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Falta Humildade ou Independência aos Empresários Nacionais?


Climaco Cezar de Souza
Na semana anterior, além das possíveis falta de identidade e de cumprimento da função real do TCU, a Mídia nacional foi coagulada por históricos das progressivas derrotas de grandes empresários e banqueiros nacionais, deixando muitos a “ver navios” e muito prejudicando o País e o povo (ao retardar o merecido e almejado desenvolvimento e ao muito reduzir emprego e renda em locais pobres).
Ontem, o Programa “Profissão Repórter” mostrou reportagem sobre a ascensão e a quebra rápida de grandes empresas e empresários nacionais, em especial as recentes do Grupo X.
Já o importante jornal investigativo “Correio Brasiliense” apresentou no ultimo final de semana reportagens esclarecedoras sobre as seqüentes ascensões meteóricas e quebras rápidas de importantes empresários e banqueiros nos últimos 30 anos (“sem entrar no mérito, mais parecendo moda ou como uma regra a cumprir”).

Entre os principais empresários, cronologicamente, citaram os Sr:
Marcos Magalhães Pinto do Grupo Nacional - de 1950 a 1996;
Olacyr de Moraes da Constran/Fazenda Itamaraty - de 1957 a 2004;
Ângelo Calmon de Sá do Banco Econômico - de 1960 a 1996;
Pedro Paulo de Souza da ENCOL - de 1961 a 2004;
Mario Garnero do Grupo Brasilinvest – de 1962 a 1999;
Ricardo Mansur do Mesbla/Mappin - de 1966 a 2003;
Jose Eduardo de Andrade Vieira do Grupo Bamerindus - de 1965 a 1998;
Edemar Cid Ferreira do Banco Santos - de 1968 a 2004;
Naji Nahas da Selecta holding e “Chez Régine” - de 1969 a 2012;
Entre os principais bancos que faliram, lesando muitos, tivemos: 
1) COMIND em 1985;
2) ECONÔMICO em 1996;
3) NACIONAL em 1996;
4) BAMERINDUS em 1998;
5) BOA VISTA em 2000;
6) SANTOS em 2004;
7) CRUZEIROS DO SUL em 2012;
8) BVA em 2013.   
Também é crescente a já alta dependência de muitas empresas nacionais por ações e projetos dos Governos, colocando todos os ovos numa única cesta. Nos últimos anos, todos os dias, a imprensa divulga casos de corrupção, malversação de recursos e outros atos nefastos ou suspeitos por empresas privadas nacionais, estatais e outras em seus projetos e ações junto aos Governos. Boa parte dos neo-executivos sérios e altamente preparados no exterior e no Brasil têm que se tornarem malabaristas extremos e até possíveis juristas experientes para não terem seu nome rapidamente ligado a isto e queimado no mercado, ou, então, chafurdarem juntos. Ao contrário, raramente, se vê o nome de multis privadas envolvidas em tais escândalos, o que mostra que o privado ainda é bem mais seguro e para todos (inclusive para os neo-executivos aportarem). 
O caso acima do embate recente TCU x Presidente Dilma mostra aonde pode chegar à elevada dependência errônea de algumas empresas apenas por obras publicas e mesmo pelas modernas PPP e RDC. 
No TCU, embora devesse ser independente e apolítico, suas ações atuais parecem ser claramente prejudiciais ao País, inclusive com possível vertente política crescente, possivelmente levando a seqüentes atrasos das obras e contratações e aos seguidos questionamentos legais (vez que o TCU não se trata de um Tribunal de Justiça ou de Órgão jurídico, mas de um Órgão de Contas Independente, mas que foi criado para ser orientativo/assessorativo e apenas do Congresso).  Segundo um importante jurista “o caso das obras federais, o controle é do Tribunal de Contas e do Congresso Nacional. Cabe ao TCU acompanhar todas as etapas, fazer recomendações de correção e aplicar multas e outras sanções. Considerando haver risco de lesão grave aos cofres públicos, o Tribunal propõe a paralisação das obras. Se as ilegalidades não forem corrigidas pela administração, o Congresso Nacional, por meio da Comissão Mista do Orçamento, é que pode sustar os contratos.” 
Também, as ações anteriores e recentes do TCU mais a famosa e conhecida lentidão congressista podem estar levando a desânimos e descrenças crescentes aos empresários e investidores externos, nacionais e ao País. Algumas Empresas sérias/ empresários idem, hoje quase que se negam a participar de tais licitações e similares, citando que as regras e contratos não são claras/confiáveis e que muito pode mudar a qualquer momento, mesmo tendo sido bem explicitado e vencido, legalmente, bem antes (Risco Brasil??). Logicamente, há outros que pensam e agem nestas brechas, boa parte por leis antigas e mal feitas e resultantes de julgamentos anteriores dúbios e até favoráveis às possíveis ações lesivas. 
Em complemento, segundo analistas especializados, muitas razões que o TCU e Órgãos do Governo, como o IBAMA, FUNAI, Instituto Chico Mendes etc., alegam para paralisar e arrastar obras por muitos anos, ao que parece, ainda são tomadas de forma bastante personalista/subjetiva/até atabalhoada e não por Comitês decisórios ou gestores – independentes/pluralistas/participativos - e, assim, bastante questionáveis técnica, jurídica e/ou socioeconomicamente, nem que seja para ganhar-se tempo (daí as muitas e muitas ações contra (a maioria vitoriosa em médios e longos prazos), o que só engordam muito o caixa de alguns grandes juristas renomados e de escritórios jurídicos especializados, mas muito prejudicam o Povo e País). A maioria daqui de Brasília sabe que vencer juridicamente a maioria dos argumentos de tais técnicos de “N” Órgãos de Governos, Bancos Estatais, Estatais etc.. em Tribunais Jurídicos reais é relativamente fácil, desde que se bem assessorado e com tempo. Assim, tais ações durante as obras podem se tratar de pura perda de tempo e/ou de causar maiores prejuízos aos mais pobres e à Nação e/ou de puras tentativas de empodeiramento pessoal/político? 
A aparente tentativa de possível empodeiramento pessoal e institucional é tanta que, mesmo sendo responsáveis pelo corte de super-salários no Congresso, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) acumulam rendimentos que extrapolam o teto constitucional. O TCU alega que os Ministros do tribunal se enquadram numa exceção à regra geral que impede acumulações desse tipo. 
Em muitos pontos, o Empresariado nacional tem razão, pois ainda não há independência de ações e nem regras claras, cumpríveis e constantes neste Brasil que tentamos construir seriamente, exceto por alguns (vejam, por exemplo, a Lei Falcão de 2006; Lei do SAC de 2008; Lei do Idoso de 2004 e inúmeras outras que existem de ato, mas não de fato. Para fazer cumprir estas Leis, fundamentais e prioritárias para o povo, nenhum Tribunal Especial, Procuradoria, Auditoria, Promotoria ou outro Órgão se candidata. O cidadão para viver tem que portar uns 10 documentos diferentes, segundo recente estudo, e para se abrir ou encerrar uma empresa as dificuldades e lentidão são imensas, o que estimula um grande mercado de propinas como os recentes em São Paulo - Vide: http://oglobo.globo.com/defesa-do-consumidor/10-leis-que-podem-mudar-vida-do-consumidor-mas-nao-pegaram-7313770). 
Em nenhum lugar do Mundo, Investidores/Empresários/Executivos sérios se arriscariam a vencer algumas licitações e outros certames como no Brasil, sabendo que poderiam ser intensamente questionados, tecnicamente – e até expostos publicamente, - por técnicos possivelmente teóricos, localizados em confortáveis escritórios do “Alto Poder”, boa parte altamente politizados e possivelmente alguns até dependentes do “Ser Contra” (até possivelmente premiados  financeiramente para acharem erros das Empresas, a maior parte não-intencionais e à vista de parâmetros técnicos/financeiros/sociais/ambientais anteriores dúbios ou variáveis localmente e de possíveis permissões legais anteriores - mas vigentes - e/ou, possivelmente, não questionáveis juridicamente). Afinal, ninguém – após anos de estudos e de altos preparos – quer, intencionalmente, queimar seu bom “curriculum” no importante mercado interno e internacional mais junto às outras grandes empresas e, em especial, as grandes “Head Hunter”. A maioria das Empresas que entram em tais licitações de médio e grande porte procura estudar, arduamente e bem antes, as nuances técnico/econômicas/jurídicas de tais obras e seus possíveis erros, riscos, perdas e ganhos (nem que seja na justiça futura). 
Como nesta atual tentativa de paralisação total de fundamentais obras de infra-estrutura ainda em andamento e para beneficiar, principalmente os mais pobres do País pelo TCU (e que ninguém questiona ou sequer critica/analisa, talvez por absoluto medo e/ou pouco nacionalismo e/ou muito cansaço/desinteresse seqüentes por atos e coisas talvez “questionáveis”). 
Entre 2010 e 2012, na aprovação do Código Florestal, houve a mesma tentativa e muitas pressões técnicas/sociológicas internas e na mídia por muitos Órgãos - e seus jovens e altamente conhecedores/experientes funcionários (que nunca haviam visto um cultivo ou criação, sequer de quintal) - para uma mudança radical no antigo Código Florestal. Contudo, espertamente e atendendo a enorme pressão e revolta popular que surgiu (sobretudo pelas Entidades dos agricultores familiares, os maiores prejudicáveis), o Congresso percebeu e reagiu a tempo, adequando, negociando e criando um dos melhores Códigos do Mundo, inteiramente a favor do País e povo brasileiro, mas com imensos prejuízos ao discurso, e também financeiros, para os ambientalistas “de araque” e as ONG do “faz de conta” e alguns órgãos, hoje todos caladíssimos e alguns já até bandeados para o outro lado ambiental familiar. 
Demonstrando, reiterando e exemplificando que é preciso ter muito cuidado com tais decisões no Brasil, ditas técnicas/orientativas/normativas (participei ativamente como Consultor especializado de todos os debates/análises), no caso do Código Florestal, ao final, descobriu-se que boa parte da visão contra os interesses reais do povo brasileiro era intensamente insuflada por alguns Deputados, Assessores e Consultores - ditos ideólogos, defensores e ambientalistas especializados - e por alguns reportes mais afoitos, a maioria mal ou pouco informada, todos interessados em lucrar pessoalmente muito mais com tais serviços, mesmo que em posições fanatizadas e contra a maioria do povo brasileiro. Era só aparecer uma Câmera de TV no recinto dos debates/análises que, imediatamente, criavam-se a “polvorosa” e em nome da “vaidade midiática” em muitos Senadores, Deputados, Assessores e em tais consultores especializados. 
Para culminar no apoio bem mais favorável ao novo Código aprovado, descobriu-se e distribui-se nos recintos do Congresso brasileiro que o Congresso norte-americano apoiara a publicação de um livreto escrito e patrocinado pela Associação de Madeiros do país contra os interesses sócio-econômicos/desenvolvimentistas brasileiros e usando, descaradamente, argumentos ambientais falsos/pouco críveis (quem sabe até já remunerando muitas ONGs e técnicos no Brasil?). Na verdade, a “National Farmers Union” (União Nacional dos Fazendeiros) e a “Avoided Deforestation Partners” (Parceiros pelo Desmatamento Evitado), dos EUA, encomendaram um estudo, assinado por Shari Friedman da David Gardiner & Associates e publicado em 2010, para analisar a relação entre o desmatamento tropical e a competitividade americana na agricultura e na indústria da madeira. O seu título é altamente eloquente: “Fazendas aqui, florestas lá”. VIDE mais em:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,fazendas-la-ambientalistas-aqui,583115,0.htm 
Voltando ao recente “affair = grande embaraço” TCU x Presidente Dilma, resta saber se o Povo - em especial os mais pobres e das áreas menos desenvolvidas - elegeu seu legitimo representante no Congresso e nas Câmaras Estaduais para atuar “contra si”, ou se são tais Congressistas que se apegam somente ao poder e as questões puramente pessoais e se esquecem de “botar freio” adequado em tais possíveis ações nefastas contra os mais pobres. Também, a participação da imprensa responsável e investigativa é fundamental, desde que, inquestionavelmente, bem preparada e realmente respeite e seja a favor dos seus ávidos leitores sérios, cuja maioria, certamente, também é a favor dos mais pobres e dos menos desenvolvidos.
