![Decio Luiz Gazzoni](https://www.agrolink.com.br/upload/colunistas/307330_665232.jpg)
Assim como eu, tenho certeza que o leitor toma muito cuidado ao escolher frutas no supermercado. É chegar em casa, pôr na geladeira, e metade do que foi comprado é perdido em dois ou três dias. Vale para tomate, goiaba, pêssego, pera, ameixa, etc. Seguidas todas as recomendações técnicas, a vida útil de uma fruta é de cerca de 5 dias, da colheita ao consumo.
Há 20 anos, cientistas ingleses desenvolveram um tomate transgênico, longa vida, com tempo de prateleira muito maior, mesmo sendo colhido maduro. Porém, assim como ocorreu com o arroz dourado (maior teor de vitamina A), o tomate transgênico foi enviado precocemente para a lata do lixo pelo patrulhamento ambientalista da época, contrário a qualquer produto transgênico.
A pesquisa, então tomou outro rumo: a criação de “embalagens comestíveis”, que envolvam as frutas e estendam o tempo de vida pós-colheita, atuando como uma barreira contra microrganismos e protegendo as frutas da desidratação precoce.
A Embrapa Agroindústria Tropical, desenvolveu um protetor para a goiaba, que aumentou a vida útil de 5 para 12 a 14 dias (temperatura ambiente), ou 28 dias sob refrigeração. As embalagens são baseadas em emulsões extraídas do cajueiro e da carnaúba, e que também pesquisa o uso de cera de abelhas e de algas marinhas, para a mesma finalidade.
Na Embrapa Instrumentação Agropecuária, a matéria-prima vem de produtos agrícolas - beterraba, mamão ou maracujá – e que podem ter sido rejeitados pelo comércio. Eles são triturados e transformados em uma massa desidratada por luz infravermelha. O processo é rápido (10 minutos) e rentável, pois um mamão rende três metros de filme, ao qual são adicionados conservantes naturais como óleo de canela e quitosana, que é bactericida. A nova embalagem que envolve os frutos é uma película comestível, que dissolve na água e pode ser consumida
in natura, junto com a fruta, ou como suco ou vitamina.
Pode parecer pouco, mas embalagens comestíveis, que aumentem a vida útil de alimentos perecíveis, podem ajudar a matar a fome no mundo e diminuir o custo dos alimentos, pois estima-se que quase 50% deles são perdidos entre a semeadura e a mesa, grande parte por problemas pós colheita.
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa.
Há 20 anos, cientistas ingleses desenvolveram um tomate transgênico, longa vida, com tempo de prateleira muito maior, mesmo sendo colhido maduro. Porém, assim como ocorreu com o arroz dourado (maior teor de vitamina A), o tomate transgênico foi enviado precocemente para a lata do lixo pelo patrulhamento ambientalista da época, contrário a qualquer produto transgênico.
A pesquisa, então tomou outro rumo: a criação de “embalagens comestíveis”, que envolvam as frutas e estendam o tempo de vida pós-colheita, atuando como uma barreira contra microrganismos e protegendo as frutas da desidratação precoce.
A Embrapa Agroindústria Tropical, desenvolveu um protetor para a goiaba, que aumentou a vida útil de 5 para 12 a 14 dias (temperatura ambiente), ou 28 dias sob refrigeração. As embalagens são baseadas em emulsões extraídas do cajueiro e da carnaúba, e que também pesquisa o uso de cera de abelhas e de algas marinhas, para a mesma finalidade.
Na Embrapa Instrumentação Agropecuária, a matéria-prima vem de produtos agrícolas - beterraba, mamão ou maracujá – e que podem ter sido rejeitados pelo comércio. Eles são triturados e transformados em uma massa desidratada por luz infravermelha. O processo é rápido (10 minutos) e rentável, pois um mamão rende três metros de filme, ao qual são adicionados conservantes naturais como óleo de canela e quitosana, que é bactericida. A nova embalagem que envolve os frutos é uma película comestível, que dissolve na água e pode ser consumida
Pode parecer pouco, mas embalagens comestíveis, que aumentem a vida útil de alimentos perecíveis, podem ajudar a matar a fome no mundo e diminuir o custo dos alimentos, pois estima-se que quase 50% deles são perdidos entre a semeadura e a mesa, grande parte por problemas pós colheita.
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa.