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Balanço Semanal — 09 a 13/06/2014



Conselho Nac. do Café - CNC
Para acabar com distorções de informações a respeito da cafeicultura no Brasil, setor deseja união e comprometimento
COMPROMETIMENTO COM O SETOR — Abrimos o informativo desta semana reiterando nossa preocupação com as informações transmitidas para o mercado por nossas próprias representações, as quais discordamos com veemência e, pior, têm ampliado ainda mais a volatilidade, penalizando, por conseguinte, nossos produtores.
Vale recordar que temos um parque cafeeiro de 2,2 milhões de hectares, somos aproximadamente 370 mil produtores, geramos cerca de 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos, com o café sendo o quarto principal produto agrícola da pauta exportadora. Além disso, produzimos de forma social e ambientalmente correta, temos a melhor tecnologia e os melhores resultados de pesquisas – essas intermitentes – do mundo para café.
Frente a isso, somos produtores competentes, honrados e trabalhadores, no entanto, a cada dia, pela falta de renda, estamos perdendo patrimônio, vemos nossos filhos praticando um novo êxodo rural em função da falta de perspectivas e, por fim, resta-nos a pergunta: até quando viveremos esse cenário de inércia de ações públicas para a cafeicultura brasileira?
O Conselho Nacional do Café (CNC) e nossos grandes parceiros, como a Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) sempre se colocaram à disposição para auxiliar na reversão desse quadro, resta, contudo, que as lideranças públicas responsáveis pela implantação de políticas ao setor aceitem essa contribuição.
Seguimos com nossa postura de oferecer todo o suporte que se fizer necessário para interagirmos com o Governo Federal no sentido de contribuir para revertermos esse quadro, alarmante nesse primeiro momento, porém a realidade nos oferece a oportunidade de dias melhores, pois temos tecnologia para renovarmos nosso parque cafeeiro e ampliarmos nossa produção, como fruto da elevação da produtividade, ou seja, sem sequer usar um hectare a mais dos já destinados à cultura. O mercado consumidor é crescente e o Brasil deve ocupar esse espaço, por ser o maior produtor, o maior player desse mercado.
Juntamente com a CNA, a OCB e toda a cadeia café, o CNC reitera ao Governo seu interesse em buscar uma forma consensual para conferir renda a todos os segmentos da atividade, em especial aos produtores, o que permitirá, certamente, a manutenção de uma cafeicultura pujante em nosso País. O que não podemos mais é aguardar, pois será ainda mais lamentável acompanhar a realidade de milhares de famílias cafeeiras sair de alarmante para crítica.
PROJETO COPA DO MUNDO FIFATM — Nesta semana, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, associada ao CNC), anunciou que trará empresários de Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, França e China ao Brasil para a realização de rodadas de negócios, visitas técnicas a fazendas produtoras, atividades de interação para a promoção do café e das regiões onde é produzido, além de sessões de cupping e debates a respeito de qualidade e volume das safras 2014 e 2015. Essas ações fazem parte do Projeto Copa do Mundo, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que, em sua totalidade, deverá trazer 2.300 compradores, investidores e formadores de opinião de 104 nações ao País para realizar agendas de negócios e acompanhar os jogos do mundial.
O CNC enaltece o trabalho de aproximação com compradores internacionais desenvolvido por sua associada BSCA, em parceria com a Apex-Brasil, o qual entende como diferencial para a abertura de novos mercados e para a consolidação da imagem da qualidade dos cafés brasileiros no mundo. Não obstante, ações desse nível vêm ao encontro do proposto por toda a cadeia café no seminário “Rumos da Política Cafeeira no Brasil”, realizado pelo CNC em parceria com a OCB, cujo projeto de orientação final está em fase de desenvolvimento.
MERCADO — Ainda em meio às especulações sobre a safra brasileira 2014 de café, o mercado futuro do arábica operou de forma volátil nesta semana. Após atingir as menores cotações desde meados de fevereiro, os preços futuros negociados em Nova York encerraram a quinta-feira em recuperação.
O vencimento julho do contrato C da ICE Futures US foi cotado ontem a US$ 1,7195 por libra-peso, praticamente anulando as perdas acumuladas nos últimos dias. O movimento de compra por parte de especuladores e fundos de investimentos foi o principal fator responsável pela recuperação das cotações.
A corretora britânica Marex Spectron divulgou seu relatório de mercado do mês de junho, no qual revisou a estimativa de déficit global de café para 5,4 milhões de sacas na safra 2014/15, ante previsão de 7,1 milhões de sacas realizada em abril. A melhora no quadro de oferta e demanda mundial deveu-se principalmente às melhores estimativas da corretora para a safra do Vietnã, em função do clima favorável.
Por outro lado, pesquisa realizada pela Agência Bloomberg junto a 12 traders indica possibilidade de redução da produção vietnamita na temporada 2014/15, em função da menor produtividade dos cafezais após duas safras abundantes. De acordo com o levantamento, a próxima safra do país asiático deverá ser de 27,3 milhões de sacas, representando uma queda de 4% em relação às 28,5 milhões de sacas colhidas no período anterior.
Diante desse cenário, os preços futuros do café robusta negociados na Bolsa de Londres apresentaram tendência de alta. O vencimento julho do contrato 409 encerrou o pregão de quinta-feira a US$ 1.957 por tonelada, com valorização US$ 51 no acumulado da semana.
No mercado doméstico brasileiro, os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para os cafés arábica e conilon encerraram a quinta-feira a R$ 399,06/saca e a R$ 230,18/saca, respectivamente, acumulando perdas de 0,6% e 1,7% na semana.
O dólar comercial, por sua vez, recuou 0,7% até o fechamento de ontem, quando foi cotado a R$ 2,233. A divisa norte-americana respondeu à forte atuação do Banco Central do Brasil no mercado cambial e voltou a operar dentro do intervalo de R$ 2,20 a R$ 2,25.

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