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Aumentar JUROS baixa INFLAÇÃO ou amplia LUCROS dos Bancos??


Climaco Cezar de Souza
ALGUMAS PERGUNTAS E CONSIDERAÇÕES INICIAIS por um simples Economista Agrícola e Prof. de  Renda Agrícola:
Aumentar JUROS realmente baixa a INFLAÇÃO ou amplia os LUCROS dos Bancos/Especuladores, também REDUZINDO/RETARDANDO o almejado Desenvolvimento?
1)Porque boa parte dos nossos economistas tupiniquins ainda sugere ações baseadas em teorias econômicas e professores apenas das escolas do Norte rico, frio e sem sol (EUA, Europa e Ásia), economias que muito divergem da do Brasil, um pais tropical, muito chuvoso e em que se cultiva quase o ano todo? Porque não há escolas de analises e linhas de ações anti-inflação e desenvolvimentistas, com base na economia tropical e já com muitos livros e professores especializados nesta?? Seria medo ou falta de confiança nas pessoas e no poder da crescente economia tropical (em mais 4 anos, o PIB do Agronegócio deve superar o PIB industrial do Brasil)?? 
2)Nossa inflação de alimentos é mesmo de demanda (corrigível com alta dos juros) ou seria mais uma inflação de oferta (maior ou menor, em função de mais ou menos chuvas) ou do xuxu/tomate/batata/leite/carnes/trigo etc.?
3)Se for inflação de oferta (inclusive inercial e/ou indexada), porque elevar JUROS se, imediatamente, eles são transferidos para os preços das matérias-primas, produtos acabados e alimentos COMO CUSTOS E, ASSIM, SÒ SERVEM PARA RE-ALIMENTAR A INFLAÇÃO MENSAL E REDUZIR O DESENVOLVIMENTO? 
4)ASSIM, QUEM REALMENTE GANHA MUITO COM AS ELEVAÇÕES DOS JUROS??
5)Porque não são tomadas medidas ABRANGENTES E PRÉVIAS (pelo menos 3 meses antes) de combate a anunciada inflação sazonal (já quase normal) de bem menor oferta de alimentos (momentos de entressafras ou de expectativas de sérios problemas climáticos)?? 
6)Porque os agricultores peri urbanos ainda pouco se interessam por cultivos intensivos de hortifrutigranjeiros e outros alimentos sob estufas/estufins e outros, todos por baixo valor a investir e que, realmente, ampliam muito e garantem uma ótima renda liquida local e, melhor, resolvem de vez o sério problema da inflação de alimentos por problemas climáticos (no Japão, Holanda e Espanha quase só se cultiva desta forma e o ano todo, havendo estufas com até 200 hectares)?? 
7)Porque no famoso acordo com o MERCOSUL ainda há tantas barreiras que tanto dificultam as importações momentâneas de alimentos essenciais para o abastecimento interno e para baixar os preços aos consumidores nos momentos de falta local dos alimentos??
8)Porque no famoso acordo com o MERCOSUL não há punições severas para Países que criam dificuldades, barreiras e impõem cotas para vendas de alguns alimentos essenciais para os países do mesmo Bloco em alguns momentos (como ocorreu recente com o trigo argentino, fundamental para o abastecimento brasileiro, demonstrando que nós deveríamos ter nosso próprio trigo)??
VEJAMOS OUTRAS ANALISES POR PROFESSORES/ECONOMISTAS RENOMADOS INDAGANDO, TAMBÉM QUESTIONANDO E/OU CONFIRMANDO A TESE (PELA QUAL O AGRONEGOCIO DEVERIA SE UNIR E COBRAR MUITO MAIS) - 
A INFLAÇÃO COMO PRETEXTO PARA AUMENTAR A TAXA DE JUROS -
J. Carlos de Assis
Carta Maior
20/02/2013 – 
Será um erro elevar a taxa básica de juros a pretexto de combater a inflação. A ALTA DE PREÇOS QUE VEM SENDO OBSERVADA NA ECONOMIA DEVE-SE A UM AUMENTO DE DEMANDA QUE NADA TEM A VER COM A TAXA BÁSICA DE JUROS, ASSOCIADO A UMA QUEDA NA PRODUÇÃO DE PRODUTOS AGRÍCOLAS DE ALTO CONSUMO, NOS DOIS CASOS REFLETINDO EFEITOS DE UMA CORRETA POLÍTICA DE REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA EM FAVOR DOS MENOS FAVORECIDOS. Comparada à de 2011 (6,5%), houve de fato no ano passado, a despeito da queda da taxa de juros, um significativo declínio da inflação (5,84%).
Por que, então, a insistente pressão do “mercado”, através de seus porta-vozes na mídia, bramindo contra a inflação e pedindo mais juros, como se estivéssemos à beira de um descontrole total de preços? É MUITO SIMPLES: PARA SUBIR A TAXA DE JUROS SERVE QUALQUER PRETEXTO. É ESPANTOSO O FATO DE QUE OS ECONOMISTAS DE BANCO E SEUS ASSECLAS SÃO INCAPAZES DE RECONHECER QUE A INFLAÇÃO ANUAL CAIU, REMETENDO-SE EXCLUSIVAMENTE AO CENTRO DA META – UM CENTRO QUE, POR SER UM CENTRO DE UMA BANDA ESTIMADA, NÃO SIGNIFICA UM OBJETIVO FIXO.
Há muitas causas para a inflação, desde uma retração da oferta a um total descontrole fiscal em situação de utilização da plena capacidade produtiva na economia. A causa teoricamente menos relevante, não obstante ter sido a pedra angular da doutrina monetarista, é a que atribuiu à política monetária (elevação da taxa básica de juros e contração geral do crédito) a função exclusiva de controlar a alta dos preços. O próprio Milton Friedman, diante de fatos contrários, teve de recuar de seus princípios doutrinários.....
Na verdade, ao longo de 2012, o grupo alimentação e bebidas, o de maior peso no IPCA, teve um aumento de 9,86%, contra 7,18% em 2011. O SIGNIFICADO DISSO É MUITO SIMPLES, NADA TEVE A VER COM TAXA DE JUROS. DEVEU-SE A PROBLEMAS DE SAFRA AGRÍCOLA, UMA TERRÍVEL E PROLONGADA SECA NO NORDESTE ALÉM DE DESASTRES CLIMÁTICOS NO SUL. GRAÇAS À CIVILIZADA POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE RENDA MONETÁRIA DO GOVERNO MILHÕES DE TRABALHADORES NORDESTINOS E DO SUL, MESMO NÃO TENDO PODIDO PRODUZIR, PUDERAM CONSUMIR. E É ESSE CONSUMO, SEM EQUIVALENTE PRODUÇÃO, QUE PRESSIONOU EM PARTE OS ÍNDICES DE PREÇO DO GRUPO ALIMENTAÇÃO.
É EVIDENTE, INSISTA-SE, QUE ISSO NADA TEM A VER COM A TAXA BÁSICA DE JUROS. SE QUISEREM ACUSAR O GOVERNO DE CONTRIBUIR COM A INFLAÇÃO, QUE BUSQUEM OUTRA DESCULPA. Por exemplo, que exijam, abertamente, o fim da política de distribuição de renda representada pela política de valorização do salário mínimo, de renda mínima vitalícia, de bolsa família etc. Que defendam abertamente um recuo nos índices civilizatórios que conseguimos nesses últimos dez anos para cairmos de novo na cantilena ideológica da privatização, do mercado auto-regulado e do Estado mínimo. .........
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AUMENTAR OU DIMINUIR OS JUROS CONTROLA DE FATO A INFLAÇÃO?
Kanitz
 http://blog.kanitz.com.br/controlainflacao/ 
“Foi muito triste ver um Editorial criticando a queda da taxa nominal em 0,50%”
Política Fiscal requer o governo gastar mais, ou gastar menos dependendo dos índices futuros de inflação ou deflação. Se a economia entra em recessão o governo gasta mais, se a economia entra em inflação o governo gasta menos. Isto é a essência da Política Fiscal. Na Política Monetária, o governo aumenta os juros pelo qual ele remunera os poupadores que compram seus títulos públicos, quando há inflação, e ele diminui os juros pela qual ele remunera os poupadores que compram seus títulos públicos quando a economia desaquece. Vou repetir, porque basta um leigo ler esta frase lentamente para perceber erros estratégicoss cavalares.
Na Política Monetária, o governo aumenta os juros pelo qual ele remunera os poupadores que compra seus títulos públicos quando há inflação, e ele diminui os juros pelo qual ele remunera os poupadores que compram seus títulos públicos quando há recessão e falta de demanda.
Perceberam? Vejamos.
1.    Quando há inflação, O BANCO CENTRAL AUMENTA OS RENDIMENTOS DOS POUPADORES, O QUE GERA MAIS RENDA, DEMANDA E INFLAÇÃO. Hoje, 40% do PIB americano é juros e aposentadorias de fundos de pensão que aplicam em títulos do governo. Ao contrário de 1919, quando era somente 10%. Ou seja, hoje a lógica do Monetarismo somente funciona nos 60% da economia não-renda-fixa.
