CI

Mais biodiesel


Decio Luiz Gazzoni
A RIO+20 trará novidades para os agricultores e para a cadeia do biodiesel: deverá ser anunciado o novo marco regulatório do biodiesel para o Brasil. Traduzindo em miúdos, já em 2013 o Governo aumentaria a mistura de biodiesel no petrodiesel (atualmente em 5%) para 7%. E, até 2020, o percentual sobe para 10%.

Por que o anúncio na RIO+20? Como a Conferência terá como foco principal as Mudanças Climáticas Globais, tudo o que reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) terá repercussão positiva. Pelos nossos cálculos, este ano o Brasil consumirá 2,7 bilhões de litros (GL) de biodiesel, sendo o maior consumidor individual e o segundo maior produtor mundial, após a Alemanha, que fabrica 2,9 GL. Com o novo marco, em 2013 produziremos 4 GL, passando a 5,6 GL em 2018 e a 6,5 GL em 2020. Logo, o anúncio será: Brasil, líder mundial de produção e uso de biodiesel!
A boa notícia ambiental está em linha com a RIO+20: como o biodiesel emite 28% do volume de GEE gerado pelo petrodiesel, calculando os números daqui até 2020 conclui-se que seriam emitidos 150 milhões de toneladas (Mt) de GEE com o uso exclusivo de petrodiesel. Que, na prática, serão diminuídas para 42 Mt (com a adição do biodiesel). Portanto, deixaremos de emitir 108 Mt com as novas regras de mistura do biodiesel. A Natureza agradece.
Mas os benefícios não terminam aí. Todos sabemos que a cadeia do petróleo gera poucos empregos e concentra renda, enquanto a agricultura gera muitos empregos, movimenta a economia e distribui renda. Em 2012 serão necessárias 12 Mt de soja para produzir o biodiesel que consumiremos. Em 2016, serão 24 Mt, em 2018 serão 29 Mt e, no início da próxima década, 33 Mt.

Entre 2012 e 2020, serão necessários 42 Mt de biodiesel e, para a sua produção, mais de 200 Mt de soja. Com o preço médio do biodiesel cotado a R$2,20/litro, daqui até 2020 o biocombustível movimentará acima de R$100 bilhões. O farelo resultante do esmagamento movimentará outros R$90 bilhões. Que serão dispersos pelo interior do Brasil na forma de emprego e renda. Cá entre nós, por motivos sociais, ambientais ou econômicos, sou cada vez mais biocombustível e cada vez menos pré-sal.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo.
 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.