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O futuro da soja


Decio Luiz Gazzoni
Esta semana estou em Champaign, Illinois, participando de um evento promovido pela American Soybean Association (ASA), em conjunção com o Farm Progress Show, que ocorre em Decatur, IL, e que é a maior feira agropecuária dos EUA – quiçá do mundo. A feira atrai centenas de milhares de atores das cadeias agrícolas, de todo o mundo, interessados nas novidades tecnológicas que ela apresenta, sendo uma antecipadora das tendências setoriais.

Já o evento organizado pela ASA faz parte dos meus sonhos técnicos, está em linha com o que eu desejaria que fosse realizado rotineiramente no Brasil: uma análise prospectiva dos cenários futuros, à cata das melhores oportunidades para o agronegócio, ao tempo em que também são identificados riscos e ameaças que necessitam ser administrados. Os americanos são muito profissionais neste aspecto, e tratam as questões estratégicas com alta prioridade, entendendo que o sucesso dos negócios da próxima década depende de decisões que são tomadas agora.
A ASA convidou diversos técnicos e cientistas dos EUA e do restante do mundo, de países produtores e importadores de soja, para vislumbrar a rota mais provável da cultura, no futuro próximo. Em proferi uma palestra e estive envolvido com a discussão dos rumos da inovação, aquilo que está no pipeline dos laboratórios públicos e privados, as questões que se afiguram prioritárias para determinar o futuro da cultura da soja, as vantagens comparativas e competitivas, os desafios mais importantes que podem ser antecipados e as formas de resolvê-los ou mitiga-los.

Pela importância do agronegócio para a economia e para a sociedade brasileira, deveríamos dispor de foros similares para, permanentemente, perscrutar o futuro da tecnologia e dos mercados, induzindo investimentos, exarando políticas públicas de suporte, acelerando negociações no cenário internacional, para que o Brasil se consolide como o grande protagonista do mercado internacional do agronegócio. Infelizmente temos sido muito mais reativos do que proativos e, via de regra, somos caudatários de correntes movidas por forças externas, quando dispomos de robustez suficiente para nos impormos como locomotiva, deixando de ser um vagão da composição.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo. www.gazzoni.eng.br
 

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