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Milho doce


Decio Luiz Gazzoni
Existe aquele milho do grão seco; o milho verde, aquele do supermercado; o milho pipoca; e o milho doce. Este você não conhece? Não se surpreenda, milho doce, adorado pelos norteamericanos, é pouco conhecido em Pindorama. Eu mesmo só o cultivei uma vez, há 40 anos, quando cursava pós graduação, lá no Rio Grande amado! Mas garanto que é muito mais gostoso que o milho verde.
Para quem gosta, para quem vai gostar, e para os produtores de milho, uma ótima notícia: a Embrapa está lançando uma nova cultivar de milho doce, chamada BRS Vivi. A cultivar poderá ser plantada na Região Sudeste e – maravilha! - aqui no Paraná. Ela tem produtividade superior a 2 toneladas por hectare, mas o que importa mesmo é o alto teor de açúcar no grão. Trata-se de uma variedade considerada super doce pelos pesquisadores, com aproximadamente 25% de açúcar no grão – para comparar, a cana-de-açúcar ou a uva chegam a 20%! As outras cultivares de milho doce têm entre 16% e 18% de açúcar. É uma característica importante porque vai fazer com que seja mais apreciada pelo consumidor. Isto deve render um valor de mercado maior para o produtor porque, assim que a descobrir, o consumidor vai pressionar para que seja produzida em grande quantidade.
Conforme a Embrapa, a nova variedade tem um ciclo de 80 dias, um tempo bem curto entre o plantio e a mesa do consumidor. Pode produzir acima de 2.200 quilos por hectare, considerando o grão no ponto de maturação fisiológica, porém, com a umidade corrigida para 13%, que é o padrão para comparar rendimento de grãos. Os cuidados de manejo devem ser os mesmos com os quais o produtor já está acostumado, a única diferença é a densidade de plantio. Nos estudos da Embrapa foram utilizadas 50 mil plantas por hectare, o que é um número um pouco mais baixo do que o plantio para grãos. A BRS Vivi não tem nenhuma característica especial em relação à resistência a doenças ou ataque de pragas. A experiência tem demonstrado que as variedades de milho doce são mais sensíveis do que os materiais comuns, exigindo mais atenção do produtor. Para mais informações sobre a BRS Vivi, os interessados podem entrar em contato com a Embrapa Milho e Sorgo (www.cnpms.embrapa.br). 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

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