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E se faltar água?


Alexander Silva de Resende
Em tempos de calor excessivo e crise de abastecimento de água o que mais se pergunta é: E se faltar água?
Bom, a depender da escala que estamos pensando, existem uma série de soluções que complementam o fornecimento de água e/ou minimizam seu déficit.
Se estamos na cidade e moramos em casa, uma calha no telhado e um recipiente de armazenamento, uma cisterna, uma caixa dágua, um latão, já auxilia muito, principalmente pensando em ações rotineiras, que exigem menos qualidade da água, como molhar as plantas, lavar um carro, ou dar descarga.

Se estamos na cidade e moramos em edifícios, a solução pode ser a de recolher a água de áreas impermeáveis (áreas cimentadas, ou asfaltadas), para uma cisterna, para abastecer jardins, lavar áreas comuns, carros, etc. 
Além dessas questões, se preocupar com o destino do lixo e do esgoto, fazendo e cobrando de autoridades estações de tratamentos e ou fossas sépticas... Isso é algo que deveria ser obrigatório para novas residências em todo o País. Não só no papel, como é hoje... 
Se estamos no campo a questão é diferente. Não podemos conservar toda a floresta em todos os lugares, mas existem propriedades estratégicas, cuja vocação natural não é a de produzir leite, carne, milho e sim Água! Essas propriedades devem ser mapeadas (quem sabe o CAR ajuda nisso) e os produtores remunerados pela produção desse bem tão valioso quanto carne, leite, milho...!
Nem todas as propriedades possuem essa vocação e essa remuneração não seria para todo mundo, mas esse importante serviço ambiental precisa ser encarado de forma mais séria e pragmática.
Existem propriedades que somente alguns pontos deveriam ser isolados para produção de água e não toda ela e, aí, mais uma vez, o proprietário deveria ser remunerado por isso. 
Na outra vertente, existente propriedades com extensas áreas degradadas, linhas de erosão, voçorocas, e o proprietário deveria ser obrigado, com apoio e fomento governamental, uma vez que boa parte dos produtores que chegam a esse ponto estão totalmente descapitalizados, a reverter esse processo em prol de um bem comum. A conta é de todos, das cidades e do campo, e deveríamos ter um fundo para isso!

O código florestal brasileiro não é muito incisivo nessa questão crítica e se preocupa mais em pensar em aspectos de percentual legal de cobertura florestal e não em percentual funcional com florestas. Tem lugares bem mais importantes do que outros para mantermos as florestas em pé, ou recuperá-las.
Teremos um 2015 de muita reflexão tanto no campo, quanto nas cidades e espero que se trabalhe para solucionar o problema, a médio e longo prazo, e que não tenhamos soluções mágicas, de pouca eficácia e grande desperdício financeiro.
Um abraço a todos.  
 

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