![Amélio Dall’Agnol](https://www.agrolink.com.br/upload/colunistas/AmelioDalAgnol.jpg)
Eu cursava Agronomia na década de 1960, quando tomei conhecimento das profundas transformações que estavam em curso na zona rural dos Estados Unidos, iniciadas nos anos 40 e concluídas nos anos 80. Nesse período, o número de imóveis rurais no país foi reduzido em 61%, como consequência da fusão de pequenas e médias propriedades, cujos proprietários venderam ou arrendaram seus lotes rurais e migraram para as cidades, atraídos pelos empregos que a indústria - na época em franca expansão - e, também, devido à baixa competitividade dos empreendimentos rurais de pequeno porte. Com as fusões, a mecanização se intensificou para suprir a escassez de mão de obra que migrou para as indústrias urbanas e a produtividade aumentou, dada a maior eficiência dos novos donos das terras.
Com mais de 70 anos de diferença, o Brasil está vivenciando o mesmo fenômeno. Os jovens, começando pelas meninas, há muito estão paulatinamente deixando a zona rural e migrando para a cidade, onde, em geral, começam por aceitar empregos domésticos ou outras atividades urbanas mal remuneradas. Mesmo assim, vislumbram uma vida futura melhor, porque pobre por pobre, na cidade tem-se acesso a mais benefícios, facilidades e conforto.
Os rapazes, assim como as moças, também estão deixando o campo, atrás de uma atividade mais valorizada e respeitada, mesmo porque, muitas das potenciais parceiras para um futuro casamento já se foram. Sem forças para tocar sozinhos o negócio agrícola, os velhos proprietários também estão deixando o campo, antes que o destino os esqueça, abandonados nos grotões deste imenso país.
Com pouca competitividade e escassez de mão de obra, a tendência no Brasil será a de unir vários pequenos imóveis rurais num só, conferindo-lhe maior escala de produção e, consequentemente, competitividade, igual aconteceu nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos.
Não estou com isto afirmando que pequenas propriedades não possam ser competitivas, o que seria facilmente desmentido pela realidade desses empreendimentos no norte/noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e oeste/sudoeste do Paraná, onde famílias de pequenos agricultores vivem confortavelmente, principalmente quando envolvidos com atividades que resultam na produção de bens com maior valor agregado (produção de leite e de suínos e aves, principalmente).
Porém, esta não é a realidade de outras regiões, principalmente do nordeste do Brasil, onde as transferências governamentais e os benefícios sociais estão colocando as últimas pás de terra sobre o túmulo de milhares de pequenas propriedades. Sem mão de obra, em ambiente inóspito, com alto risco de estiagens, pragas e dificuldade de acesso ao mercado, os pequenos agricultores familiares do semiárido estão gradativamente minguando. Deslocam-se para as cidades, aguardando um comprador para sua parcela de terra, encerrando um ciclo de séculos.
A crescente industrialização das cidades brasileiras favorece a empregabilidade da mão de obra que está deixando o campo. A intensificação da mecanização na zona rural é consequência da indisponibilidade de mão de obra, porque os jovens agricultores preferem o emprego e as facilidades da cidade, do que as incertezas e o desprestígio da atividade agrícola.
Certo ou errado, todos temos o direito de buscar nosso lugar ao sol, cada qual ao seu modo, e de acordo com suas ambições pessoais e o contexto no qual vive.
Com mais de 70 anos de diferença, o Brasil está vivenciando o mesmo fenômeno. Os jovens, começando pelas meninas, há muito estão paulatinamente deixando a zona rural e migrando para a cidade, onde, em geral, começam por aceitar empregos domésticos ou outras atividades urbanas mal remuneradas. Mesmo assim, vislumbram uma vida futura melhor, porque pobre por pobre, na cidade tem-se acesso a mais benefícios, facilidades e conforto.
Os rapazes, assim como as moças, também estão deixando o campo, atrás de uma atividade mais valorizada e respeitada, mesmo porque, muitas das potenciais parceiras para um futuro casamento já se foram. Sem forças para tocar sozinhos o negócio agrícola, os velhos proprietários também estão deixando o campo, antes que o destino os esqueça, abandonados nos grotões deste imenso país.
Com pouca competitividade e escassez de mão de obra, a tendência no Brasil será a de unir vários pequenos imóveis rurais num só, conferindo-lhe maior escala de produção e, consequentemente, competitividade, igual aconteceu nos Estados Unidos e outros países desenvolvidos.
Não estou com isto afirmando que pequenas propriedades não possam ser competitivas, o que seria facilmente desmentido pela realidade desses empreendimentos no norte/noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e oeste/sudoeste do Paraná, onde famílias de pequenos agricultores vivem confortavelmente, principalmente quando envolvidos com atividades que resultam na produção de bens com maior valor agregado (produção de leite e de suínos e aves, principalmente).
Porém, esta não é a realidade de outras regiões, principalmente do nordeste do Brasil, onde as transferências governamentais e os benefícios sociais estão colocando as últimas pás de terra sobre o túmulo de milhares de pequenas propriedades. Sem mão de obra, em ambiente inóspito, com alto risco de estiagens, pragas e dificuldade de acesso ao mercado, os pequenos agricultores familiares do semiárido estão gradativamente minguando. Deslocam-se para as cidades, aguardando um comprador para sua parcela de terra, encerrando um ciclo de séculos.
A crescente industrialização das cidades brasileiras favorece a empregabilidade da mão de obra que está deixando o campo. A intensificação da mecanização na zona rural é consequência da indisponibilidade de mão de obra, porque os jovens agricultores preferem o emprego e as facilidades da cidade, do que as incertezas e o desprestígio da atividade agrícola.
Certo ou errado, todos temos o direito de buscar nosso lugar ao sol, cada qual ao seu modo, e de acordo com suas ambições pessoais e o contexto no qual vive.