“Afinal que repercussão tal “affair”, intencionalmente publico, pode causar negativamente no exterior, sobretudo junto aos investidores sérios e de que o Brasil tanto necessita para se desenvolver e os Congressistas para honrarem seus votos ??” Hoje, seguramente, o Brasil - e seus governantes/congressistas/empresários - é um dos países mais investigados do Mundo.
Em resposta aos pedidos de paralisação pelo TCU, a Presidente Dilma imediatamente surpreendeu a todos ao citar textualmente que “É algo extremamente perigoso o TCU paralisar obras em andamento, porque depois ninguém repara o custo". "Se houver algum erro por parte do agente que resolveu paralisar, não tem quem repare, pois a lei não prevê".
Então, penso eu: Ah tá, se embargam as obras erradamente para bem direcionar os recursos do povo, como fica o mesmo povo depois das possíveis vitorias legais das Construtoras e outras empresas (quase certas, com tantas brechas nas leis mal feitas) ante tais embargos e quanto aos custos/valores já despendidos não poderão serem devolvidos?? Porque tais embargos não ocorrem quando das prestações finais de contas e que, ai sim, poderão ser rejeitadas ou aprovadas, inclusive sobre os aspectos de qualidade e de custos reais?? (se houver dolo ou má fé, as sugestões de penas terão que ser elevadas e imediatas, sobretudo afetando os patrimônios e históricos dos dirigentes). Será que estas análises simples também são feitas pelos competentes técnicos?? Ou somente se jogam as “batatas quentes” e as “responsabilidades” para o Congresso e para os Tribunais realmente Jurídicos?? O que o Congresso Nacional e os Legislativos Estaduais pensam disto?? O que já fizeram ou pretendem fazer para o caso??
O mais incrível é que os Governadores, Secretários, Prefeitos e Entidades das regiões pobres, as mais prejudicadas pelos possíveis embargos, nada questionaram ao TCU mais aos seus Senadores e Deputados e a Imprensa até o momento, ao que parecem com medo/temor ou poucos preocupados em defenderem obras fundamentais e rápidas para seus povos e eleitores.
Mesmo assim, os possíveis resultados positivos nos tribunais para tais empresas não são bons, pois são muito demorados e, pior, podem-se obrigar/vincular também o pagamento das demais parcelas ou negócios – a cumprir, já cumpridos ou a finalizar - com os nefastos precatórios Governamentais (muito usados nas 3 esferas do poder público). Para fazer dinheiro à vista com tais precatórios há se conceder um bom desconto pecuniário aos compradores do mercado ou, então, aguardar-se muito tempo até a sua liquidação final. Ambas as situações podem ser muito prejudiciais a saúde financeira das Empresas e, sobretudo, aos seus balanços, ambos essenciais para outros negócios públicos ou privados.
Afinal, é preciso bem determinar (Congresso Nacional e Legislativos Estaduais) - sem paixões e sem discursos para falso empodeiramento pessoal na mídia - se o embargo de tais obras durante sua execução, realmente, disciplina e favorece a boa aplicação de recursos do povo em tempo e formas hábeis, ou se tais embargos apenas aumentam os custos/prejuízos, ao tempo que muito retardam o desenvolvimento do País e os benefícios para os mais pobres, empodeirando apenas algumas pessoas ilustres e beneficiando outros grupos, econômicos e/ou políticos, futuramente !!!
Assim, parece não ser de bom alvitre e com riscos aceitáveis/controláveis/tomáveis para os empresários, acionistas, investidores/financiadores etc., a elevada dependência continuada de algumas empresas/empresários por tais obras governamentais, questionáveis intensivamente desde o inicio.
