Girando e rápido
Izner Hanna Garcia
O cortex cerebral, região do cérebro que provêm nossa razão e racionalidade e os pensamentos mais elaborados, é a última camada de nosso desenvolvimento cognitivo.
Gostamos de ‘bater no peito’ que somos racionais mas, em verdade, a razão, na acepção científica, é uma parcela minoritária do que podemos chamar nossa cognição. Nossa tomada de decisão é submissa não só e menos à razão mas aos nossos instintos, ao nosso sistema límbico, às nossas emoções e etc.
Dito isso é fácil compreender nosso engano frequente, mais ainda quando extrapolamos o que seja um contexto que excede nosso círculo imediato e envolve questões de dimensão global.
Um tema frequente, que gera muito engano, é a questão climática.
É um “bordão” de toda manchete dizer: contra a mudança climática.
Como é que é?
Queremos um sistema biológico / ecológico que não tenha mudanças climáticas?
É isso?
Bem, esta é a definição científico de planetas e sistemas literalmente mortos. Quando um sistema (planeta) cessa suas mudanças climáticas, geológicas, tectônicas, geotérmicas e etc., literalmente este corpo celeste está morto.
Tal e qual o organismo vivo.
Enquanto um organismo está vivo, como você que lê este texto agora, o corpo está em constante ebulição, com alterações químicas, biológicas, elétricas e etc.
Um organismo morto é absolutamente estável. Sem mudanças.
A Terra, este planetinha que nos abriga, é um planeta (graças à Deus) ainda vivo e ebulição. Não por outra razão hoje se tem petróleo (matéria orgânica) no Oriente Médio que, agora, é um deserto. Para formar as reservas de petróleo ali não foi, sempre, um deserto que, enfim, não tem matéria orgânica e em si jamais formaria petróleo. Da mesma por isso que encontra-se conchas marinhas em montanhas (porque os mares já avançaram e recuaram). Sem contar toda planície fértil dos EUA, o chamado Corn Belt que sustenta a produção norte americana que nasce, justamente, de um cataclisma de YellonStone que derrama toda uma camada de lava que hoje é um solo fértil mas no momento foi um campo de morticínio. E, não esqueçamos, da extinção dos dinossauros. Claro, não podemos pensar que foram extintos porque poluíram a atmosfera ou porque usaram muito os combustíveis fósseis.
A Mãe Natureza, na verdade, é uma madrasta: 99% das espécies que já existiram na Terra foram extintas. Há uma “mania” da natureza de comer seus filhos.
Dito isso, de verdade, há como dizer que é contra a mudança climática?
Outra asneira que somente tem sentido em slogans é a propositura da União Européia de não comprar alimentos de áreas desmatadas. Como que é mesmo? Acaso há campos e formações nativas que nos forneçam alimentos? Soja é nativa? Trigo? Arroz? A Europa em si era um campo nativo de produção de grãos pronto para colheita?
Tudo que comemos é cultivado. Geneticamente modificado por milhares de anos de agricultura e pecuária.
A alternativa, então, seria voltarmos à condição de coletores / caçadores.
Contudo, obviamente, não haveria ‘espaço’ para 8 bilhões de seres humanos. A sociedade teria de ser sumamente reduzida. Quem elegerá quem sobrará e quem tem de ser eliminado?
Em outro aspecto há, em curso, uma grande mudança geopolítica estrutural no mundo.
É o fim dos EUA?
Não, claro que não. Não sejamos afoitos ou ignorantes. Os EUA são uma grande potência. Tem um grande território, uma grande população, uma grande indústria, um dinamismo demográfico favorecido pela imigração, tecnologia de ponta, o domínio financeiro do mundo via do dólar, uma grande força militar, uma grande indústria de serviço, uma população funcionalmente apta. Ademais, não tem problemas com vizinhos, tem 2 oceanos e tem ‘sub colônias’ na Europa, na Ásia e etc..
Todavia, aquele mundo pós 2ª Guerra, onde os EUA eram hegemônicos, não será mais possível. Forçando a porta vem a China em primeiro lugar mas não só: também a India, a Indonésia e todo sudeste asiático. E agonizando vem a Europa, sem muita perspectiva.
E nós, o Brasil?
Izner Hanna Garcia
Advogado, pós graduado FGV
https://fazendasnouruguai.com/