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Gestão de riscos climáticos é fundamental para a competitividade do agronegócio brasileiro


Opinião Livre
Eduardo Martins(*)
Os números comprovam a importância do Agronegócio brasileiro para a economia local e o seu papel fundamental na distribuição de alimentos no mundo.  
A indústria representou cerca de 21% do PIB brasileiro em 2015, gera 18% do total de empregos no país e suas exportações são equivalentes a 46% do total vendido para o exterior.
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores agrícolas do mundo, figura entre os líderes na produção e exportação de commodities como laranja, açúcar, café e soja.  
A conjuntura atual é boa e as perspectivas são ainda melhores. O Brasil tem a maior quantidade de terras aráveis ainda disponíveis para serem cultivadas, há potencial para aumentar a produtividade com o avanço tecnológico e as fronteiras comerciais estão sendo quebradas, recentemente conseguimos negociar a liberação da carne brasileira no mercado americano.
Contudo, esta condição competitiva pode ser ameaçada se o país efetivamente não despertar para a questão climática. De acordo com os estudos da PWC, é necessário que a taxa de “descarbonização” seja de 6,3% ao ano até 2100 para que o aumento de temperatura fique dentro do teto dos 2º conforme definido na COP21 em 2015. Por outro lado, o Brasil ainda está na direção contrária, ou seja, estamos aumentando em 3,6% ao ano a emissão de gases de efeito estufa.  
O Agronegócio está entre os setores que mais precisam contribuir para alcançarmos a meta de redução de gases de efeito estufa. Isto consisti no combate ao desmatamento ilegal, especialmente na Amazônia, maiores incentivos aos programas de reflorestamento e ABC (Agricultura de Baixo Carbono).  
A política de gestão de clima é fundamental na competitividade do Agronegócio Brasileiro. O Agronegócio brasileiro é uma indústria altamente dependente de crédito e cada vez mais as fontes de financiamento internacionais estão considerando a questão do aquecimento global e os países que não estiverem comprometidos com a agenda climática poderão ser prejudicados.
Portanto, o clima vai ser muito importante no comércio internacional, ou seja, as agendas econômicas e climáticas se convergem e, portanto a mitigação de CO2 é fundamental para que o país não fique exposto a riscos monetários. 
* Eduardo Martins é o líder da prática de agribusiness da Marsh no Brasil

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