Também, de comum, os empresários e banqueiros citados no inicio - e/ou seus principais executivos - tiveram muita falta de humildade (e até muita arrogância e jogo de cena em alguns momentos) e ainda alta dependência por negócios Governamentais. Foram muitos e muitos vôos de helicópteros caríssimos, lanchas idem, casas e apartamentos de altíssimos luxos; desfiles pagos em escolas de samba; festas fechadas e brilhantes inclusive com/para dirigentes de Governos; personificação intensiva/egoísta/desnecessária de algumas empresas de renome/porte; elevadas/impróprias exibições de ego, inclusive por familiares, etc. etc. etc., absolutamente desnecessárias/não-aprováveis pelos conselhos empresariais sérios, ainda mais à vista das seqüentes quebradeiras REAIS apontadas acima. Afinal, apenas São Paulo, com 411 aeronaves, tem a maior frota de helicópteros executivos do Mundo – passando Nova York em segundo com 120 - e olha que é um luxo muito caro (a maioria cita que é necessidade, mas, na verdade, é puro luxo e exibicionismo pessoal de altíssimo custo, tipo “ego se afirmando no poder”, sobretudo para o exterior).
PIOR MESMO, É QUE PARECE QUE TAL LIÇÃO NUNCA É APRENDIDA, POIS HÁ MAIS ALGUNS NA FILA E VOANDO E LUXANDO MUITO TODOS OS DIAS - E EM DIVERSOS LOCAIS - DE EMPRESAS PRIVADAS/BANCOS/ESTATAIS/GOVERNOS etc. que deveriam ser bem sérios e astutos. Apenas no Brasil e outros poucos (alguns da Europa e da América), a “bruxa do desperdício”, da “fogueira de vaidades pessoais” e das “ambições pessoais e de muitas empresas“ continua solta e atuando fortemente. Seria também uma febre de constante e progressiva “ausência da malícia” por muitos??
Mineiramente falando: “parece que ainda não se aprendeu ou não querem aprender (pois de tudo sabem, conhecem e dominam) que a discrição total mais a humildade intensa/praticada no dia-a-dia, mais ”comer mingau quente pelas beiradas” – ou seja, tudo de forma muito discreta, sigilosa, humilde/até parecendo trouxa, participativa e, principalmente, ao seu tempo – são as principais armas dos bons negócios capitalistas atuais, como se faz muito bem no Japão, Alemanha, Coréia, Alemanha e outros poucos e há séculos” (embora alguns bancos e empresários mineiros também erraram e errem muito, fugindo às sábias regras mineiro/portuguesas). Aliás, os bons livros de economia mundial, inclusive a cátedra, nada ou pouco falam sobre isto.
Nossa situação real empresarial é muito grave, pois, segundo estudo do BNDES, a expectativa de vida média das empresas brasileiras é de 8,7 anos (no Japão e em grande parte da Europa é de 12,5 anos). O que puxa para baixo a nossa estatística é a alta taxa de mortalidade das pequenas empresas. Já outros destacam que o desempenho no Brasil não difere tanto para países do primeiro Mundo como Canadá, Alemanha, França, Finlândia e Itália que apresentam mortalidade empresarial entre 30 e 40% no segundo ano de funcionamento. Nos Estados Unidos esse número é de aproximadamente 20%.
Contudo, como já dito, os motivos de falência e de encerramento no Brasil são bem diferentes dos de outros países. De forma clara, percebe-se, com as analises dos dados e informes, que as empresas sobreviventes já tinham boas praticas de gestão e de planejamentos desde o seu inicio, o que possibilitou mudanças de rumo e ainda aquisições, diversificações, conquistas de novos mercados, reduções de custos etc.. Muitas empresas japonesas e européias que começaram como transportadoras e frotistas em embarcações pequenas e depois em navios (inicialmente os vapores) ou mineradoras, como a Kawasaki e Mitsubishi/Iwasaki, depois também se tornaram grandes fabricantes de aço, de automóveis, de motocicletas e até de aviões.
Em termos de longevidade empresarial (fator real que indica competência e qualidade de gestão pessoal/executiva e dos Conselhos), enquanto no Japão há mais de 3.000 empresas com mais de 200 anos (fato raro no Mundo); na Alemanha há 800; na Holanda, 200; nos EUA, 14; na China, 9; na Índia, 7 e no Brasil apenas 3. Já com mais de 100 anos, há 15.207 empresas japonesas, mas, se incluídas as familiares e as de pequeno porte, podem ser mais de 100.000. Considera-se a Kongo Gumi, uma construtora de templos e escolas no Japão, como a Empresa sobrevivente mais antiga do Mundo, fundada em 578 DC. Já a segunda mais longeva é o SPA de águas termais Nisiyama Onsen Keiunkan, fundado em 705 e a terceira a Hoshi Ryokan de 718, também japonesa.
No Brasil, em 1997, Vidigal constatou que a expectativa de vida de empresas com capital pulverizado (S.A.) e gestão profissionalizada era apenas de 40 anos, enquanto nas familiares era apenas de 25 anos. Assim, chegar-se aos 100 anos é um feito e tanto num País em que a idade média das empresas não passa de 10 anos. Segundo estudos da IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário em 2007, 15,0% das empresas criadas morriam em até 01 ano; 59,0% em até 10 anos; 88,7% em até 20 anos; 98,2% em até 30 anos e 99,9% em até 40 anos. Segundo o Cadastro Central de Empresas do IBGE das 4,5 milhões de empresas ativas no país em 2010 apenas 0,5% tinham pelo menos 46 anos.
Só temos 01 empresa com mais de 300 anos: a Casa da Moeda criada no Rio de Janeiro em 1694 e 01 com mais de 250 anos, a IMBEL criada em 1762, ainda como Casa do Trem para fazer reparos nos armamentos da Coroa e depois transformada na Fábrica Real de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas em 1804. Apenas 05 empresas no Brasil têm mais de 200 anos (apenas 3 gerações) e a maioria das que se foram eram empresas familiares de qualquer porte. Destacam-se neste grupo as fundadas pelo Príncipe Regente Dom João, entre elas o Banco do Brasil (1808) e a Imprensa Nacional (antiga Imprensa Regia do Rio de Janeiro desde 1808).
Já entre 100 e 200 anos (02 gerações), só há 146 sobreviventes segundo estudos do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, sendo boa parte tecelagens, empresas de alimento/bebidas, farmácias e seguradoras. Entre elas, pela ordem, temos: Mongeral Seguros (1835); Ypioca (1846 e recentemente vendida, mas com a mesma marca); Karsten (1860); Granado (1870); Universidade Mackenzie (1870 com o nome de Escola Americana); Cedro Cachoeira (1872 e transformada por Dom Pedro em S.A. em 1883); Jornal o Estado de São Paulo (1875 com o nome de Jornal da Província de São Paulo); Hering (1880); Açúcar União (1886); Melhoramentos (1890); Coteminas (antiga Companhia de Tecidos Santanense de 1891); Drogaria Pacheco (1892); Sul América Seguros (1895); Usina Açucareira Ester (1898); Gerdau (1901); Matte Leão (1901); Refrigerantes Cini (1904); DrogaRaia (1905); Bunge (1905 ainda como S.A. Moinho Santista); Malwee (1906); Alpargatas (1907); Conservas Oderich (1908); Vale do Rio Doce (iniciada em 1909 na região de Itabira/Governador Valadares–MG como “Brazilian Hematite Syndicate” e em 1911 como “Itabira Iron Ore Company”, como esforço/mandato de guerra e pelo magnata norte-americano Percival Farquhar, considerado o fundador da VALE e da antiga Madeira-mamoré); Salton (1910), dentre outras.
Vide dados completos em nosso artigo em:
http://www.agrolink.com.br/colunistas/ColunaDetalhe.aspx?CodColuna=4507
Testificando e corroborando com nossas análises acima, ontem, o Valor Econômico publicou excelente reportagem intitulada: “Erros que podem levar grandes investidores à falência”, iniciando com a seguinte introdução:Histórias de milionários que foram à falência são comuns, e não são somente famosos que cometem erros ao administrar as finanças. Pessoas que construíram sua fortuna ao longo de anos de poupança também engrossam essa lista”. “Muita gente vendeu a empresa, se aposentou. O patrimônio vai ficando maior e as pessoas acabam comprando ativos que geram depreciação, como consumo”, afirma o diretor da área de gestão de patrimônio da Claritas Investimentos, Claudio Mifano. Entre os itens que satisfazem o prazer, mas em demasia podem trazer prejuízos, estão barcos, casas de luxo e helicópteros”. 
Leiam mais em:
http://www.valor.com.br/financas/3336596/erros-que-podem-levar-grandes-investidores-falencia#ixzz2kU1MMCwq
Prof. Clímaco Cezar – AGROVISION Brasília
em 13/11/2013

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