2. Para o Monetarismo funcionar é necessário endividar o Estado, e veja o que acontece agora com Grécia, Itália, Espanha, Portugal e EUA. Quando Clinton propôs reduzir a dívida americana para zero até 2008, os Monetaristas foram contra porque perderiam um importante instrumento de política econômica.
3. 99% dos consumidores não sabem a taxa de juros embutidos nos preços a prazo.
4. 99% dos consumidores que sonham ter um carro, não deixam de ter um carro só por causa de um aumento de 0,25% do juro.
5. 80% dos consumidores vêem o tamanho da prestação, não o tamanho do juro. Quando o Governo paga mais para os poupadores, as empresas que vendem a crédito simplesmente aumentam o número de prestações, não o valor da prestação que continua cabendo no tamanho do salário do consumidor. Efeito zero a curto prazo na queda de demanda.
6. A TAXA DE RISCO EMBUTIDA NO PREÇO A PRAZO É 10 X MAIOR DO QUE A TAXA DE JURO, TANTO É QUE QUANDO ABAIXAM OS JUROS, OS PREÇOS DO CREDIÁRIO MUITAS VEZES NEM MUDAM.
7. A margem de lucro das empresas é muito maior do que 0,25% do aumento do juro, e a maioria prefere manter a sua clientela, manter o preço absorvendo o custo maior imposto pelo Banco Central, que sabem ser temporário.
8. A experiência brasileira em previsão de inflação futura, não tem sido nada espetacular. Erram mais do que acertam. PORTANTO, ERRAM TAMBÉM NO AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA TAXA DE JUROS MAIS DO QUE ACERTAM.
9. Ninguém sabe o juro neste país, porque usam uma taxa nominal, e não o juro real. Portanto, foi muito triste ver um Editorial criticando a queda da taxa nominal em 0,50%, sem ter levantado qualquer um destes 9 pontos.
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“INFLAÇÃO NÃO SE COMBATE COM ALTA DE JUROS”
Judas Tadeu Grassi Mendes, 
Estação Business School
21/07/2013
O Brasil caminha para fechar mais um ano com crescimento econômico baixo e inflação alta. Depois de avançar apenas 0,9% em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ficar próximo de 2% neste ano, e a alta dos preços deve fazer com que a inflação fique próxima do teto da meta, de 6,5%. 
O GOVERNO JÁ INICIOU UM CICLO DE ALTA DE JUROS PARA TENTAR FREAR A ALTA DOS PREÇOS, MAS ESSA É UMA ESTRATÉGIA EQUIVOCADA, NA OPINIÃO DO ENGENHEIRO AGRÔNOMO COM MESTRADO E DOUTORADO EM ECONOMIA JUDAS TADEU GRASSI MENDES, DIRETOR-PRESIDENTE DA ESTAÇÃO BUSINESS SCHOOL. “A INFLAÇÃO QUE VIVEMOS NÃO É DE DEMANDA, COMO ERRONEAMENTE DIZ A MAIORIA DOS ECONOMISTAS. O PROBLEMA ESTÁ NOS CUSTOS E NA BAIXA PRODUTIVIDADE DA ECONOMIA BRASILEIRA. 
A solução para combater a inflação está em investimento. Somente investimento gera crescimento e só crescimento combate inflação”, diz. Para ele, o Brasil está fadado a ter crescimento abaixo de 3% e inflação alta se não reduzir a carga tributária, investir em educação e inovação e aumentar a produtividade da economia.
O senhor é um crítico da alta dos juros, defendida por alguns economistas ortodoxos para combater a inflação. Por quê?
É um erro. O governo só sabe combater inflação com alta de juros. MAS NÃO VIVEMOS UMA INFLAÇÃO DE DEMANDA. O CONSUMO CRESCEU APENAS 0,1% NO PRIMEIRO TRIMESTRE E MESMO ASSIM A INFLAÇÃO FOI ALTA. O PROBLEMA NÃO É A DEMANDA E SIM A OFERTA. OS CUSTOS PARA PRODUZIR NO BRASIL SÃO MUITO ALTOS, FRUTO DA CARGA TRIBUTÁRIA, DA FALTA DE INVESTIMENTOS, DA DEFICIÊNCIA LOGÍSTICA, DE EDUCAÇÃO, DE QUALIFICAÇÃO E INOVAÇÃO. O ÚNICO COMPONENTE DA DEMANDA QUE PODE INFLUENCIAR A INFLAÇÃO, MAS AINDA ASSIM LEVEMENTE, É O SETOR DE SERVIÇOS, COM A PRESSÃO DO CONSUMO DA CLASSE MÉDIA, QUE PASSOU A IR AO CABELEIREIRO, ETC. A ALTA DA TAXA DE JUROS SÓ BENEFICIA OS BANCOS. É JUSTO QUE UM PAÍS COM INFLAÇÃO DE 6% TENHA UMA TAXA DE JUROS DE 200% AO ANO NO CHEQUE ESPECIAL?
