Na Reunião Nacional de Pesquisa de Girassol apresentei uma palestra sobre o mercado de óleos vegetais. O principal mercado do óleo de girassol é o nutricional, portanto fui além das meras projeções econômicas e de mercado, perscrutando para onde apontam as mais recentes pesquisas médicas e nutricionais sobre o efeito do consumo de gorduras em geral, e óleos vegetais em particular, nos riscos de acidentes cardiovasculares e cerebrais dos consumidores (ou seja, todos nós!).
Costumo dizer que dogma é um parâmetro religioso, ambiente científico deve primar pelo dissenso, a verdade em Ciência é sempre a última verdade, questionar o passado é parte da construção do futuro. E o que observei nas pesquisas médicas foi um questionamento de verdades estabelecidas há meio século: não coma gordura saturada, comida com colesterol aumenta o risco de infarto, ácidos graxos insaturados são bons para a saúde.
O espaço é curto para resumir uma fala de 90 minutos, portanto recomendo que o leitor faça sua própria consulta à literatura científica em revistas de respeito e credibilidade, disponíveis na internet. Porém adianto que, de acordo com as pesquisas mais recentes, ovos, manteiga, bacon, coco, carne de porco ou gado não são o demônio que se pretendeu que fosse. E ácidos graxos do tipo ômega-6 (paradigma: ácido linoleico) estão gerando muita controvérsia, posto que aumentariam o risco de acidentes cardiovasculares. Gorduras trans realmente são o diabo, pesquisas recentes confirmam as antigas.
Já os ácidos graxos ômega-3 e ômega-9 – cujo paradigma é o ácido oleico – associam-se com menores riscos à saúde do coração. Ele está presente em grande quantidade no azeite de oliva, chegando a 85% nas melhores marcas. Também está presente no óleo de girassol (até 35%), soja (até 34%) ou canola (até 73%). Mas os agrônomos já identificaram os genes responsáveis pela produção de ácido oleico e criaram variedades chamadas de “high oleic” (alto oleico), elevando sua concentração até 85% em soja, girassol ou amendoim, o que os aproxima do azeite de oliva, considerado o mais saudável. É a nova onda de inovação que, em breve, cobrirá os campos e beneficiará a saúde dos consumidores.
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.
Costumo dizer que dogma é um parâmetro religioso, ambiente científico deve primar pelo dissenso, a verdade em Ciência é sempre a última verdade, questionar o passado é parte da construção do futuro. E o que observei nas pesquisas médicas foi um questionamento de verdades estabelecidas há meio século: não coma gordura saturada, comida com colesterol aumenta o risco de infarto, ácidos graxos insaturados são bons para a saúde.
O espaço é curto para resumir uma fala de 90 minutos, portanto recomendo que o leitor faça sua própria consulta à literatura científica em revistas de respeito e credibilidade, disponíveis na internet. Porém adianto que, de acordo com as pesquisas mais recentes, ovos, manteiga, bacon, coco, carne de porco ou gado não são o demônio que se pretendeu que fosse. E ácidos graxos do tipo ômega-6 (paradigma: ácido linoleico) estão gerando muita controvérsia, posto que aumentariam o risco de acidentes cardiovasculares. Gorduras trans realmente são o diabo, pesquisas recentes confirmam as antigas.
Já os ácidos graxos ômega-3 e ômega-9 – cujo paradigma é o ácido oleico – associam-se com menores riscos à saúde do coração. Ele está presente em grande quantidade no azeite de oliva, chegando a 85% nas melhores marcas. Também está presente no óleo de girassol (até 35%), soja (até 34%) ou canola (até 73%). Mas os agrônomos já identificaram os genes responsáveis pela produção de ácido oleico e criaram variedades chamadas de “high oleic” (alto oleico), elevando sua concentração até 85% em soja, girassol ou amendoim, o que os aproxima do azeite de oliva, considerado o mais saudável. É a nova onda de inovação que, em breve, cobrirá os campos e beneficiará a saúde dos consumidores.
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.
