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Integração entre ciências


Decio Luiz Gazzoni
Semana passada, na reunião da Academia Brasileira de Ciências, defendi a tese da integração entre Ciências Sociais (economia, sociologia, direito) e Naturais (engenharias, biologia) na implementação de programas de energia sustentável. A visão multilateral se impõe pois o mundo enfrenta desafios complexos, e o futuro da humanidade depende da nossa capacidade para oferecer soluções oportunas, sob a égide do desenvolvimento sustentável. A escala desses desafios requer esforços coordenados, que não podem se cingir a um país ou a uma especialidade profissional.

Os avanços do último meio século nos tornaram mais ricos e saudáveis, mais bem educados e vivendo mais tempo. Hoje, o cidadão dispõe de múltiplos canais para expressar suas opiniões e interferir na proposição de políticas públicas, ou para discutir os rumos da tecnologia. No entanto, ainda enfrentamos problemas sérios, como a pressão do crescimento populacional por alimentos, energia, água e outros recursos, a degradação dos ecossistemas, as mudanças climáticas e os impactos nos sistemas agrícolas e meios de subsistência, além dos bolsões de pobreza, desemprego, crime, corrupção e falhas de governança. A menos que esses problemas sejam resolvidos, são enormes os riscos de conflitos violentos no futuro.
Assim, é essencial garantir energia, comida, água e outros recursos suficientes para mais de 9 bilhões de pessoas até 2050, sem causar graves danos ambientais. Em especial, temos que melhorar a eficiência na geração e uso de energia e cumprir a agenda de desenvolvimento sustentável.

Não é fácil resolver esses mega problemas. Os sistemas sociais e econômicos são profundamente interligados com os ecossistemas do mundo, logo não é possível compreender ou resolver os problemas acima, se as questões são analisadas isoladamente. É importante integrar a busca de soluções e desenvolver estratégias globais para resolver os problemas sociais, econômicos e ambientais do mundo, rumo a modelos mais sustentáveis de produção e consumo. Portanto, nós, engenheiros, devemos trabalhar integradamente com sociólogos, economistas, advogados ou profissionais de comunicação, para garantir a sustentabilidade da vida em nosso planeta.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja. www.gazzoni.eng.br

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