Quais as pressões de inflação nos próximos meses?
Os preços dos alimentos, que subiram muito, agora já recuam com a oferta da safra. Os serviços não devem subir tanto como vinham subindo.
O câmbio mais alto não pressiona a inflação? A indústria já sinaliza com a possibilidade de repassar a alta dos insumos cotados em moeda americana.
Na minha opinião, o dólar deveria estar R$ 2,60. Só não está nesse patamar porque o governo atua no câmbio com a venda de moeda. Um dólar nesse patamar melhoraria o quadro para a indústria exportadora.
Mas, nesse caso, os insumos e preços de importados não subiriam muito?
O impacto na inflação seria grande se essa alta fosse abrupta. Acho que essa alta teria que ser gradual e o câmbio teria que se estabilizar nesse patamar.
O Brasil vai continuar a ter inflação acima do centro da meta nos próximos anos?
SE NÃO FIZER MUDANÇAS ESTRUTURAIS, ACREDITO QUE TEREMOS QUE CONVIVER COM INFLAÇÃO NA CASA DE 6%, 6,5% POR UMA DÉCADA. Fala-se muito que a década de 80 foi a década perdida. Mas estamos vivendo uma década perdida atrás da outra.
O governo aumentou o crédito e estimulou o consumo nos últimos anos, mas essa fórmula dá sinais de que não sustenta mais o crescimento econômico.
Ele funcionou por dois anos, em um momento em que o cenário global era outro, mas não garantiu crescimento sustentado.
O que fazer para mudar esse quadro?
SÓ COM UMA MUDANÇA NO SETOR PÚBLICO. USARAM A TEORIA DE KEYNES [JOHN MAYNARD KEYNES, ECONOMISTA BRITÂNICO QUE DEFENDIA, DENTRE OUTRAS COISAS, UMA MAIOR INTERVENÇÃO DO GOVERNO PARA ESTIMULAR A ECONOMIA EM TEMPOS DE CRISE] PARA JUSTIFICAR A GASTANÇA DA MÁQUINA PÚBLICA. ELE DEVE ESTAR SE REVIRANDO NO TÚMULO. É PRECISO INVESTIR DE MANEIRA SUSTENTADA E REDUZIR A CARGA TRIBUTÁRIA.
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ELEVAR JUROS NÃO COMBATE A INFLAÇÃO E PREJUDICA A ECONOMIA, DIZEM INDÚSTRIAS -
CNI 
29/05/2013
Para a CNI, aumento de meio ponto na taxa Selic prejudica o setor: "Sem uma participação expressiva da indústria, o país cresce pouco”. A alta de 0,5 ponto percentual na taxa Selic é ineficiente para combater a inflação e prejudica a recuperação da economia e dos investimentos, criticou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). EM COMUNICADO, A ENTIDADE ALEGOU QUE A ELEVAÇÃO DA TAXA BÁSICA DE JUROS IMPÕE MAIS DIFICULDADES PARA A INDÚSTRIA, QUE JÁ ESTÁ ESTAGNADA, RETOMAR O CRESCIMENTO.
“Como acaba de mostrar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, a indústria permanece estagnada. SEGUNDO A CNI, NESTE CENÁRIO, O AUMENTO NOS JUROS É AINDA MAIS PREJUDICIAL AO SETOR, JUSTAMENTE O DE MAIOR CAPACIDADE DE RECUPERAÇÃO E DE CONTRIBUIÇÃO À RETOMADA DA ECONOMIA. Sem uma participação expressiva da indústria, o país cresce pouco”, ressaltou.  Segundo a CNI, a inflação no Brasil decorre de problemas estruturais da economia, como o custo dos serviços. A entidade cobrou medidas complementares, além da política monetária, para lidar com o problema. “PARA A CNI, A ELEVAÇÃO ISOLADA DOS JUROS NÃO É A MELHOR FORMA DE ENFRENTAR ESSA EQUAÇÃO, PORQUE PREJUDICA A EXPANSÃO DOS INVESTIMENTOS E DIFICULTA O AUMENTO DA OFERTA”, CONCLUIU O COMUNICADO.
