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Manejo de Pastagens de Leucena na Amazônia Ocidental



Newton de Lucena Costa

Introdução
A leucena (Leucaena leucocephala) é uma leguminosa perene, arbórea, originária da América Central e atualmente disseminada por toda região tropical, devido as suas múltiplas formas de utilização (forragem, produção de madeira, carvão vegetal, melhoramento do solo, sombreamento, quebra-vento e cerca-viva).
Clima e solo - O melhor desenvolvimento da leucena ocorre em regiões com precipitação entre 600 e 3000 mm. Prefere insolação direta, perdendo as folhas quando sombreadas. A leucena não cresce bem em solos ácidos com altos teores de alumínio e, geralmente, deficientes em cálcio, magnésio, molibdênio e zinco. O plantio deve ser feito em solos com boa fertilidade, em que o pH esteja acima de 6. Para solos ácidos, recomenda-se além da correção da acidez com 2 a 4 t/ha de calcário dolomítico (PRNT = 100%), a aplicação de 80 a 120 kg de P2O5/ha,  preferencialmente sob a forma de superfosfato simples e de 40 kg de FTE/ha, para solos sob vegetação de cerrado. Deve-se evitar os solos encharcados ou sujeitos a inundações periódicas. A capacidade de fixação de nitrogênio pode chegar a 500 kg/ha/ano em plantas bem noduladas e solos favoráveis.
Estabelecimento - Deve ser semeada no início do período chuvoso (outubro/novembro). O espaçamento e a densidade de semeadura variam de acordo com o objetivo da utilização. Em plantios densos, destinados a cortes, o espaçamento será de 1,0 m entre linhas, distribuindo-se 10 a 12 sementes/metro linear, a densidade de plantio neste caso, situa-se entre 15 e 20 kg/ha. Quando o plantio destina-se ao pastejo direto, o espaçamento deve ser de 2,0 a 3,0 m entre linhas, com três covas/metro linear. Neste sistema serão gastos entre 5 e 7 kg/ha de sementes. As sementes devem ser escarificadas com água quente (80oC por 3 a 5 minutos) ou imersas em solução de soda caústica a 20% por uma hora. A profundidade de semeadura deve ser de 1,5 a 2,5 cm. Para as condições edafoclimáticas de Rondônia, as cultivares mais indicadas são Peru, Campina Grande e Cunninghan.
Produção de forragem e valor nutritivo - A leucena cresce rapidamente e produz bastante folhas, no entanto, a sua produtividade depende da cultivar, espaçamento, solo, manejo e das condições climáticas. Em Rondônia, as produções de matéria seca comestível estão em torno de 8 a 12 t/ha, durante o período chuvoso e, 2 a 5 t/ha, no período seco. As folhas e ramos finos da leucena são bastante nutritivos, sendo considerados um alimento
completo para ruminantes e monogástricos. As folhas e ramos jovens apresentam teores de proteína bruta em torno de 25%, enquanto que nas folhas e ramos mais velhos esses teores
caem para 15 a 20%. A proteína é de alto valor nutritivo, semelhante à da alfafa, e seus aminoácidos encontram-se em proporções balanceadas. Ademais, a leucena é uma excelente fonte de minerais. Sua digestibilidade pode variar de 50 até 70%. Os ganhos de peso estão em torno de 500 a 900 g/an/dia e de 600 a 800 kg/ha/ano.

Utilização e manejo -  A leucena tem sido largamente utilizada para bovinos, caprinos, bubalinos e ovinos, havendo, contudo, restrições ao seu uso para equinos. Em um bom sistema de manejo, a leucena deve contribuir com aproximadamente 30% da alimentação. A utilização poderá ser feita de diversos modos, destacando-se os seguintes:
a) cortar os ramos e fornecê-los frescos aos animais, triturados ou não. O corte poderá ser efetuado de 50 a 80 cm acima do solo, ou quando as plantas atingirem entre 1,4 a 1,6 m de
altura. Cortes a cada 60 a 90 dias, normalmente, garantem a manutenção contínua da produtividade e asseguram a persistência das plantas;
b) cortar os ramos e deixá-los secarem ao sol para que os folíolos sejam fenados e desprendidos dos ramos. Este feno é de excelente qualidade nutricional e de alta palatabilidade, podendo ser comparado ao da alfafa;
c) deixar as plantas crescerem até se tornarem árvores. As sementes caem, germinam e os animais se alimentam das plântulas e dos ramos mais baixos das plantas adultas. No caso de escassez de forragem, pode-se cortar e utilizar os ramos mais altos;
d) colocar os animais em áreas isoladas cultivadas com leucena (banco de proteína) para pastejo.

Os animais devem entrar quando as plantas atingirem 1,0 a 1,5 m de altura, as quais devem ser rebaixadas até 50 a 70 cm do solo. A área do banco de proteína deve corresponder 10 a 30% da pastagem. Sugere-se o acesso dos animais três a quatro vezes/semana, sendo o período de pastejo de duas a três horas/dia, dependendo da disponibilidade de forragem.

Newton de Lucena Costa - Embrapa Amapá

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