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Ecotransporte


Decio Luiz Gazzoni
Curitiba firmou-se como uma referência mundial na racionalização do transporte público, sendo pioneira no uso de bicombustíveis. Os testes começaram em 1995 com o reaproveitamento do óleo de cozinha, e evoluíram para o biodiesel de soja. Depois dos testes com B5, B10 e B20, os ônibus municipais agora utilizam o B100, em que o diesel representa só 5% do combustível, e é necessário apenas para que o veículo dê a partida no frio. Até onde tenho conhecimento, Curitiba é a primeira cidade do mundo a ter veículos de transporte público com B100.

 
A cidade também já testa veículos híbridos no transporte coletivo. O ônibus é movido simultaneamente a eletricidade e óleo diesel. Tem capacidade para 80 passageiros, 32 deles sentados e possui piso baixo permitindo ao passageiro embarcar ao nível da calçada. A primeira fase do projeto conclui-se este mês e a próxima etapa tem como meta que 10% da frota urbana de ônibus rode com biocombustíveis.
 
Desde fevereiro de 2011, a Ecofrota da cidade de São Paulo já tem nas ruas quase 1.500 veículos (10% da frota) rodando com uma mistura de petrodiesel acrescido de etanol (biodiesel ou diesel de cana). As porcentagens variam entre 10% (B10) a 20% (B20) e reduzem consideravelmente a emissão de poluentes. O programa também já testa o ônibus híbrido, que usa etanol, diesel e eletricidade, como fontes de energia. Em menos de um ano, as emissões de poluentes reduziram-se em 13,9% com a Ecofrota. A legislação de São Paulo determina que, até 2018, 100% dos veículos de transporte da cidade usem fontes renováveis de energia. A eventual diferença de custo é absorvida pelos contribuintes, através dos impostos pagos à Prefeitura.

 
No Rio de Janeiro, já circulam ônibus híbridos, movidos a biodiesel, eletricidade e hidrogênio. E, já que estamos em ano eleitoral, comunico que serei muito sensível a um programa de candidato a prefeito que contemple metas ambiciosas de uso de biocombustíveis no transporte público de Londrina - e acredito que outros cidadãos de Londrina também o serão. Em tempo: a Fundação Clinton financia parte do programa de combustíveis renováveis da URBS (Curitiba), logo falta de recursos não será desculpa.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja.

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