AUMENTAR OS JUROS NÃO É A MELHOR MANEIRA DE SE CONTROLAR A INFLAÇÃO -
CORECON-MG
05/09/2013
Aumentar as taxas de juros tem sido uma constante do governo brasileiro para se combater a inflação nos últimos anos. Porém, para o conselheiro efetivo do Conselho Regional de Economia (Corecon-MG), Pedro Paulo Moreira Pettersen, uma política fiscal mais eficaz seria a atitude mais sensata a ser tomada para o controle inflacionário. O economista também avalia os efeitos do aumento de juros no cenário nacional e acredita que o país terá dificuldade de estabelecer um equilíbrio. “ESSA ELEVAÇÃO NAS TAXAS DE JUROS DEVEM DIFICULTAR AINDA MAIS ESSE PROCESSO DE RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO”.
Aumentar a taxa Selic é a melhor maneira de se combater a inflação?
A inflação na verdade está em dois focos, o primeiro é fundamentalmente no setor de alimentos, e o SEGUNDO EM RELAÇÃO ÀS EXPECTATIVAS GERADAS POR PARTE TANTO DOS CONSUMIDORES, QUANTO DOS EMPRESÁRIOS. NO CASO DA INFLAÇÃO DOS ALIMENTOS, OCORRE UM AUMENTO NA TAXA DE JUROS PARA QUE ISSO IMPACTE NA CONTENÇÃO DOS PREÇOS, O SACRIFÍCIO SEMPRE É MUITO ELEVADO, O QUE NÃO É RECOMENDÁVEL. É MELHOR PROCURAR ALTERNATIVAS PARA REDUZIR A SAZONALIDADE DO SETOR, AMPLIAR A OFERTA AGRÍCOLA E CRIAR INCENTIVOS AO PRODUTOR. Com relação às expectativas, é uma variável polêmica. O mais indicado hoje para se conter o processo inflacionário é realizar uma política fiscal mais criteriosa, onde você desenvolvesse cortes dos gastos públicos correntes e aumentasse as despesas de investimentos.
O país elevou a taxa de juros de 8,5% para 9%. Esses 0,5% já produzem um forte impacto na economia?
A economia está com grande dificuldade de aquecimento, não só pelo cenário interno, mas também pelo internacional que ainda é muito indefinido. ESSE AUMENTO NA TAXA DE JUROS DEVE DIFICULTAR AINDA MAIS ESSE PROCESSO DE RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO, ISSO DEVE IMPACTAR NEGATIVAMENTE NA NOSSA ECONOMIA.
O senhor disse que para se ter taxas de juros razoáveis e uma inflação controlável é necessário uma boa política fiscal. Falta vontade para se aprimorar isso no Brasil?
A política fiscal tem um componente político que é muito forte, mas não é apenas essa intenção que vai fazê-la chegar ao patamar desejado. É necessário que haja um consenso para que a sociedade dê importância a essa redução dos gastos correntes no governo. Não é uma mera questão de vontade política, pois acredito que ela até exista, mas tem também toda uma dificuldade de se operacionalizar essa vontade. E esse problema possui uma barreira na forma como nossos partidos políticos se relacionam com o Executivo. Os limites da eficiência da política econômica se encontram na maneira com que a nossa democracia cria os mecanismos de decisão.
Juros altos somados a determinada facilidade no acesso ao crédito pode produzir uma “bolha de inadimplência” na economia nacional?
Eu não vejo que o crédito no Brasil seja muito fácil. Determinados segmentos tem um acesso mais facilitado, mas de um modo geral, o crédito no país é muito burocratizado e restritivo. CLARO QUE EM UM CENÁRIO DE AUMENTO NA TAXA DE JUROS, O CUSTO DO FINANCIAMENTO TORNA-SE MUITO MAIS CARO. HÁ UMA TENDÊNCIA, DE FATO, A SE AUMENTAR A INADIMPLÊNCIA NA MEDIDA EM QUE O COMPROMETIMENTO DA RENDA DISPONÍVEL É CADA VEZ MAIOR PARA SE PAGAR OS EMPRÉSTIMOS RECORRENTES. COMO AS TAXAS SOBEM, AS PRESTAÇÕES FICAM CADA VEZ MAIS CARAS, ENTÃO HÁ UMA POSSIBILIDADE DE QUE A INADIMPLÊNCIA VENHA A AUMENTAR.

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