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Um negócio florido


Decio Luiz Gazzoni
No início do ano, quando o Prefeito Kireeff encomendou-me uma proposta de planejamento estratégico para o espaço rural de Londrina, ressaltei algumas boas oportunidades, como as cadeias de hortaliças, frutas, flores e peixes, que considero adequadas à estrutura fundiária do município, com grande concentração de pequenos proprietários. São produtos de alto valor intrínseco, com múltiplas possibilidades de agregação de valor, que poderiam alavancar um salto de qualidade de vida e de renda para a área rural, e menor dependência de importações para o município. Afinal, Londrina importa, em média, 60% dos produtos agrícolas que consome. Logo, mercado local não é restrição.

A vereadora Elza Correa aportou estudos anteriores e ideias para um polo de floricultura, que poderia colocar Londrina na rota do mercado doméstico e internacional do produto. E, especialmente, dispor do mercado do Norte do Paraná, dependente dos fornecedores paulistas. A cadeia de plantas ornamentais é uma das que mais crescem em todo o mundo, fruto dos aumentos continuados de renda per capita. No Brasil, o Ibraflor mostra que o faturamento do setor de flores cresce, em média, 12% ao ano, desde meados da década passada. Apenas nos últimos 12 meses, o consumo anual per capita de flores passou de R$14,00 para R$23,00, e tudo indica que vai continuar crescendo. O investimento inicial é elevado, há forte demanda de tecnologia e de mão-de-obra, mas o retorno de capital é relativamente rápido, pois o lapso de tempo entre a semeadura e a colheita é muito curto.
Londrina ainda não despertou para esta enorme possibilidade de negócios. Mas, Marialva já o fez. Aliás, Marialva já havia descoberto que fruticultura, especialmente a viticultura, constituía uma excelente oportunidade. Agora inova uma vez mais, investindo na cadeia de flores e pode, em curto espaço de tempo, abocanhar o mercado regional de rosas, crisântemos, gérberas ou orquídeas. Parabéns às lideranças de visão daquela cidade, mas lastimo que ela também não estivesse presente na minha cidade, Londrina, com mais vantagens comparativas que Marialva para firmar-se como um grande polo florícola do Brasil. Ainda há tempo, mas ele encolhe cada vez mais.

 
O autor é Engenheiro Agrônomo. www.gazzoni.eng.br

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