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Sim, você também pode


Amélio Dall’Agnol
Na safra 2013/14, a produção de soja do Paraná foi reduzida significativamente quanto às expectativas, por causa da estiagem que se abateu sobre a região, a qual se estendeu de 10 de janeiro a 20 de fevereiro. Nesse período de 40 dias choveu apenas 31 mm, cuja deficiência hídrica foi agravada por temperaturas excepcionalmente altas, particularmente no primeiro decêndio de fevereiro, quando elas foram consistentemente superiores a 30°C, chegando a máximos de quase 37°C. A deficiência hídrica é acentuada quando vem acompanhada de muito calor, visto que o consumo de água pela planta aumenta com a elevação da temperatura.
A falta de chuva teria sido suficiente para justificar perdas na safra, mas não na intensidade verificada. O que incrementou os danos foi a duração e a intensidade das altas temperaturas, as quais coincidiram, infelizmente, com a floração e enchimento dos grãos (as fases mais críticas de desenvolvimento das plantas)  de boa parte das lavouras. Também, não foi só o sol causticante durante o dia que afetou a produtividade, mas foram igualmente limitantes as altas temperaturas noturnas.
As condições climáticas ideais para uma boa produtividade da soja indica a necessidade de precipitações pluviométricas de 600 a 700 mm bem distribuídos ao longo de todo o ciclo da planta, boa intensidade luminosa e temperaturas próximas de 30°C. Temperaturas muito superiores a 30°C, além de promover consumo excessivo de água, provoca abortamento de flores e de vagens.
Seria desejável se a pesquisa, assim como fez com a resistência às doenças, também lograsse desenvolver variedades tolerantes ao estresse hídrico e/ou às altas temperaturas. Embora ainda não se tenha esse material, sua conquista pode estar mais próxima do que nós imaginamos, visto que várias instituições e corporações transnacionais, mundo afora, estão sigilosamente empenhadas na sua busca, via técnicas de engenharia genética.
Enquanto não podemos contar com cultivares comerciais tolerantes à seca e/ou às altas temperaturas (talvez nunca as tenhamos), é possível contornar os problemas climáticos dos cultivos através do manejo correto do solo. Já tivemos oportunidade de observar o contraste entre duas lavouras de soja plantadas lado a lado, na mesma data e de ciclos semelhantes, onde uma apresentava sinais evidentes de dano por falta de chuva, enquanto que a lavoura ao lado estava em excelentes condições, parecendo haver sido irrigada. A diferença em favor da melhor lavoura estava na ausência de compactação do solo, abundante palhada deixada pela rotação de culturas e muitos anos de plantio direto bem feito.
Você também pode conseguir isso. Te informe. O vizinho que está colhendo bem, logo ali ao teu lado, pode ser teu melhor conselheiro.
 

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