CI

Sustentabilidade premiada


Decio Luiz Gazzoni
        A Enga. Agra. Mariângela Hungria, da Embrapa Soja, recebe, este mês, o Premio Frederico Menezes Veiga, reconhecimento a uma vida dedicada ao estudo de bactérias que fixam o nitrogênio do ar em plantas como soja ou feijão. Trata-se da maior honraria concedida a um pesquisador em agropecuária. O premio está em sua 35ª. edição e cinco dos agrônomos premiados trabalham ou trabalharam na Embrapa Soja, em Londrina.

O Engo. Agro. Willian Pereira recebeu o Prêmio Agroambiental Monsanto ao demonstrar a factibilidade de diminuir a adubação nitrogenada mineral e, assim mesmo, aumentar a produtividade de cana. William é estudante de pós graduação da UFRRJ, orientado da Dra. Verônica Reis (Embrapa Agrobiologia) e sua pesquisa busca selecionar as melhores bactérias diazotróficas para uso na cana-de-açúcar. A meta do Dr. William é reduzir em 50% a adubação nitrogenada na cana.
As bactérias úteis podem ser selecionadas para as plantas de milho, trigo, soja, feijão ou amendoim. Até recentemente, as pesquisas cingiam-se a plantas com sementes, enquanto a cana se propaga por toletes. Assim, a pesquisa com cana teve que começar do zero, pois não existiam experiências anteriores. Entrementes, o tema é importante, porque o Brasil é o maior produtor mundial de cana, o uso de adubo nitrogenado é alto, o adubo é caro, gasta muita energia para seu preparo e grande parte é arrastada pela água, devido à sua alta solubilidade.
Para a soja, a Dra. Mariângela calculou que os agricultores poupam, a cada ano, R$13 bilhões em adubo nitrogenado que não precisam utilizar, substituindo-o por um pó contendo as bactérias, que é misturado às sementes no plantio. Estas bactérias têm a singular capacidade de captar o nitrogênio do ar e transferi-lo para as plantas.

Segundo a Dra. Verônica, já foram testadas mais de 8.000 bactérias pela Embrapa, que estão guardadas em um banco, como reserva de biodiversidade para uso agrícola. No caso do inoculante da cana, todas as cinco espécies selecionadas são brasileiras, criadas separadamente, mas depositadas juntas no solo durante o plantio. As bactérias não são modificadas geneticamente e vivem nas raízes, folhas ou colmos da própria cana.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.