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Floricultura e plantas ornamentais


Decio Luiz Gazzoni
Meu amigo, Engo Agro Dr. João Gaspar Farias, comentando a coluna de 24/1, pediu que eu apontasse uma proposta de apoio criativo à agricultura familiar. Caro Gaspar, obrigado pela oportunidade de focar um dos temas que mais me sensibilizam, profissional e pessoalmente: as plantas ornamentais, inclusas as flores. Em uma consultoria ao Governo da Colômbia, elaborei um projeto de um polo de floricultura, com financiamento internacional, voltado aos pequenos agricultores. Após 14 anos, vejo com satisfação que a Colômbia tornou-se grande exportadora de flores para os exigentes mercados dos EUA e da Europa.

        Sem nunca esquecer o pão nosso de cada dia, especialmente para um bilhão de pessoas que tem acesso restrito a alimentos, penso no pão da alma, a beleza das flores e plantas ornamentais. Trata-se de um grande negócio, que experimenta altas taxas de crescimento no mundo, entre 5 e 10% ao ano. O setor movimenta dezenas de bilhões de dólares anuais, com expectativa de crescer cada vez mais, conforme a inclusão social se consolida e a renda per capita permite ao cidadão investir em qualidade de vida.
        No Paraná, o DERAL verificou que, na década passada, enquanto a produção de grãos cresceu 7,8%, a floricultura galgou 324%. Mesmo com todo este crescimento, o setor representou apenas 0,18% da renda bruta arrecadada do Estado, ou seja, R$ 45,4 milhões. O faturamento anual do setor florícola brasileiro é de R$ 3 bilhões, dos quais o nosso Estado participa com R$ 60 milhões, meros 2%, sinalizando o espaço ainda por ocupar.

Na cadeia produtiva de flores no Brasil são gerados mais de 200.000 empregos. Seu maior atrativo é a rentabilidade líquida sobre o investimento de, no mínimo, 25%, podendo chegar a um retorno dez vezes superior ao obtido com cultivos tradicionais.
        Londrina é uma cidade com grande consumo de ornamentais, importando a quase totalidade da demanda. Esse mercado pode ser capturado por produtores locais, gerando emprego, renda e tributos locais, revertidos em prol dos cidadãos londrinenses. Além da cadeia de ornamentais, há inúmeras outras oportunidades que precisamos capturar para os agricultores familiares, com o objetivo de uma Londrina cada vez melhor.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo.

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