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Helicoverpa armigera, uma nova praga no campo


Amélio Dall’Agnol
Na safra 2012/13, produtores de soja, milho e algodão do Oeste Baiano ficaram angustiados com os danos causados por uma nova lagarta praga (Helicoverpa armigera) que atacou indistintamente as três culturas, assim como - sabe-se pela literatura - ataca outras 180 plantas cultivadas ou selvagens, mundo afora. Diz-se que é uma praga polífaga, porque não escolhe o que come, devorando tudo o que encontra pela frente.

Não sabemos se essa praga foi inadvertidamente introduzida no Brasil ou se já estava no país e não era percebida porque se comportava como uma praga secundária e era confundida com a lagarta da espiga do milho (Helicoverpa zea), visto ser impossível diferenciá-las a olho nu.
Se for uma praga secundária e evoluiu para praga principal na safra 2012/13, é porque algum desequilíbrio climático teria ocorrido no oeste baiano ou o manejo do sistema produtivo regional alterou o equilíbrio biológico existente ou, ainda, o uso de defensivos agrícolas menos eficientes teria favorecido a sua multiplicação e dispersão.
Se o problema se deveu às condições climáticas favoráveis da última safra, na próxima temporada a sua importância poderá voltar ao seu nível original e não mais preocupar técnicos e produtores. Se, por outro lado, ela se confirmar como uma nova praga, teremos um sério problema pela frente e a pesquisa terá a responsabilidade de buscar urgentemente uma solução.

Embora a H. armigera seja praga de muitos cultivos, sua preferência parece recair sobre o algodão, igual a H. zea o é para o milho. Mas a angústia maior dos produtores de soja, milho e algodão, tanto os que já sofreram as conseqüências na última safra, quanto os demais produtores que poderão enfrentar o problema na próxima, é com o difícil controle da praga.
Nenhum defensivo está ainda registrado no Brasil para combater a nova praga. Excepcionalmente, o MAPA havia autorizado a utilização do Benzoato de Emamectina, cujo uso está permitido na maioria dos países onde essa lagarta é praga faz tempo (Austrália, por exemplo), mas não chegou a ser usado e está temporariamente suspenso pelo Ministério Público, que considerou faltarem informações locais sobre sua eficiência e potenciais danos à saúde humana, animal e meio ambiente.
Mas se essa praga se consolidar como praga principal no Brasil, algo precisa ser feito emergencialmente, enquanto aguardamos os resultados da pesquisa sobre a performance do Benzoato e outros inseticidas com potencial para controlar a praga.

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