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Captando investimentos


Decio Luiz Gazzoni
Anualmente, um seleto e reduzido grupo de altos executivos das cadeias do agronegócio (CEOs), alcunhados no jargão internacional de “big shots”, reúne-se para atualizar informações que balizem seus investimentos. Agregados nas cadeias de insumos e de comércio internacional de produtos agrícolas, estes executivos administram parcela ponderável do PIB do agronegócio mundial, estimado em sete trilhões de dólares. Em 2013, o encontro será na Cidade do México, com foco na imposição social da sustentabilidade do agronegócio.

Este escriba teve a elevada honra de ser convidado para expor os ganhos de sustentabilidade do agronegócio brasileiro, suas perspectivas de continuidade, e as oportunidades que se afiguram para o futuro mediato.
        Tamanha responsabilidade obrigou-me a mergulhar em centenas de textos, análises e estatísticas, para formular um conjunto sintético, criativo e convincente a ser apresentado na reunião, demonstrando nossos avanços recentes. Do ponto de vista econômico, os últimos 20 anos testemunharam um salto superior a 200% na produção de grãos, de 50% no PIB do agronegócio (expresso em US$ nominais) e de estonteantes 800% nas exportações. Os ganhos ambientais também são expressivos, com o aumento da produtividade em 250% no período, evitando o desmatamento de milhões de hectares, reduzindo a demanda de insumos, a erosão, o consumo de água e as emissões de gases causadores de efeito estufa. O reflexo social é a queda acentuada no índice da cesta básica, que despenca do valor 100 (1974) para 14 (2013), significando que um trabalhador médio brasileiro adquire, hoje, sete vezes mais alimentos que em 1974, com o mesmo número de horas trabalhadas.
        Em minha exposição, vou reivindicar a necessidade de reconhecimento e pagamento pelos serviços ambientais do agricultor. Também solicitar que os sistemas de certificação (sociais e ambientais) sejam consolidados e racionalizados, para facilitar a sua execução pelos agricultores. Finalizo a preleção elencando inúmeras oportunidades de parcerias e investimentos internacionais no Brasil, como na infraestrutura, na logística e na inovação tecnológica, alavancando empregos e renda no interior do Brasil.

 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

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