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Doenças dos citrus


Decio Luiz Gazzoni
Também chamada de greening ou HLB, causada pelas bactérias Candidatus Liberibacter asiaticus e Candidatus Liberibacter americanos, essa é a doença mais destrutiva dos citros no Brasil. Não há variedade resistente e as plantas contaminadas não podem ser curadas, precisam ser erradicadas, o que é prejuízo certo para o citricultor. As bactérias são transmitidas por um inseto chamado
Diaphorina citri. Tanto as bactérias quanto o inseto também são encontrados na planta ornamental falsa-murta.
O HLB foi identificado no Brasil em 2004, e hoje, está presente em todas as regiões citrícolas de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Nos últimos dez anos foram erradicados quase 40 milhões de pés de laranja atacados pelo HLB. O desafio é: como controlar o HLB?
A única forma é controlando o inseto vetor. Existem inseticidas eficientes, porém, como todos os agrotóxicos, possuem efeitos colaterais indesejáveis. Os agrônomos passaram a pesquisar o controle biológico e descobriram uma vespinha, Tamarixia radiata, que mede 1 milímetro e ataca o inseto vetor. Demonstrada a sua eficiência no campo, o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) construiu um laboratório em Araraquara-SP, com capacidade para produzir 100.000 vespas por mês. Para tratar um hectare, são necessárias 400 vespas, que custam mais ou menos R$ 0,10 cada.
No laboratório, mudas de murta são mantidas em estufa. Quando lançam brotos, as murtas são colocadas numa gaiola contendo os insetos vetores, que colocam os ovos na murta. Dos ovos saem as ninfas e, neste momento, a vespa é solta dentro da gaiola e parasita as ninfas. Uma vespa pode colocar ovos em até 600 ninfas do inseto vetor.

Ao final do ciclo, dos ovos sairão novas vespas que, inicialmente, serão soltas nos 15 mil hectares de pomares abandonados em São Paulo, além de chácaras de lazer e na área urbana. Apesar de os pomares descuidados representarem pouco mais de 3% do total, eles significam um repositório da praga, e uma planta infectada pode abrigar até mil insetos vetores que, depois, vão infestar os pomares comerciais. Posteriormente, os pomares em produção também poderão ser tratados com o controle biológico, uma esperança de solução do problema.

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