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Problema à frente para o agro



IZNER HANNA GARCIA

Poblema à frente para o agro

                   A soja irá subir ou cair? Vai chover na safrinha? Quanto se pagará pelo frete? Quanto se vai pagar pelos insumos?

                   Estas e tantas outras perguntas assolam o produtor rural em seu dia a dia, em uma avalanche de preocupações cotidianas que sobrepõem-se umas às outras e, por vezes, fazem-nos perder uma visão de um horizonte de médio prazo.

                   A chuva que hoje caí na lavoura formou-se em um ciclo de um passado distante e, também, outras variáveis que amanhã serão a realidade vão, paulatinamente, formando-se hoje.

                   Certamente você leitor tem uma rua ou lugar que passa sempre. Já experimentou passar por esta mesma rua e, ao invés de prestar atenção à rua e o tráfego, olhar para cima, ver as fachadas dos prédios, a copa das árvores?

                   Assim devemos fazer para ver um horizonte adiante, fora do cotidiano.

                   A questão ambiental.

                   Papo de ecologistas como Greta Tunberg, a menina sueca que foi alçada à condição de arauto mundial da ecologia, pode parecer uma piada de mau gosto.

                   Contudo, atentemo-nos a estes fatos:

 

         01º.)Parlamento Europeu aprovou, em setembro de 2022, a suspensão de compra de produtos oriundos de áreas de desmatamento. Medida vale para vale para gado, cacau, café, óleo de palma, soja e madeira, incluindo produtos que contêm e/ou foram alimentados ou feitos com estas matérias-primas;

         02º.)A França, em abril deste ano, quer condicionar o Acordo assinado da União Européia com o Mercosul à suspensão dos produtos de áreas desmatadas, em linha com o aprovado pelo Parlamento Europeu;

         03º.)O banco inglês Barclays, em data recente, endurece a restrição aos seus clientes do setor de carne em linha com a suspensão de produtos oriundos de áreas desmatadas;

 

                   Ao homem do campo, que olha um formigueiro “agitado” e prediz que haverá chuva em 3 dias, estes sinais, que somam em uma coordenação, devem levar à conclusão que o agro brasileiro irá enfrentar, dia a dia, mais e mais restrições sob a ‘bandeira ecológica’.

                   Vamos deixar as máscaras caírem e as sutilezas politicamente corretas de lado: se não se pode produzir em áreas desmatadas aonde se produzirá?

                   Acaso há florestas nativas de soja, milho, trigo e arroz? É crível acreditar que poderemos voltar ao regime de caçadores coletores com quase 8 bilhões neste planetinha?

                   Pensemos na Europa, nos EUA ou na Ásia.

                   A produção agrícola ali dá-se em áreas de vegetação nativa ou em áreas desmatadas? Qual o percentual de vegetação nativa da Europa ou dos EUA?

                   Nos EUA a área de vegetação nativa é de 19,9% e no Brasil a área de vegetação nativa é de 66,3%. Com um diferencial: os EUA atribuíram sua vegetação nativa majoritamente em áreas de desertos e geladas, como o Alaska, que não seriam ocupadas de qualquer forma.

                   Compensa ver o estudo feito pela Embrapa e a conferência proferida por Evaristo de Miranda:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/181710/1/4965.pdf

https://www.youtube.com/watch?v=oDixTvtEsx8

                   Estes dados foram corroborados pela NASA em estudo por satélites.

                   A Europa se saí pior ainda: somente 3% de sua área tem vegetação nativa segundo dados da Agência Ambiental Europeia (EEA, na sigla em inglês).

                   Fica claro que há uma narrativa falsa à respeito da ocupação do solo e uma verdadeira guerra contra a produção brasileira.

                   A pergunta que fica-me é: por que o governo brasileiro não empreendeu uma campanha mundial, com contratação de agências de publicidade, para esclarecer o público em geral desta realidade? Dado os números do agronegócio do Brasil este gasto não seria gasto e sim investimento.

                   É urgente que o agronegócio brasileiro mobilize-se para trazer à luz a verdade dos fatos.

                   O agro brasileiro já ocupa o primeiro lugar em muitos produtos comercializados globalmente. É necessário que compreenda sua importância mundial e seu protagonismo. É necessário que assuma este protagonismo, que se torne “gente grande” e deixe de usar calças curtas. Assuma sua grandeza e sente na mesa de igual para igual.

                   Mais: é necessário que leve ao grande público, nacional e internacional, os fatos, em uma campanha articulada, coerente e verdadeira.

                   Uma frase atribuída (que não sei confirmar se é ou não verdadeira) ao recém falecido comediante -- muito inteligente -- Juca Chaves diz que a imprensa, se pagar bem, até diz a verdade.

                   O agronegócio sabe trabalhar. O Brasil e seus produtores são exemplo disso tirando do solo a produção que chega à mesa de milhões.

                   Precisamos agora saber falar, saber convencer, saber explicar.

                   Se não podemos colocar um terno e gravata temos de contratar aqueles que sabem fazer isso.

                   Caso contrário o Brasil e sua produção e seus produtores vão, dia a dia, ser presas fáceis de oportunistas que usam da ingenuidade e credulidade de inocentes para, justamente, espezinhar e denegrir nossa produção com, claro, lucros à eles.

Izner Hanna Garcia, advogado, pós graduado Fundação Getúlio Vargas, autor de Revisão de Contratos Bancários entre outros títulos

[email protected]

https://fazendasnouruguai.com/

https://www.youtube.com/watch?v=az7mmt6zstA&list=PL3fec7DyBUADW8UjFG5dGhra0z4vhQZ8H

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