Um mundo complicado e complicando
Izner Hanna Garcia
Não estamos vivenciando o ‘fim dos tempos’ e tão pouco seja a época mais convulsionada da humanidade. Longe disso. Para citar podemos pensar no que foi a Revolução Francesa, as Guerras Napoleônicas, o crash de 1929, as 1ª e 2ª Guerras Mundiais, a crise dos misseis de Cuba e tantos outros eventos.
Contudo, embora os eventos históricos devam ser estudados, compreendidos e aprendidos, a percepção anímica do ser humano resume-se ao seu horizonte de vida, mais ou menos de 70 anos.
Assim, tomando-se os últimos 70 anos (de 1950 até o presente) a situação mundial apresenta-se – para dizer o mínimo – desafiadora.
Reflitamos o período:
- Uma grande revolução tecnológica que abrange não só a produção industrial em si mas principalmente de comunicações o que, enfim, resultou em transformar o mundo que hoje vivemos altamente interconectado em todas suas escalas e extremamente integrado;
- Dissolução do bloco soviético, subsequente decadência russa e, no mesmo período, recuperação geopolítica deste país;
- Ascensão da China como grande potência econômica, financeira, militar e geopolítica;
- Ascensão de todo sudeste asiático
- Ascensão da Índia
- Fim da conversibilidade dólar / ouro
- Criação da União Européia e do Euro
- Estagnação econômico-financeira da Europa
- Aumento vertiginoso da produção e consumo de commodities energéticas e alimentares
- Crise climática
Muitos outros elementos poderiam ser somados a esta lista.
Mas não é necessário. Bastam tais para se compreender que vivemos uma verdadeira convulsão social e geopolítica que, sim, de novo, torna o mundo complicado e complicando-se.
Por ‘n’ razões que exigiriam a extensão desta reflexão além do viável a resultante, em síntese, de todos estes movimentos apontam que aquele mundo pós 2ª Guerra, onde os EUA eram a potência dominante de forma absoluta, já não existe.
A China principalmente (mas não só), a Rússia e outros países são hoje poderes que podem ombrear o poder norte americano e, justamente, estão fazendo.
A Guerra da Ucrânia é o exemplo mais vivo de tal. Mas não é o único. Há em curso uma guerra (ainda) comercial e econômica onde o embate é entre China e EUA. Também o Oriente Médio, até então sob o domínio norte americano, mostra sinais claros de que este confronto está em curso.
De todas estas linhas de frente emergirá o novo mundo.
Qual será? Haverá ganhadores? Se sim quais serão?
Este confronto resultará quais consequências? Quantas crises sucederão até que se estabeleça o novo mundo?
Note-se: vivemos uma época em que o velho mundo morreu e o novo ainda não nasceu. É um interregno, que ocorreu várias vezes na história, onde os conceitos e cânones antigos não valem mas não se tem ainda os novos parâmetros que ordenarão a nova ordem.
Se assim se concluir, que este é o momento atual que passamos, a estratégia, seja qual for o ramo de atuação, é fiar-se nos fundamentos mais tradicionais e esperar para ver.
Izner Hanna Garcia
https://fazendasnouruguai.com/
https://www.youtube.com/watch?v=az7mmt6zstA&list=PL3fec7DyBUADW8UjFG5dGhra0z4vhQZ8H