![Decio Luiz Gazzoni](https://www.agrolink.com.br/upload/colunistas/307330_665232.jpg)
Diz o caboclo: “Se a umidade aumentar, cupins e formigas vão acasalar”. Já os asiáticos afirmam: “formigas carregando ovos barranco acima, é a chuva que se aproxima”. Pesquisadores da ESALQ e da Unicentro (Guarapuava) observaram que os besouros da espécie Diabrotica speciosa (brasileirinho ou patriota), os pulgões-da-batata (Macrosiphum euphorbiae) e lagartas da pastagem (Pseudaletia unipuncta), podem detectar queda na pressão atmosférica, sinal que a chuva vem aí. Com isto diminuem a disposição de cortejar e acasalar.
As observações revelaram que, ao perceber uma queda brusca na pressão atmosférica, as fêmeas diminuem ou deixam de liberar feromônios, uma substância volátil que atrai os machos para o acasalamento. Já os machos apresentam menor interesse sexual, não respondem aos estímulos das fêmeas e procuram abrigos para se proteger da mudança de tempo.
Passado o mau tempo, os insetos retomam as atividades de cortejo, namoro e acasalamento. Esse comportamento de perda momentânea do interesse no acasalamento, horas antes de uma chuva, representa uma capacidade adaptativa que reduz a probabilidade de lesões e mortes desses animais. É como se, diante de uma situação de perigo iminente, esses animais colocassem a questão da sobrevivência em primeiro lugar – porque é o que garante a perpetuação da espécie – e deixassem o acasalamento para um segundo plano, por ser uma atividade que pode ser retomada após a ameaça representada pela chuva.
Os pesquisadores também avaliaram o número de vezes que o pulgão-da-batata e a lagarta da pastagem atenderam ao “chamamento” das respectivas fêmeas, sob diferentes condições atmosféricas. Os resultados foram semelhantes aos obtidos com o besouro “brasileirinho”, o que pode indicar ser uma característica comum a um grande número de insetos.
O estudo, que pode parecer de pouca importância, na realidade mostra como insetos (assim como outros animais) possuem sensores que detectam alterações no ambiente ou disponibilidade de alimento apropriado, conferindo-lhes vantagens competitivas para sobrevivência e preservação da espécie. E, quem sabe, também permitirão adaptar-se melhor às mudanças climáticas.
O autor é Engenheiro Agrônomo. www.gazzoni.eng.br
As observações revelaram que, ao perceber uma queda brusca na pressão atmosférica, as fêmeas diminuem ou deixam de liberar feromônios, uma substância volátil que atrai os machos para o acasalamento. Já os machos apresentam menor interesse sexual, não respondem aos estímulos das fêmeas e procuram abrigos para se proteger da mudança de tempo.
Passado o mau tempo, os insetos retomam as atividades de cortejo, namoro e acasalamento. Esse comportamento de perda momentânea do interesse no acasalamento, horas antes de uma chuva, representa uma capacidade adaptativa que reduz a probabilidade de lesões e mortes desses animais. É como se, diante de uma situação de perigo iminente, esses animais colocassem a questão da sobrevivência em primeiro lugar – porque é o que garante a perpetuação da espécie – e deixassem o acasalamento para um segundo plano, por ser uma atividade que pode ser retomada após a ameaça representada pela chuva.
Os pesquisadores também avaliaram o número de vezes que o pulgão-da-batata e a lagarta da pastagem atenderam ao “chamamento” das respectivas fêmeas, sob diferentes condições atmosféricas. Os resultados foram semelhantes aos obtidos com o besouro “brasileirinho”, o que pode indicar ser uma característica comum a um grande número de insetos.
O estudo, que pode parecer de pouca importância, na realidade mostra como insetos (assim como outros animais) possuem sensores que detectam alterações no ambiente ou disponibilidade de alimento apropriado, conferindo-lhes vantagens competitivas para sobrevivência e preservação da espécie. E, quem sabe, também permitirão adaptar-se melhor às mudanças climáticas.
O autor é Engenheiro Agrônomo. www.gazzoni.eng.br