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É altamente recomendável ampliar o nível de vendas antecipadas


Climaco Cezar de Souza

Urgente: “é altamente recomendável ampliar o nível de vendas antecipadas e/ou fazer o máximo de hedge de preços e de câmbio para a soja, café, açúcar, etanol, biodiesel, milho, algodão, carnes e outros”.


A atual situação de bons preços e de boa demanda mundial pelas commodities agrícolas e alimentos processados brasileiros - aliada a ótima demanda interna e ao câmbio ainda sustentado ou em elevação – tende a não persistir nos próximos meses, podendo, ao contrario, reverter muito e prejudicar os agricultores e agroindústrias processadoras, sobretudo as exportadoras. Isto leva a recomendação imediata descrita acima, de forma a ainda garantir a renda positiva, à vista das significativas ampliações já ocorridas nos custos de produção em 2011. Na Safra 2011/12, que se inicia, as produções brasileiras estão fortemente alavancadas e uma queda combinada de preços e demandas, externas e internas, pode levar a severas dificuldades para muitos agricultores e muitas agroindústrias (inclusive Municipios, Estados, Governos etc..).

A atual crise mundial - e possivelmente em 2012 e até 2013 - parece que é ainda pior do que a de Setembro de 2008, cujos efeitos iniciais e totais ficaram mais restritos aos EUA e depois repercutindo um pouco na U.E e em todo o Mundo, inclusive no Brasil. Hoje, ao contrário, temos uma crise em diversos países da U.E e já repercutindo na Ásia e outros países, ou seja, para onde se destinam a maior parte de nossas exportações de grãos, alimentos, carnes etc.. Também, a situação socioeconômica atual e futura dos EUA volta a muito preocupar.

Após os agricultores e as agroindústrias brasileiras passarem por maus momentos em 2009 e parte de 2010, inclusive pelo maior desemprego e pela quedas combinadas das demandas externas e internas, a renda foi salva pelos seguidos aumentos significativos dos preços externos e internos das commodities agrícolas e alimentos, o que, praticamente, anulou os seguidos recuos internos do câmbio. Também, a crise global fez com que o Brasil abrisse muitos novos mercados, sobretudo em carne de aves e carne suína. A maior demanda interna também muito segurou os preços, sobretudo pela grande evolução das classes D e C para a Classe B (classe média).

Agora, segundo a Conjuntura Mundial atual (a confirmar para pior, ou menos pior, nos próximos 60 dias), as demandas e os preços externos tendem novamente a terem fortes recuos e mesmo a demanda interna pode reduzir bastante. Pior é que tal situação combinada (câmbio com pressões de elevação, queda dos juros, aumento severo da divida publica em R$, aumentos dos preços de importação, inclusive de embalagens, fretes etc..) pode levar a forte e nefasta elevação da inflação interna, levando ao desemprego e a quedas ainda maiores da demanda interna. Assim, os agricultores e agroindústrias não podem contar muito com a manutenção ou a elevação do câmbio atual e que deve girar em torno de R$ 1,70 = US$ 1,00 nos próximos meses, isto se o Governo atuar fortemente (situação já boa para os agricultores e agroindústrias, mas somente se os preços e as demandas internacionais se mantiverem no final deste ano e em 2012).

Especiais atenções devem ter os agricultores e as agroindústrias de soja, café, açúcar, etanol, biodiesel, algodão, milho, carnes e outros itens fortemente atrelados a demanda externa e ao câmbio ou cuja matéria-prima o seja. No caso da soja, a situação recomenda a venda antecipada de pelo menos 50,0% da futura safra ou então a efetivação imediata de hedge do produto e do câmbio no máximo volume possível (atualmente, os níveis já estão entre 20% e 30% segundo o local).

Contudo, cada um – ou cada indústria - deve estar bem consciente de que se trata de uma decisão pessoal/gerencial, mas, como dito, a situação atual e as tendências para 2012 e 2013 recomendam neste momento tais atitudes preventivas, URGENTES. Em meados de 2008, fizemos as mesmas recomendações e muitos que as ouviram e que as adotaram até hoje estão mais que satisfeitos. AFINAL, PREVENIR EH MUITO MELHOR DO QUE REMEDIAR.

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