CI

O Clima está mudando


Decio Luiz Gazzoni
Em 2012, a Terra emitiu níveis elevados de gases de efeito estufa resultantes da queima de combustíveis fósseis. Resultado: perdeu uma quantidade recorde de gelo no Ártico. Além disso, secas e chuvas intensas atingiram diferentes partes do planeta, incluindo
a pior seca das últimas três décadas no nordeste do Brasil, conforme o relatório sobre o Estado do Clima Global, publicado no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana. O ano de 2012 foi um dos dez de temperatura mais alta, desde 1800, com temperatura média de 0,17°C acima da média de 1981-2010.
O relatório aponta para um novo padrão em que eventos climáticos que registram recordes se tornam típicos, particularmente no Ártico, onde a taxa de elevação da temperatura aumenta duas vezes mais rápido que no restante do mundo. Mesmo assim, uma redução recorde foi registrada para a cobertura de neve no Hemisfério Norte.
O degelo também está contribuindo para aumentar o nível do mar que, em 2012, subiu 3,5 centímetros acima da média de 1993 a 2010. Nos últimos sete anos, o degelo está contribuindo mais que o dobro para a elevação global do nível do mar, em comparação com o aquecimento das águas. Enquanto isso, as temperaturas do solo permanentemente congelado atingiram recordes de alta no norte do Alasca, e 97% da cobertura de gelo da Groenlândia apresentou alguma forma de degelo.
A principal explicação para esta mudança está nas emissões de dióxido de carbono, decorrentes da queima de combustíveis fósseis, que também alcançaram valores recordes, depois de um declínio suave nos últimos anos, que se seguiram à crise financeira mundial deflagrada em 2008.
Na primavera de 2012, pela primeira vez, a concentração de CO2 atmosférico excedeu as 400 partes por milhão (ppm) em sete das 13 estações de observação do Ártico. A média global da concentração de CO2 alcançou 393 ppm, um aumento de 2,1 ppm em relação a 2011.
Os resultados dos informes são um alerta para toda a sociedade, apontando para a ocorrência de eventos extremos e de alta intensidade serão mais frequentes e mais intensos do que no passado. Uma das formas de conter o desastre é aumentar a taxa de uso de energia limpa, como biocombustíveis ou bioeletricidade.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja. www.gazzoni.eng.br

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.