutrientes ou de água.
Na sua concepção atual, o drone pode ser utilizado apenas para pesquisa e desenvolvimento, pois a ANAC ainda está preparando a regulamentação de seu uso no espaço aéreo brasileiro. Mas, os protótipos existentes cobrem desde médias propriedades, de 100 ha, até grandes fazendas, com distâncias de até 80 km.

Já outros brasileiros, associados com pesquisadores da Universidade da Califórnia (Riverside/EUA), demonstraram que, usando detecção por laser dos batimentos da asa, é possível identificar a espécie do insetos que está infestando a lavoura. O sistema aponta ainda o local e a hora onde foi encontrado o inseto, com precisão de 99%, e já é efetivo para as seis espécies que foram estudadas. Um sensor laser capta quando um inseto atravessa seu espectro. As asas bloqueiam parcialmente a luz, provocando uma pequena variação, e essas oscilações são capturadas. O sinal é então filtrado e amplificado por uma placa eletrônica que grava em som digital (MP3) e transfere os dados para um computador. O dispositivo deve ser colocado no mercado brevemente, e estima-se que vai custar menos de US$ 10.
Quando vejo estes avanço me convenço que nasci 50 anos antes do meu tempo: agora que está ficando bom, está quase na hora de eu ir embora!
 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

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